segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Eça & Outras, 25 outubro 2014.

O Brasil entre nós

Não sei qual a primeira recordação que tenho da palavra Brasil, mas estou certo que a ouvi quando era muito novo. E não tenho a certeza se foi associada a Pedro Alvares Cabral ou à farinha de pau, ementa frequente na minha infância. E a tapioca, uma sobremesa deliciosa. Depois as canções na rádio, uma tal Carmen Miranda, uma Mara Abrantes e depois Vinícius de Morais e Chico Buarque da Holanda. E Gabriela, a telenovela de Jorge Amado. E muitas outras referências, sempre saudáveis, sempre simpáticas. Depois a Historia da construção dos dois países, separados por uma imensidão de águas, o que fez sonhar Bartolomeu de Gusmão e levar Gago Coutinho e Sacadura Cabral a concretizarem a aproximação em 1922. Depois a família: quase toda a gente que conheço tem família brasileira, tios, sobrinhos, primos que percorrem todos os dias as avenidas de Niterói, do Rio, de S. Paulo, da Baía, de Pernambuco, de tantas vilas perdidas e encontradas no sertão. Não os conhecemos pessoalmente. Há um Gonçalves Guimarães que publicou um “Canto da Amazónia” que não sou eu e não conheço. Primo brasileiro, descendente de meu tio Artur Peixoto Guimarães que só conheço de fotografia? Jamais saberei, mas guardo uma enorme dose de afeto para esses meus desconhecidos parentes brasileiros.
No Solar Condes de Resende, Casa tão ligada à História de ambos os países, que teve construtores comuns na Casa - torre Garcia d´ Ávila na Baía, entre outros aspetos, promovemos em 1995 o núcleo museológico da Amazónia, sob a denominação de “Mundurukus, Carajás e outros Índios do Brasil”, estudado pelo arqueólogo luso – brasileiro António Sérgio, e vamos fazendo a ponte permanente entre os brasileiros – gaienses, como o professor e poeta maior Domingos Carvalho da Silva, nascido em 1915 nos Carvalhos, e os gaienses – brasileiros que frequentam as nossas realizações.
O Brasil aí está, com os seus 200 milhões de lusodescendentes, de africanos, de índios, de italianos, de alemães, de japoneses e de tantos outros que o português carente de terra, de paciência e de postura foi procurar em cada canto do mundo.
Já do Brasil dizia Eça de Queirós, não ontem nem hoje mas no século dezanove, que «está, como nação, em pleno vivo êxito (apesar destes anos de atrapalhação política, que vem, não da falta das ideias, mas da falta de pessoal, junto a um individualismo exagerado que produz indisciplina). E nem pode deixar de estar em êxito, sendo como é, um povo superiormente inteligente, provadamente activo, e escandalosamente rico. Com tais qualidades que inveja pode ele ter do estrangeiro, e que medo da sua concorrência? E não tem, como soberbamente o prova, cada dia, com a sua magnífica franqueza hospitaleira, porque a hospitalidade não é somente um sinal de doçura: é sobretudo um sinal de força». (Eça de Queirós, Cartas de Paris «Cartas familiares»). Estas palavras ainda hoje valem em pleno.
Temos entre nós Dagoberto Carvalho Júnior, o quotidiano discípulo de Eça de Queirós do Piauí, presidente da Sociedade Eça de Queirós do Recife e mentor da Confraria Eça-Dagobertiana que os amigos lhe instituíram. Um brasileiro que se embala na língua comum, tão comum até nas diferenças, que nelas apenas vemos as joias que engrandecem esta coroa imperial da identificação atlântica. Não veio fazer conferências, mas apenas reabastecer-se de écite aguda (como diria A. Campos Matos) de que há muito sofre com prazer. Suponho que não terá cura. Nem quer.

J. A. Gonçalves Guimarães
Mesário – mor da Confraria Queirosiana

Visita de Dagoberto Carvalho Júnior

O Cônsul do Brasil no Porto saudando os presentes
A Confraria Queirosiana recebeu a visita de seu confrade honorário, Dr. Dagoberto Carvalho Júnior, presidente da Sociedade Eça de Queiroz do Recife, médico, historiador da Arte, escritor, colunista e grande divulgador da vida e obra queirosianas que, mais uma vez, se encontra a percorrer os itinerários queirosianos de Portugal, acompanhado por sua esposa Cristina e sua irmã Fátima. Tendo passado por Lisboa e pelo Grémio Literário, esteve em Sintra com A. Campos Matos, alojando-se no Porto no Grande Hotel, por onde passaram Eça de Queirós e D. Pedro II, Imperador do Brasil. A 25 de Outubro a Confraria Queirosiana recebeu-o no Solar Condes de Resende, tendo presidido à sessão de boas-vindas o mesário-mor J. A. Gonçalves Guimarães, acompanhado por César Oliveira, presidente da assembleia geral, e o cônsul do Brasil no Porto, Embaixador Gelson Fonseca Júnior, que evocaram a obra e ação cultural do visitante e as ligações do Solar e de Vila Nova de Gaia ao Brasil. O homenageado agradeceu a receção (ver anexo), tendo-se em seguida os presentes dirigido ao Jardim das Camélias, onde foi colocada uma coroa de louros na estátua de Eça de Queirós. Seguiu-se um jantar queirosiano confecionado e servido pela direção da Confraria, acompanhado por vinhos da Quinta do Vale Meão, após o que os comensais se dirigiram de novo ao Salão Nobre do Solar onde o agrupamento Eça Bem Dito organizou um serão musical com canções do final da Belle Époque. No final os visitantes trocaram prendas com os anfitriões tendo Dagoberto Carvalho Júnior recebido o primeiro exemplar da réplica do bastão que Eça usou com o fato de casamento, mandada fazer pela Confraria que a partir de agora a disponibiliza aos seus confrades como complemento do traje.


Homenagem a Eça de Queirós

«De volta a Canelas

Não é sem a emoção da primeira visita – a maturidade longe de arrefecer, aviva minha admiração literária por Eça de Queiroz – que volto ao convívio desta Casa ilustre e amiga que me quis seu e da Confraria Queirosiana em Vila Nova de Gaia; aqui sabiamente abrigada, para lusa preservação de rico patrimônio arquitectônico do país, e internacionais repercussão e ressonância da Quinta da Costa, eterno solar de verão dos Condes de Resende.

Vejo-os senhoras e senhores, meus nobres pares, à frente esse intrépido cavaleiro do Quinto Império – de Fernando Pessoa e de Eça de Queiroz - , J. A. Gonçalves Guimarães (escritor, historiador, arqueólogo, patrimoniólogo, qualidades intelectuais que o personificam como mestre-doutor em todos esses saberes), quais sucessores de Luís e Manuel Castro, 5.º e 6.º condes do referido e reverenciado título; a testemunharem e presidirem-me a fidelização à vossa santa causa. Testemunhas de minha volta à Confraria seis longos e saudosos anos depois que dela me fiz arauto nas terras brasílicas por onde – em vida – começou Eça a ter leitores e devotos. Verdadeiro missionário do referido Quinto Império. Também, como teórico, porquanto precursor da verdade – depois, “pessoana” – de ser “na língua onde verdadeiramente reside a nacionalidade”. Disse-o em sua “Correspondência” (carta à Madame S), o segundo e inexcedível Fradique Mendes.

E já que falei na antecipação, em prosa, do verso perfeito de Fernando Pessoa – assertiva que, decerto, já vos havíeis ocorrido – eu a ofereço aos meus confrades como contribuição, se o contrário, verdade for; de estudioso e aprendiz d’ “A Correspondência”, em sua mais autêntica heteronimia literária. Porque, longe de emular, os dois gigantes da saga, portuguesa, do Quinto Império tenho-os e reverencio – os dois – justamente pelo idioma em que escreveram e se eternizaram; fazendo minha a interpelação do autor de “Mensagem”, quanto à conquista de futuros novos “falantes” do que o poeta brasileiro Olavo Bilac definiria como “última flor do Lácio inculta e bela”.

“Quem foi que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tetos negros do fim do mundo?
E, o homem do leme disse tremendo,
“El-Rei D. João Segundo!”

Ele, seus sucessores e, sobretudo, nossos povos desvendaram cavernas e venceram os mares salgados que – como também escreveu Fernando Pessoa – mais nos unem que separam. Principalmente, no caso presente, portugueses e brasileiros que falam e vivem o idioma e as antecipações linguísticas, filosóficas e políticas do patrono de nossos grémios. Ele, também, habitante, senão físico, sentimental, desta casa; desde que aqui se enamorou de Emília de Castro Pamplona, com que dividiria a vida e o sonho; como confessou – carta de 28 de Julho de 1885, ao futuro cunhado, Manuel – “A minha afeição por tua irmã não foi improvisada o ano passado, na Granja e na Costa Nova. Data de uma ocasião mais antiga, de quando eu te fui ver a Canelas”. À sombra de vossas cameleiras heráldicas.
Outra bandeira que alegre me traz a esta Quinta – redimensionada pela vossa hospitalidade de atuais e, queira Deus, definitivos proprietários e anfitriões - , até como seu imprescindível guião, não só turístico, como, sobretudo, literário e cultural; é o livro tese de Susana Guimarães, “A “Quinta da Costa em Canelas”, verdadeiro ex-libris (também o livro), como à nobre Casa se referiu no prefácio daquele, o então presidente Luís Filipe Meneses, da Câmara de Gaia.

E, como há Eça – da família materna de nosso patrono – em sobrenomes que passaram pelo meu Piauí do nascimento (inclusive pela governança da antiga Capitania de São José, que homenageava vosso e, então, nosso Rei D. José I); não foi, também sem emoção que descobri no livro de Susana, referência ao Pernambuco que adotei como segunda “terra”, porque de Cristina e de meus filhos António e Ana Elvira; de minha própria vida literária, por uma residência que já chega aos trinta e cinco anos.
Anota Susana Guimarães que “A esta Quinta chamada da Costa lhe derão este nome os possuidores dela por serem da família dos Costas, usando este apelido athe o Reynado dos Felipes de Castella a quem servio Thomé da Costa e seos filhos nas guerras de Pernambuco…”. Portuguesidade lavrada na gratidão e no mármore do obelisco lisboeta da Praça dos Restauradores. Haja familiaridade.

É a minha profissão de fé à Confraria e a Vila Nova de Gaia.

Dagoberto Carvalho Jr.
25 de Outubro de 2014»

LEGIÃO DE HONRA

Manuel de Novaes Cabral

No passado dia 13 de outubro, com a sala de conferências do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, na cidade do Porto, completamente cheia, o nosso confrade Manuel de Novaes Cabral, seu presidente, foi agraciado com o grau de Chevalier de la Légion d’ Honneur pelo embaixador da França em Portugal, Monsieur Jean-François Blarel e Madame Sabine Blarel.







MESTRADO

Licínio Santos

No passado dia 22 de outubro o nosso confrade e membro dos corpos gerentes dos ASCR – CQ, Licínio Manuel Moreira Santos, apresentou na Faculdade de Letras da Universidade do Porto a sua dissertação de mestrado com o título “Cultura e lazer operários em Gaia, entre o final da Monarquia e o início da República (1893 – 1914)”, a qual mereceu do júri a nota de dezassete valores. O autor vai apresentar o tema numa palestra no Solar Condes de Resende no início do próximo ano, enquanto prepara a sua edição em livro.






HOMENAGEM

No passado dia 4 de outubro, no Museu Nacional Soares dos Reis, na cidade do Porto, foi realizada uma conferência seguida da abertura de uma exposição sobre a atividade do nosso confrade o livreiro Fernando Fernandes promovida pela SPA.

CURSOS, CONFERÊNCIAS, COLÓQUIOS, VISITAS

Estudantes belgas no Castelo de Crestuma
Prossegue no Solar Condes de Resende o curso sobre “História e Carisma da Região do Douro Atlântico (Gaia, Porto, Matosinhos)”, na sua 5ª edição, organizado pela Academia Eça de Queirós e certificado pelo Centro de Formação de Associação de Escolas Gaia Nascente (Ministério da Educação), o qual teve a sua abertura no passado dia 27 de setembro com a presença do presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vitor Rodrigues, que na ocasião se referiu à atividade cultural do Município e do Solar e aos projetos para 2015, e ainda Virgínia da Costa Barroso, diretora daquele Centro, José Manuel Tedim, presidente da Academia, e J. A. Gonçalves Guimarães, diretor do Solar, que em seguida apresentou o tema “A Arte do Vinho do Porto como emblema da Região”. No dia 4 de outubro, Fantina Tedim apresentou “ Caracterização geográfica do Douro Atlântico”; no dia 11, António Manuel Silva, “A região antes da nacionalidade” e no dia 25, Amândio Barros “ A aventura das navegações atlânticas (séc. XIV – XVII)”. A 8 de novembro Manuel Luís Real falará sobre “A Arte da Alta Idade Média na Região” e a 15, Francisco Ribeiro da Silva sobre “Os Forais Manuelinos e os alvores da Época Moderna”.
Ainda no Solar Condes de Resende prosseguem as palestras das últimas quintas-feiras do mês: a 25 de setembro J. A. Gonçalves Guimarães falou sobre “O Jardim do Morro, um emplastro urbanístico? A propósito de logradouros, praças, largos, jardins e outros espaços públicos”, e a 23 de outubro, Susana Moncóvio apresentou o “Centro Artístico Portuense (1880 - 1893)”, fundado por Soares dos Reis.
A 15 de outubro teve início na Biblioteca Municipal Almeida Garrett no Porto um curso sobre “Histórias de Família, atelier de escrita”, ministrado pelo nosso confrade o escritor Mário Cláudio.
A 20 de outubro o arqueólogo António Manuel Silva conduziu uma visita guiada às escavações arqueológicas do Castelo de Crestuma para um grupo de 19 estudantes belgas acompanhados por dois professores. A ação foi organizada pelo Agrupamento de Escolas Diogo de Macedo, Olival, Vila Nova de Gaia.
            Ainda nos passados dias 24 e 25 de outubro decorreu no Museu de Lamego mais uma edição das suas Conferências/CITCEM – 2014, nas quais participaram os confrades Nuno Resende, com «Santos da casa: capelas, devoção e poder na região de Lamego. O património religioso ao serviço das elites», e J. A. Gonçalves Guimarães com «Da intervenção arqueológica ao museu de sítio: a experiência da Quinta da Ervamoira».
Entre 13 e 15 de novembro decorrerá na Casa da Prelada da Santa Casa da Misericórdia do Porto o seu III Congresso de História, no qual participarão, entre outros os confrades, J. A. Gonçalves Guimarães e Susana Guimarães, com o tema “Os provedores da Misericórdia do Poto, José Pamplona Carneiro Rangel (1805 – 1811) e seu filho Manuel Pamplona Carneiro Rangel (1824): documentação inédita existente no Arquivo Condes de Resende”, e Francisco Ribeiro da Silva, com “ A proclamação da República e as imediatas tentativas estatais de interferência na administração da Santa Casa da Misericórdia do Porto”.
Entre 24 e 29 de novembro decorrerá no Centro Cultural Eça de Queirós, Lisboa, o XX Colóquio dos Olivais, organizado por esta entidade que tem um protocolo de colaboração com a Confraria Queirosiana. No seu programa participarão, entre outros, os confrades Fernando Andrade Lemos, diretor daquele Centro, que terá uma comunicação sobre «Maria Parda e Lisboa» (em colaboração); Luís Manuel de Araújo sobre «25 de Abril – a minha experiência» e Alda Barata Salgueiro sobre «Os Barata Salgueiro e os Olivais»

LIVROS

Diário Íntimo de Carlos da Maia, por A. Campos Matos

           
No dia 23 de outubro foi lançada no Grémio Literário, em Lisboa, a mais recente criação queirosiana de A. Campos Matos, um “Diário Íntimo de Carlos da Maia (1890 – 1930)”, publicado por Edições Colibri. Segundo o autor trata-se do diário daquela personagem de “Os Maias”, prefaciado por seu filho Carlos Afonso em 1930 e encontrado num saco cheio de manuscritos por um antigo empregado da Livraria Lello no Porto, o que é, obviamente pura e deliciosa ficção, que o autor denuncia e discute, até na sua validade cultural, no posfácio. Hoje, talvez mais hoje do que nunca, o universo queirosiano é mais a sua mitologia do que a sua realidade biográfica. Este livro, interessante em todos os aspetos, poderá ser o guião de um filme que ainda não foi feito.


A Correspondência de Fradique Mendes (Memórias e Notas), coord. de Carlos Reis

           
Encontra-se no mercado livreiro mais um volume da edição crítica da obra de Eça de Queirós dirigida pelo nosso confrade Carlos Reis, o semipóstumo “A correspondência de Fradique Mendes (Memórias e Notas)”, desse «poeta e viajante, suposto autor de obra desconhecida e observador arguto dos homens e das coisas do seu tempo», que assim fica disponível sem as «reescritas, as emendas e até as oscilações de critério editorial» que foram aparecendo nas diversas edições, mas a que foram agora acrescentadas «várias cartas fradiquistas» só publicadas depois da morte de Eça ( da Nota prefacial).

800 anos de Literaturas em Português
 O jornal “Público” lançou mais uma coleção de edições fac-similadas, desta vez para comemorar os oitocentos anos da data do mais antigo documento régio conhecido em língua portuguesa, o testamento de D. Afonso II, em parceria com a editora A Bela e o Monstro. Composta por 15 obras de autores lusófonos de Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor, o primeiro livro lançado foi o primeiro volume de “Os Maias” de Eça de Queirós, publicado pela primeira vez em 1888, e cujo segundo volume sairá a 2 de dezembro próximo. Pena é que a coleção não tenha incluído escritores lusófonos das antigas parcelas da Índia, de Macau e de outras comunidades da diáspora ou do contato cultural onde a sobrevivência do português ou dos seus crioulos é um milagre de um indescritível afeto ou teimosia na valorização da diferença.
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Eça & Outras, IIIª. Série, n.º 74 – sábado, 25 de outubro de 2014
Cte. n.º 506285685 ; NIB: 001800005536505900154
IBAN: PT50001800005536505900154; email:queirosiana@gmail.com; www .queirosiana.pt; confrariaqueirosiana.blospot.pt; eca-e-outras .blogspot .pt; vinhosdeeca.blogspot.pt; academiaecadequeiros.blogspot.pt; coordenação da página: J. A. Gonçalves Guimarães (TE-638); redação: Fátima Teixeira; inserção: Amélia Cabral; colaboração: Dagoberto Carvalho J.or; A. Campos Matos; Fernando Andrade Lemos.


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