terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Eça & Outras, terça-feira, 25 de dezembro de 2018


Ano Europeu do Património Cultural: 2018 e depois

Vai longe o tempo quando em 1977 o Conselho da Europa publicou o livro Un avenir pour notre passé. Patrimoine Architectural Europeen, edição trilingue, com textos introdutórios de várias personalidades europeias, além da Carta Europeia do Património Arquitetónico e da Declaração de Amsterdam de 1975, no qual apareciam referidos sítios tão desconhecidos como Antalya ou Rolandseck, mas também Berlim, Istambul ou Veneza, além de vilas e cidades portuguesas, aí apontadas não tanto como exemplos a seguir, mas mais então como interrogações onde se punham em prática soluções consideradas adequadas a cada caso para preservar tão diversos testemunhos de memórias do passado, dar-lhes algumas novas capacidades para perdurarem no tempo e os edifícios e sítios aí apresentados estarem preparados para o usufruto dos cidadãos, então não apenas para os turistas, mas sobretudo para os residentes que os deveriam manter vivos. Ou seja, transformar a arquitetura histórica em património integral incluindo obviamente o património humano. Desde então não só muita água correu entre as margens do Sena, do Danúbio e de muitos outros rios da Europa, como o conceito de Património se foi consolidando como disciplina autónoma, já não lhe bastando apenas o exercício da arquitetura, não sendo já possível, sob risco de fraude, de dispensar a geologia e a arqueologia, a história científica e não a literária, as melhores propostas das engenharias, as mais recentes técnicas de restauro, e mesmo os estudos de psicologia de massas e os de gestão e marketing, não só para exponenciar a mais valia efetiva de cada elemento ou conjunto patrimonial, para o tornar rentável no sentido de uma possível autosustentabilidade, mas também para o defender da mistificação pseudocultural promovida por sociedades financeiras que, em detrimento da história e da exegese científica, às quais não chegam (nem querem chegar), preferem as mistificações a que chamam “cultura de massas”, trocando facilmente Carlos Magno pelo Rato Mickey e achando que são equivalentes, ou pespegando venezas e pirâmides egípcias onde desembarcam milhões de deambulantes apressados entre o avião e o autocarro, saboreando uma fast culture omnipresente, efemerizada em intermináveis imagens de telemóvel. Aqueles a que já em 1997, J. Rentes de Carvalho, num texto tão antológico quanto profético, designava como “A Praga”, dando como exemplo «os onze milhões de basbaques que anualmente passam as portas da catedral de Notre Dame em Paris… para ir ver e dizer que viram».
Como entretanto o fenómeno do Turismo também cresceu desmesuradamente, sendo hoje um dos mais marcantes eixos de desenvolvimento da sociedade atual, com os seus enormes ganhos para a economia, mas quase sempre esmurrando continuadamente a cultura e o próprio património, já em 2014 surgiu a ideia de interrogar estas realidades, depois formalizada pela Comissão Europeia em 2016 e, neste ano de 2018, no Ano Europeu do Património Cultural, evento que em Portugal teve elevada adesão, a par da Alemanha e da Irlanda. Mas se tal euforia contou com inúmeras visitas a rotas patrimoniais, encontros e congressos, exposições, oficinas, espetáculos, publicações, festivais, campanhas, animações, concursos, recriações, filmes, multimédia e performances, a investigação e a elaboração conceptual, necessariamente profissionais, demoradas e com linguagem própria, por dificilmente se articularem com os imediatismos das políticas atuais, foram obviamente marginalizadas nos programas elaborados pelas mais diversas entidades intervenientes.
Não se trata aqui de denegrir, ou sequer de minimizar, a importância deste projeto de inegável alcance, tão cultural quanto social, cujo interesse maior estará em «…combater a ignorância e a mediocridade através da compreensão donde vimos e para onde vamos», como escreveu Guilherme d’ Oliveira Martins, o seu coordenador nacional, na comunicação apresentada na Conferência Património Cultural – Desafios XXI realizada no passado dia 25 de novembro em Lisboa. Trata-se aqui tão somente, agora que este Ano Europeu do património se aproxima do fim, de começar  a exigir de nós próprios, como coordenador e interventor em ações que nele se quiseram enquadrar, e de outros em iguais circunstâncias, a necessária reflexão para assegurar que o mesmo valeu a pena e que as ações propostas e executadas não foram meros fogachos efémeros para cumprir programa e calendário, como cremos que o foram muitas das que apanharam a boleia do evento. E de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para «não deixar o património ao abandono, fazer inventários fiáveis e exaustivos, recorrer aos melhores especialistas para a sua preservação e estudo, mobilizar a sociedade civil e incentivar o interesse do público para os diversos domínios da vida cultural, artística, científica ou técnica», como também escreveu aquele autor no dia seguinte na revista Ipsilon, ao assinalar a atribuição do Prémio Europeu Helena Vaz da Silva 2018 a Bettany Hughes, a historiadora da «leitura dinâmica das raízes, da História, do tempo, das culturas, dos encontros e desencontros, numa palavra: da complexidade». Sem história não há património e sem uma visão alargada da história europeia o património reduzir-se-á a localismos mais ou menos exóticos.
Importa pois agora, da vasta seara semeada, arrancar as ervas daninhas do efémero, do circunstancial e do oportunista, deixando que perdure a ação dos profissionais do património, porque, não tenhamos dúvidas, apesar da diversidade de conceções e opiniões existentes sobre esta disciplina académica, ele é um dos temas de maior consenso e que gera os maiores pretextos de convívio e amizade entre os povos. E por isso também ele tem os seus inimigos, que muitas vezes começam apenas por ser os seus banalizadores que o reduzem ao imediatismo de um quotidiano fatureiro. Mas o património é muito mais do que isso, sendo mesmo nos dias que correm a âncora secular e civilizacional da nossa eternidade possível.

J. A. Gonçalves Guimarães
mesário-mor da Confraria Queirosiana

Eventos passados

J. A. Gonçalves Guimarães; Dagoberto Carvalho J.or e José Manuel Tedim

No Capítulo da Confraria Queirosiana de Vila Nova de Gaia, Portugal

Como iniciar este ‘canto’ de entrada ritual do XVI Capítulo Geral da Confraria Queirosiana, de Vila Nova de Gaia, sem transportar-me – ainda que em espírito e ele jamais esquecerá os pontificais católico-episcopais da quase tricentenária catedral diocesana de minha cidadela de Oeiras do Piauí, no Brasil; Oeiras do nascimento e da vida inteira – para uma daquelas solenes liturgias da velha Igreja Católica Apostólica Romana (ainda pré-conciliar); senão, ali, capitulares, tradicional-episcopais, em sua verdadeira essência. Igualmente protocolares, as duas experiências. A de ontem, para o aluno do velho Ginásio, mais diocesano que municipal; a de hoje por seu caráter ritualístico e a oportunidade de estarmos todos (ou em sua grande maioria), juntos, aqui, sob a inspiração tutelar de José Maria Eça de Queiroz.
Para chegar, acompanho-me da arqueóloga e historiadora Susana Cristina Gomes Gonçalves Guimarães que me autografou seu magnífico livro A Quinta da Costa em Canelas (Família, Patrimônio e Casa, 1766-1816) – com simpatia, como simpática, escreveu na dedicatória, no dia, mesmo, (13 de outubro de 2008), de minha primeira visita ao Solar Condes de Resende e ‘insigniação’ como ‘Grão Louvado da Confraria Queirosiana de Vila Nova de Gaia’. Nunca mais esqueci suas boas lições, como não me perco no caminho de volta à Quinta e à Confraria, onde seu pai – nosso erudito, operoso e cavalheiro (em grande estilo, à moda das melhores tradições da ilustre Casa revisitada) – recebeu-me, suprema bondade de todos os confrades de número, como Grão Louvado. O que, de muito fiz para tanto merecê-lo, perguntarão os que de outra seara literária sejam; não, decerto, nosso Mesário-Mor escritor, historiador e patrimoniólogo (searas do saber em que, também, ouso trabalhar, em Pernambuco), J. A. Gonçalves Guimarães (a quem tanto fiquei e continuo a dever), mestre, mestríssimo em tudo que faz e escreve. E, mérito seu, maior e, igualmente, reconhecido, o de condutor e porta-estandarte da Confraria que nos une e, internacionalmente, representa. Sou-lhes – a todos – reconhecido.
Outras duas vezes estive em Canelas e na Confraria. Já, então, como um dos seus. Uma formalmente – em companhia de Ana Cristina e Fátima Carvalho –, noite festiva, com sessão solene, música e jantar, em que recebi réplica da ‘badine’ de Eça de Queiroz e apresentei novo livro. Outra, acompanhado por Cristina, petit comité, em tradicional restaurante gaiense, representada – a Confraria – por seu Mesário Mor J. A. Gonçalves Guimarães, Dra. Suzana Moncóvio e o casal Maria Carolina e Desembargador Antônio Alberto Calheiros Lobo.
Chego hoje, trazido, também, pela ‘Revista de Portugal’, velho e sugestivo título de publicação criada e dirigida – em Paris – pelo nosso patrono Eça de Queiroz, que circulou entre julho de 1889 e maio de 1892; não esquecido de que personagens seus Carlos Eduardo e João da Ega já a haviam concebido “como um aparelho de educação superior”, n’ Os Maias.
A ‘Revista’ tornou-se para mim (como, acredito, para os ecianos, todos, e seus leitores, como um todo) ‘ponto de encontro’ com a Confraria, garantido pelo Mesário-mor J. A. Gonçalves Guimarães. No meu caso, também, pelas notícias das visitas e passagens por Portugal e resenhas de livros novos, até que o n. 11, referente ao ano de 2014, reproduzisse – com destaque – a capa de meu De lembrança em lembrança – Eça de Queiroz e outras memórias. O n. 12, do ano seguinte, transcreveu-me, logo após o editorial, o artigo (de saudade) ‘Por quem os sinos dobram?’ – homenagem póstuma à Beatriz Berrini –, publicado, originalmente, no Diario de Pernambuco de 2 de novembro de 2015. E na seção ‘Bibliografia’ referente ao ano, notícia com foto colorida, da ‘receção a Dagoberto Carvalho J.or e embaixador Gelson Fonseca J.or. (cônsul do Brasil no Porto), no solar Condes de Resende’. No n. seguinte, 14, referente a 2017, veio o que se poderia chamar de ‘consagração’, com a publicação completa de ensaio meu, sobre Arte Sacra e Religiosidade: ‘São Gonçalo de Amarante, o Santo que não foi e é. Contribuição ao estudo de um devocionário’.
Não poderia continuar falando de ‘informativos’ da Confraria sem referir-me a esse outro veículo de comunicação e divulgação da causa que abraçamos e que nos garante espaço e ressonância na grande imprensa de nossos dias, ‘Eça & outras’, que nos mantem unidos – a 25 de cada mês (data do aniversário de EQ) – pela internet, transformada em vínculo intelectual entre o criador do segundo e definitivo Fradique Mendes e cada um de seus leitores e críticos de todas as latitudes.  Tempo que passa. Eça de Queiroz que fica!
No ‘Eça & outras’ relativo a 25 de junho último, referência para o meu texto ‘Noventa anos de A. Campos Matos’, um dos maiores ecianos/queirozianos da atualidade, não só portuguesa; também publicado, por intercessão de Gonçalves Guimarães, na revista ‘As Artes entre as Letras’, nos. 223/224, Porto, Portugal, de 25 de julho. No relativo ao mês de agosto deste 2018 quase a passar, texto meu sobre o Solar (queiroziano) de Aveiro, tão familiarmente ligado à infância do futuro grande escritor que ali passou parte da infância, com os avós Joaquim José de Queiroz e Almeida e D. Teodora Joaquina de Almeida.
No Recife, onde resido e de onde venho – deixada a Oeiras do nascimento, onde sou co-patrono de Confraria Eciana –, fui animador da santa causa literária e secretário e presidente, por doze anos, de sua Sociedade Eça de Queiroz; fundada em 1948 por Paulo Cavalcanti, autor do clássico Eça de Queiroz, agitador no Brasil e o jornalista e acadêmico (Academia Pernambucana de Letras) Silvino Lopes.
Disse de onde venho e a que venho ‘rezado’ o missal queiroziano, renovar o ‘ecianismo’ de nossas formações e, por que não confessar, de nossas próprias vocações literárias.

Vila Nova de Gaia, 24 de novembro de 2018
Dagoberto Carvalho Jr.

Eterno Eça em Exposição

Foi inaugurada a 29 de Novembro de 2018, na Fundação Calouste Gulbenkian, com a participação de várias instituições culturais e intervenções do Dr. Guilherme D` Oliveira Martins, Administrador da FCG, de Afonso de Eça de Queiroz Cabral, Presidente da Fundação Eça de Queiroz e da Prof. Doutora Isabel Pires de Lima, Comissária Científica e Curadora, uma exposição comemorativa dos 130 anos da publicação do romance “Os Maias”, esse literário monumento nacional. O título da exposição repousa numa carta, de 20 de Fevereiro de 1881,  endereçada por Eça a Ramalhão Ortigão, na qual comunica ao amigo que o romance estaria praticamente concluído e que prometia: “fazer não só um “romance”, mas um romance em que pusesse “tudo o que tenho no saco”. O cônsul Eça estava, então, em Bristol, tinha livros já publicados que lhe tinham construído o nome. E se o saco queirosiano é um poço profundo, a exposição é uma caixa de ressonâncias. A Comissária deliciou-nos com uma visita guiada de excelência. Esta é uma “visão panorâmica”, explica, não é uma empreitada documental: “É uma exposição para o grande público e fala sobre Os Maias-eixo central da mostra em diálogo com outras obras”. Sublinha-se, assim, o “particular e original realismo” de Eça.
Entra-se no “palco” e este transfigura-se num túnel onde se descobre uma constelação de ideias, de afectos, de artes várias. Patente entre 30 de Novembro de 2018 e 18 de Fevereiro de 2019, é organizada em 7 núcleos: 1888 - A  Vasta Máquina!,AprendizagensGuerra ao RomantismoNorma e DesejoOlhares CruzadosA Arte é tudoLugares.
Documentos, há-os, também: contos, crónicas, romances, muitas cartas que fizeram história, fotografias, pinturas, esculturas, caricaturas, música da época, excertos de filmes…
Eça é, também, um puzzle material, visual e sonoro. Ao som da banda sonora criada pelo musicólogo  Prof. Rui Vieira Nery e inspirada nas alusões musicais da obra do escritor (um loop com operetas francesa, vienense, música erudita portuguesa de raiz rural, danças de salão portuguesas, zarzuelas e ópera francesa) encontramos um acervo intimista - peças fundamentais do seu espólio pessoal - mostrado pela primeira vez no exterior da Casa de Tormes, lar da Fundação Eça de Queiroz, em Santa Cruz do Douro-Baião: a célebre cabaia, a escrivaninha de pé alto e banco onde o escritor trabalhava, o baú dos manuscritos e o tinteiro de latão, a mesa do célebre arroz de favas, a mesa dos espíritos de Eça, a cadeira de Jacinto (personagem de A Cidade e as Serras). Conta-se, assim, com peças originais vindas especialmente da ilustre Casa onde se acham guardadas e expostas.
Há inúmeras fotografias pessoais: de Eça vestido com a cambaia orientalista oferecida, pelo conde de Arnoso, e pose mandarinesca num retrato datado de 1893, ou de fato e bigodes cofiados ao lado dos cúmplices da época, os denominados Vencidos da Vida. Mas, também, o observamos em ambiente familiar: sentado e pensativo na sua sala de trabalho, à mesa com amigos ou com os filhos no jardim da casa de Neuilly, em França. Mas, igualmente, como, por exemplo, desenhos próprios (como Alta Síria traçada pelo seu punho na viagem datada de 1869), capas vintage de Os Maias, caricaturas de Rafael Bordalo Pinheiro ou de João Abel Manta, declinando o escritor como mestre marionetista das suas próprias personagens ou a célebre capa de As Farpas, com um demónio sentado em cima do título, letras de farrapos sinistros…
A exposição é uma galáxia de empatias e afinidades. Há, ainda, para ver excertos de filmes (como o primoroso Os Maias de João Botelho com cenários pintados por João Queiroz), ilustrações (saídas da mão de Bernardo Marques, Rui Campos Matos, Raquel Roque Gameiro…), esculturas e pinturas, como as obras de Paula Rego dedicadas ao romance O Crime do Padre Amaro O Mandarim visto por Júlio Pomar. E a palavra de Eça de Queirós? Está presente, para ser lida…  o desenho expositivo, da autoria do Atelier à Capucha (Raquel Pais e Maria João Ruivo) contempla 53 blocos de folhas A4 com excertos de textos diversos que se pode levar. Esta é uma oportunidade rara para o reencontro possível com o escritor no século XXI, em Lisboa. Em nome d' Os Maias - e do progresso? Eça regressa, portanto, à cidade!
            Da “serra bendita entre as serras”, na companhia, nomeadamente, do Prof. Doutor Eduardo Lourenço, do Dr. Paulo Castilho, do Dr. Paulo Pereira, presidente da Câmara Municipal de Baião, da Drª. Anabela Cardoso, vereadora da Cultura de Baião e directora executiva da Fundação Eça de Queiroz, e do signatário, em representação da Confraria Queirosiana, e de entre muitos outros ilustres queirosianos, o vinho verde de “Tormes”, “esperto e seivoso”, na expressão de Eça de Queiroz, adornou e obsequiou os ecianos presentes na sua inauguração.  Um verdadeiro e singular fim/início desta extraordinária festa e evento.

Manuel Nogueira

Cursos e palestras

Prosseguem no Solar Condes de Resende as aulas do curso livre sobre Música & Músicos. Aspetos do património Musical Português, organizado pela Academia Eça de Queirós. Assim, no passado dia 15 de dezembro J. A. Gonçalves Guimarães falou sobre “Os músicos Napoleão”, numa sessão em que, para além das referências históricas e musicológicas a Alexandre Napoleão e seus filhos Artur, Aníbal e Alfredo, nascidos de mãe gaiense, foram apresentadas várias gravações incluindo o mais recente CD do pianista e musicólogo Daniel Cunha com obras de Alfredo Napoleão. As sessões prosseguem no dia 5 de janeiro com o tema “Cantar os Reis e o Património Cultural Imaterial em Portugal”, pelo Prof. Doutor Jorge Castro Ribeiro, e no dia 19 sobre “O Orpheon Portuense” pelo Prof. Doutor Henrique Luís Gomes de Araújo. No dia 26 ainda de janeiro o Prof. Doutor Mário Mateus falará sobre o “Conservatório Regional de Gaia – 30 anos ao serviço do Ensino e da Cultura”.

Apresentado na Faculdade de Letras da Universidade do Porto como tese de doutoramento, entretanto editado pelas Edições Afrontamento, o livro Humberto Delgado no Portugal de Salazar, da autoria do Doutor Adrião Pereira da Cunha, será apresentado pelo autor no próximo dia 27 de dezembro, pelas 21,30 horas, nas habituais palestras das últimas quintas-feiras do mês do Solar Condes de Resende.

Livros


No passado dia 12 de dezembro no Museu da Misericórdia do Porto, em paralelo com uma visita guiada, foi lançada a obra de Nuno Resende, A Adoração dos Reis Magos de Vieira Lusitano (1699-1783). Para além do enquadramento cultural do tema e das qualidades estéticas deste quadro no conjunto da obra do insigne pintor português, o historiador apresenta uma nova abordagem sobre a sua vida e obra.


Há 20 anos a Porto Editora publicou a primeira edição de Diálogos com José Saramago, de Carlos Reis, resultado de uma entrevista durante três dias e ao longo de quatro sessões de trabalho em Lanzarote, em casa do escritor. Este livro apareceu agora no Brasil, com a chancela da Editora da Universidade Federal do Pará.
Coordenador do Congresso Internacional “José Saramago: 20 anos com o Prémio Nobel”, que decorreu em Coimbra em outubro passado, Carlos Reis escreveu na apresentação daquela primeira edição «…os Diálogos com José Saramago são do escritor, mais do que meus. A forma como lhe fui colocando as questões não expressa, contudo, uma pura e neutra indagação. Se intitulei o que o aqui fica como diálogos, foi porque procurei investir na questionação uma (ainda assim discreta) atitude de interpelação, por vezes até de interlocução argumentativa, em busca não de uma qualquer verdade que sempre nos escapa, mas, pelo menos, da clarificação de problemas que me parecem significativos: para o escritor, para os seus leitores e, em geral, para o conhecimento da escrita literária saramaguiana. Deste modo, os Diálogos com José Saramago revelam muito do seu pensamento estético e da sua forma de estar na vida, como escritor, mas também como cidadão. É isso que agora é de novo disponibilizado a leitores com diversa motivação: do leitor corrente dos romances de Saramago ao estudioso da sua obra, passando pelo professor que trabalha com os seus textos e pelo estudante que os lê. (Da Nota Prévia; Editora da Universidade Federal do Pará, 2018). 
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Eça & Outras, III.ª série, n.º 124, terça-feira, 25 de dezembro de 2018; propriedade dos Amigos do Solar Condes de Resende - Confraria Queirosiana; C.te. n.º 506285685; NIB: 0018000055365059001540; IBAN: PT50001800005536505900154; email: queirosiana@gmail.com; www.queirosiana.pt; confrariaqueirosiana.blospot.com; eca-e-outras.blogspot.com; vinhosdeeca.blogspot.com; coordenação da página: J. A. Gonçalves Guimarães (TE-164 A); redação: Fátima Teixeira; inserção: Licínio Santos; colaboração Dagoberto Carvalho J.or e Manuel Nogueira.