Capítulo extraordinário da Confraria
Nos passados dias 1 e 2 a Confraria Queirosiana organizou uma visita ao Roteiro queirosiano de Leiria. Tendo partido do Solar Condes de Resende pelas sete horas da manhã, os confrades e acompanhantes de Gaia juntaram-se aos de Lisboa no Posto de Turismo da cidade do Lis, tendo em seguida partido para a Marinha Grande onde visitaram o deslumbrante Museu do Vidro
Nos passados dias 1 e 2 a Confraria Queirosiana organizou uma visita ao Roteiro queirosiano de Leiria. Tendo partido do Solar Condes de Resende pelas sete horas da manhã, os confrades e acompanhantes de Gaia juntaram-se aos de Lisboa no Posto de Turismo da cidade do Lis, tendo em seguida partido para a Marinha Grande onde visitaram o deslumbrante Museu do Vidro
Visita ao roteiro queirosiano de Leiria
Da parte da tarde iniciaram a visita na igreja de S. Pedro, junto ao castelo, tendo sido guiados pelo Dr. Orlando Cardoso, autor do roteiro, que viria a ser insigniado como sócio de honra da Confraria, grau louvado, no capítulo extraordinário que ao fim da tarde teve lugar na Junta de Freguesia de Leiria. A delegação da Confraria Queirosiana foi recebida pela presidente Dr.ª Laura Esperança, que presidiu à sessão, sendo ladeada pelo mesário-mor Gonçalves Guimarães, pela Doutora Ana Margarida Dinis Vieira, que na ocasião dissertou sobre a sua tese de doutoramento intitulada As vertentes do olhar na ficção queirosiana, e pelo Dr. Armínio Azevedo da Confraria Gastronómica de Pinhal do Rei.
O mesário-mor fez o elogio do agraciado, que na circunstância recebeu as insígnias da parte da Dr.ª Fátima Teixeira membro da Mesa da Confraria. Seguiu-se a troca de lembranças entre as entidades representadas e os presentes e depois um jantar.
No dia dois, sábado, os participantes dirigiram-se à freguesia de Santa Eufémia para visitarem o Vale e o Centro de Interpretação do Menino do Lapêdo, tendo sido guiados pelo seu descobridor, quando ainda estudante de Património na Universidade de Évora, Dr. Pedro Ferreira.
O mesário-mor fez o elogio do agraciado, que na circunstância recebeu as insígnias da parte da Dr.ª Fátima Teixeira membro da Mesa da Confraria. Seguiu-se a troca de lembranças entre as entidades representadas e os presentes e depois um jantar.
No dia dois, sábado, os participantes dirigiram-se à freguesia de Santa Eufémia para visitarem o Vale e o Centro de Interpretação do Menino do Lapêdo, tendo sido guiados pelo seu descobridor, quando ainda estudante de Património na Universidade de Évora, Dr. Pedro Ferreira.
Visita ao Vale do Lapêdo
Após o almoço na freguesia de Cortes, a comitiva visitou a Casa-Museu João Soares, onde apreciou uma exposição sobre Leiria no tempo das Invasões Francesas e a exposição residente sobre a implantação da Republica e o trajecto político português até à actualidade.
Esta visita, para além da visita ao Roteiro queirosiano de Leiria, teve como objectivo recordar o centenário de Darwin (200 anos do nascimento e 150º aniversário da publicação de A origem das espécies), a evocação dos 200 anos das Invasões Francesas, nas quais lutou na região de Leiria o bisavô dos filhos de Eça de Queirós, Manuel Pamplona Carneiro Rangel, 1º visconde de Beire, e a preparação da evocação do centenário da Republica, que decorrerá em 2010.
Esta visita, para além da visita ao Roteiro queirosiano de Leiria, teve como objectivo recordar o centenário de Darwin (200 anos do nascimento e 150º aniversário da publicação de A origem das espécies), a evocação dos 200 anos das Invasões Francesas, nas quais lutou na região de Leiria o bisavô dos filhos de Eça de Queirós, Manuel Pamplona Carneiro Rangel, 1º visconde de Beire, e a preparação da evocação do centenário da Republica, que decorrerá em 2010.
Local onde Eça se apeou em 1870
O OLHAR DE EÇA
A editora Nova Vega, L.da publicou recentemente a obra As Vertentes do Olhar na Ficção Queirosiana, tese de doutoramento de Ana Margarida Dinis Vieira apresentada em 2006 na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, uma exaustiva abordagem da estrada de dois sentidos que é o acto de olhar na obra de Eça, desenvolvendo a análise desse acto fisiológico pelos domínios do animal, do antropológico, do social e do cultural até à sua magistral utilização pelo escritor como uma ferramenta para criar a obra de arte, neste caso literária.
Em capítulos intensos e bem documentados a autora aborda a “utilização” do olhar na ficção oitocentista, escalpelizando a dicotomia entre o olhar masculino e o olhar feminino, pormenorizando com o caso das diversas figuras queirosianas. Esta abordagem, naturalmente muito erudita, mas aqui explorada de forma agradável e de descoberta permanente, termina com propostas de releitura entre a «ciência do olhar» e a «ciência da paixão».
Se alguém, sem ler o livro, pode pensar que estamos perante mais uma abordagem intelectual das imensíssimas leituras possíveis da obra deste escritor oitocentista com notáveis propostas de permanência que nos levam a lê-lo sempre com prazer, não quero aqui desenganá-lo. O livro é isso mesmo. Mas se se lembrarem que um recente êxito musical do diseur Pedro Abrunhosa é exactamente sobre a sedução do olhar, então esta obra está exactamente a falar, a partir de Eça de Queirós, de algo que é muito caro a qualquer jovem actual de dezoito anos e portanto, não estamos apenas perante uma obra academicamente muito bem elaborada, mas também capaz de nos ajudar a compreender as seduções do olhar no nosso quotidiano em que o telemóvel e a internet levam os nossos olhares escritos a toda a parte, muito para além dos óculos de sol das conveniências sociais e das gradações luminosas deste nosso viver ainda, malgré tout, tão queirosiano.
CONFRARIA DA FOGAÇA NO SOLAR
No passado dia 6 de Maio visitou o Solar uma delegação da Confraria da Fogaça de Santa Maria da Feira, para reunir com a Mesa da Confraria Queirosiana no sentido de serem estreitadas relações entre ambas as instituições e planear projectos conjuntos.
Ao jantar foi servido um queirosiano “cozido à portuguesa” acompanhado com o reserva tinto “Homenagem ao Marquês de Soveral”, a que se seguiram as tradicionais fogaças e queijos feirenses, muito bem acompanhados pelo reserva tawny “Confraria Queirosiana”.
Deste encontro resultaram duas linhas de trabalho a concretizar: a realização de um Roteiro Queirosiano da Terra de Santa Maria e a organização de um encontro de Confrarias do Entre-Douro-e-Vouga no Castelo da Feira a propor à Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas e com a colaboração de outras entidades ligadas à Cultura e ao Turismo.
SINGULARIDADES DE MANOEL
Está nos cinemas a adaptação de Manoel de Oliveira do conto de Eça de Queirós «Singularidades de uma Rapariga Loura» com Catarina Wallenstein, Leonor Silveira, Rogério Samora e Ricardo Trêpa.
Depois do cineasta ter passado por um ciclo camiliano e por um ciclo agustiniano, esta adaptação de um conto do autor de Os Maias transporta as interrogações sobre o afecto e a dureza da realidade quotidiana do século XIX para os nossos dias mostrando a perenidade da fragilidade humana, independentemente do desandar da carruagem das sociedades e das ideologias. Afinal é isso que faz a genialidade dos dois, do José que escreveu, do Manoel que pôs em “fita”. É ler, ver e pensar, minhas senhoras e meus senhores, que a vida é mesmo assim. A Arte é a habilidade de escolher um seu bocado para encaixilhar e isolar do ruído existencial em que estamos mergulhados.
DE NOVO AS MINAS
Ao jantar foi servido um queirosiano “cozido à portuguesa” acompanhado com o reserva tinto “Homenagem ao Marquês de Soveral”, a que se seguiram as tradicionais fogaças e queijos feirenses, muito bem acompanhados pelo reserva tawny “Confraria Queirosiana”.
Deste encontro resultaram duas linhas de trabalho a concretizar: a realização de um Roteiro Queirosiano da Terra de Santa Maria e a organização de um encontro de Confrarias do Entre-Douro-e-Vouga no Castelo da Feira a propor à Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas e com a colaboração de outras entidades ligadas à Cultura e ao Turismo.
SINGULARIDADES DE MANOEL
Está nos cinemas a adaptação de Manoel de Oliveira do conto de Eça de Queirós «Singularidades de uma Rapariga Loura» com Catarina Wallenstein, Leonor Silveira, Rogério Samora e Ricardo Trêpa.
Depois do cineasta ter passado por um ciclo camiliano e por um ciclo agustiniano, esta adaptação de um conto do autor de Os Maias transporta as interrogações sobre o afecto e a dureza da realidade quotidiana do século XIX para os nossos dias mostrando a perenidade da fragilidade humana, independentemente do desandar da carruagem das sociedades e das ideologias. Afinal é isso que faz a genialidade dos dois, do José que escreveu, do Manoel que pôs em “fita”. É ler, ver e pensar, minhas senhoras e meus senhores, que a vida é mesmo assim. A Arte é a habilidade de escolher um seu bocado para encaixilhar e isolar do ruído existencial em que estamos mergulhados.
DE NOVO AS MINAS
Uma antiga edição das Minas de Salomão
Em nova edição de Nelson de Matos chegou ao mercado a tradução de As Minas de Salomão de Rider Haggard, publicada pela primeira vez em 1885 com sucesso continuado. Relatando as explorações e aventuras de um inglês vitoriano em África, com outros livros de igual teor, como A Estrela do Sul de Júlio Verne, este tipo de descrições fantasiam as verdadeiras viagens de geógrafos e outros descobridores do interior do continente que deixaram livros muito mais verdadeiros. Estamos a pensar, por exemplo, em Serpa Pinto, Brito Capelo, Roberto IIvens e outros, verdadeiros “Indiana Jones” do século XIX. Outro aspecto não menos interessante a investigar é o “processo” desta tradução na obra de Eça de Queirós, tendo já sido estudado o que é que o escritor acrescentou ao original, ou seja, o que da sua veia melhorou a estorieta de Haggard.
SERPA PINTO
Promovido pela Associação Cultural Serpa Pinto está a decorrer um ciclo de palestras intitulado «O Explorador Serpa Pinto e o Mundo», com sessões na Casa da Cultura de Cinfães e no Clube Literário do Porto.
Neste último local o novo consócio Mestre Dr. Nuno Resende proferirá no próximo dia 20 de Junho, às 15 horas, uma palestra intitulada «As vistas estereoscópicas da Quinta do Paço (Cinfães, séc. XIX): uma visão de mundos num Portugal em mudança». A sessão terá como moderador o Dr. Manuel Castro Monteiro, vice-presidente daquela associação.
CANONIZAÇÃO DE NUN’ ÁLVARES
Em 25 de Abril, estivemos em Roma, assistindo à cerimónia da canonização do novo Santo Português. Com a Praça de S. Pedro completamente cheia, Sua Santidade o Papa Bento XVI, elogiou os valores de São Nuno, destacando o facto de, mesmo em confrontos militares, ter mantido os valores e princípios cristãos.
Sua Santidade referiu ainda, com particular destaque, a Sua emoção pela presença de tantas personalidades de destaque da vida portuguesa. De assinalar a considerável participação de cidadãos brasileiros traduzida pela exuberante e natural alegria dos mesmos e pelo elevado numero de bandeiras brasileiras presentes.
No dia anterior e na Igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma, o Cardeal Patriarca de Lisboa, durante a vigília de preparação para a cerimónia do dia seguinte, teve ocasião de referir que a figura de D. Nuno é inconciliável com a mediocridade, frisando que a vida do Condestável é «uma denúncia muito grande para os homens do nosso tempo».
Referindo-se ainda á participação oficial portuguesa D. José Policarpo sublinhou: «Penso que foi pouco. Se fosse noutros contextos, o relevo dado seria maior»… «até fiquei contente que a reacção oficial fosse discreta, porque penso que a reacção mais verdadeira compete-nos a nós, a todos os que estão sensíveis a estes valores». Nun’Alvares, Condestável e Santo é o título de um livro de D. António dos Reis Rodrigues, professor de alguns de nós.
Pereira Gonçalves
TOMAR CAFÉ SIM OU NÃO
A lista estava a ficar interminável e muito repetitiva. Por isso decidimos só incluir em cada número as novas sugestões, que às vezes são nomes que já constam da listagem anterior. Voltamos a reafirmar que este passatempo é apenas a expressão da simpatia ou antipatia dos participantes pelos visados, direito inalienável que lhes assiste, e não qualquer outro juízo de valor pela sua pessoa, actos ou obras.
Sim, gostaria de tomar café com:
Dalai Lama, Luis Portela, Miguel Castelo Branco, Patxi Andion, Roxana Siberi.
Não gostaria de tomar café com:
Berlusconi, Condolleza Rice, Dan Harel, Daniel Dayan, Eduardo Costa, Esther Mucznik, Gordon Brown, Jean-Marie Le Pen, Joaquim Rocha, João Lourenço, João Rendeiro, Lopes da Mota, Manuel Pinho, Medvedev, Michael Martin, Pinto Monteiro, Ricardo Rodrigues, Vitor Constâncio.
Eça & Outras, IIIª. Série, n.º 8 – Segunda feira, 25 de Maio de 2009
Cte. n.º 506285685
NIB: 001800005536505900154
IBAN: PT50001800005536505900154
Email : queirosiana@gmail.com
confrariaqueirosiana.blospot.com
eca-e-outras.blogspot.com
Coordenação da página:
J. A. Gonçalves Guimarães (TE-638)
Redacção: Fátima Teixeira
Inserção: Amélia Cabral
Colaboradores desta edição:
J. A. Gonçalves Guimarães;
Fátima Teixeira; Pereira Gonçalves
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