Os que nos governam
O país tem assistido, entre a estupefacção e o divertido, à tardia apresentação de certas partes dos curricula daqueles que nos governam. Enterrada que foi a questão do diploma de engenheiro do Senhor Primeiro Ministro, aliás idêntico ao de milhares de doutores, engenheiros, arquitectos, biólogos e outros diplomados, licenciados, pós-graduados, mestres e doutores que por aí pululam, desta vez ficamos a saber que o Senhor Governador do Banco de Portugal, supremo guardião do nosso ouro, do nosso mealheiro e da gestão das nossas dívidas, além de ser um homem de fé na bondade da espécie humana, dirige um departamento onde uma das virtudes é a ingenuidade. Por sua vez o Senhor Presidente da República, tido como grande economista, aliás, professor catedrático de Economia, ex-Primeiro Ministro, inspirador do Dicionário de Língua Portuguesa onde se deverá ler em breve a palavra cavaquismo e cavaquista, que corresponderá à sua governação dos idos de noventa do século passado quando terá proferido a célebre frase (cito de cor): «raramente tenho dúvidas e nunca me engano», pois Sua Excelência afirmou com a maior humildade perante as câmaras das TVs que aplicou mal as suas poupanças e que com isso perdeu imenso dinheiro, destruindo assim numas breves e hesitantes palavras a aura de economista científico e sagaz que lhe era atribuída pelos milhões de portugueses que nele votaram.
E agora, amigos meus, a quem vamos pedir conselhos para aplicar as nossas quase inexistentes poupanças? Ao Dr. Vale e Azevedo? Ao Dr. Oliveira e Costa? Ao Major Valentim Loureiro? A D. Branca está a gerir o offshore da Madeira?
Realmente é preocupante: a descrença, o anarquismo e os taliban esperam a sua oportunidade nos para mostrarem o que valem face a estes crentes em quem, ingenuamente, ainda confiamos à portuguesa, com pena deles mas não de nós, os que não «podem».
Entretanto, não sei bem por alma de quem, reuniram-se informaticamente uma quantidade muito razoável de sábios das finanças, economia e oficíos correlativos para repensarem os dinheiros da pátria e as suas aplicações, gesto meritório mas que, tal como a bela da fábula, tem pelo menos vários senões: olhando para o painel vemos que muitos destes salvadores têm mais de sessenta anos, o que quer dizer que já tiveram tempo para acumular sabedoria e experiência; vemos também que muitos foram ministros, secretários-gerais, directores-gerais, enfim, responsáveis pela coisa pública. Há também professores, conferencistas, com muitas pós-graduações e MBAs, e aqui o assunto começa a ser grave, pois é gente que tem estado a preparar as novas gerações, se é que não a servir-lhes de modelo. Estamos bem aviados! É que muitos deles falharam, falharam estrondosamente, ainda que com estampido discreto, quando tiveram o poder na mão, quando foi suposto terem feito alguma coisa para melhorar o regabofe nacional saído dos equívocos de Abril, e não o fizeram, nem bateram com a porta. Alguns apenas saíram do poder devido àquele capricho democrático chamado eleições, caso não, ainda lá estavam, a gerir mal, a enganarem-se nas previsões económicas muito mais do que a astróloga Maya. Alguns preparam-se para voltar, para substituírem o ingénuo Constâncio ou os amigos seguríssimos da banca e dos seguros, que falharam porque “tiveram azar”. E assim, com esta científica conclusão sobre os males nacionais, vamos todos agradecidos a pé a Fátima, que para tal não é necessário o TGV.
J. A. Gonçalves Guimarães, cidadão eleitor
Eça de Queirós no 10 de Junho
Na cerimónia de atribuição de condecorações no passado dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas, o Professor Doutor António Barreto, para além das referências ao poeta e até a propósito da instituição do seu dia em 10 de Junho de 1880, citou o que então sobre tal disse Eça de Queirós, palavras bronzinas que ainda hoje colhem para que este não seja apenas um dia habitual em que marcham militares e medalhas ao peito de gente mais ou menos conhecida, às vezes por motivos pouco relevantes, se comparados com a enormidade humana de Camões e da sua portugalidade. Às vezes festeja-se o modelo mas não se lhe estuda a lição, como salientou aquele sociólogo.
Leiria queirosiana
No passado dia 20 de Junho celebrou-se em Leiria a 1.ª edição de Olhares Queirosianos, a recreação da Leiria do século XIX, organizado pela Junta de Freguesia de Leiria. Do programa constou a animação de rua do Roteiro Queirosiano da cidade, um concurso de fotografia e uma mesa redonda na qual falaram os confrades queirosianos Orlando Cardoso, sobre “À volta do Padre Amaro”, e Ana Margarida Vieira Dinis sobre “O olhar na construção do Crime do Padre Amaro”, a qual decorreu na esplanada do Restaurante Porto Artur.
O que talvez mais importe salientar nesta primeira edição foi a adesão do público a todo o programa e também dos restaurantes, onde os empregados trajados a rigor, serviram os pratos que Eça refere nas suas obras.
A Confraria Queirosiana aconselha os seus confrades a colocarem este evento na sua agenda do próximo ano.
Novo livro sobre Eça
No passado dia 24 de Junho, na Livraria Bertrand do Chiado, em Lisboa, pelas 18.30h foi lançado um novo livro sobre Eça de Queirós, de Maria Filomena Mónica, apresentado por António Sousa Homem e Francisco José Viegas, o qual continua a produção sobre temas queirosianos da conhecida socióloga.
Viagem ao Egipto e Israel
Comemorando os 140 anos da viagem de Eça de Queirós e do Conde de Resende ao Egipto e Palestina em 1869, está a ser organizada uma viagem ao Egipto e Israel entre 26 de Dezembro e 3 de Janeiro pelas seguintes entidades, destinada aos seus sócios e acompanhantes: Confraria Queirosiana – Academia Eça de Queirós; Instituto Oriental da Faculdade de Letras de Lisboa; Associação Cultural de Amizade Portugal-Egipto; Associação de Amizade Portugal-Israel e Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arqueologia.
Partindo a 26 de Dezembro de Lisboa por Madrid, a chegada ao Cairo está prevista para as 21, 30 horas. Desta cidade serão feitas excursões a Guiza, Sakara, Mênfis, Alexandria, Suez e Taba, de onde os viajantes seguirão para Jerusalém, onde será festejada a passagem de ano. Daí partirão as visitas a Belém, Jericó, Mar Morto e Tel-Aviv. O regresso a Lisboa está previsto para o dia 3 de Janeiro pelas 23,10.
As inscrições deverão ser feitas para tneves@tuiviagens.pt mencionando a associação em que o viajante está filiado e o seu número de sócio.
Tomar café
Alguns dos nossos leitores, através do email queirosiana@hotmail.com manifestaram-nos o desejo de irem tomar café com: Ana Maria Bettencourt, Carlos Esperança, Delara Derabi, Francisco Louçã, Hans-Peter Martin, João Ubaldo Ribeiro, Mahmoud Abbas, Marinho e Pinho, Pablo Fajardo, Pete Seeger, Rui Tavares, Sequeira Costa, Suu Kyi, Vasco Granja, um variadíssimo leque de personalidades vivas e já falecidas.
Muito maior é a lista daqueles com quem Não querem sequer ir tomar café: Alberto João Jardim, Berlusconi; Condoleeza Rice, Daniel Drumond, Dias Loureiro, Gouveia Barros, Helena Lopes da Costa, João Costa Miranda, João Machado (cap.), João Rendeiro, Manuel Pinho, Netanyahu, Nunes Correia, Oliveira e Costa, Vital Moreira, Vitor Constâncio.
Nesta listagem aparecem nomes já habituais e ilustres desconhecidos, ou mais ou menos. Voltamos a referir que este passatempo não vincula a redacção do Eça & Outras às opiniões expressas, nem é um juízo de valor sobre os nomes referidos. É apenas o direito inalienável de qualquer cidadão do mundo livre de expressar-se publicamente e por escrito sobre esse gesto social tão simples, o de querer, ou não, ir tomar café com qualquer outro cidadão, famoso ou não.
Eça & Outras, IIIª. Série, n.º 9 – Quinta-feira, 25 de Junho de 2009
Cte. n.º 506285685
NIB: 001800005536505900154
IBAN: PT50001800005536505900154
Email : queirosiana@gmail.com
confrariaqueirosiana.blospot.com
eca-e-outras.blogspot.com
Coordenação da página:
J. A. Gonçalves Guimarães (TE-638)
Redacção: Fátima Teixeira
Inserção: Amélia Cabral
Colaboradores desta edição:
J. A. Gonçalves Guimarães;
Fátima Teixeira; Pereira Gonçalves; J. Rentes de Carvalho
O país tem assistido, entre a estupefacção e o divertido, à tardia apresentação de certas partes dos curricula daqueles que nos governam. Enterrada que foi a questão do diploma de engenheiro do Senhor Primeiro Ministro, aliás idêntico ao de milhares de doutores, engenheiros, arquitectos, biólogos e outros diplomados, licenciados, pós-graduados, mestres e doutores que por aí pululam, desta vez ficamos a saber que o Senhor Governador do Banco de Portugal, supremo guardião do nosso ouro, do nosso mealheiro e da gestão das nossas dívidas, além de ser um homem de fé na bondade da espécie humana, dirige um departamento onde uma das virtudes é a ingenuidade. Por sua vez o Senhor Presidente da República, tido como grande economista, aliás, professor catedrático de Economia, ex-Primeiro Ministro, inspirador do Dicionário de Língua Portuguesa onde se deverá ler em breve a palavra cavaquismo e cavaquista, que corresponderá à sua governação dos idos de noventa do século passado quando terá proferido a célebre frase (cito de cor): «raramente tenho dúvidas e nunca me engano», pois Sua Excelência afirmou com a maior humildade perante as câmaras das TVs que aplicou mal as suas poupanças e que com isso perdeu imenso dinheiro, destruindo assim numas breves e hesitantes palavras a aura de economista científico e sagaz que lhe era atribuída pelos milhões de portugueses que nele votaram.
E agora, amigos meus, a quem vamos pedir conselhos para aplicar as nossas quase inexistentes poupanças? Ao Dr. Vale e Azevedo? Ao Dr. Oliveira e Costa? Ao Major Valentim Loureiro? A D. Branca está a gerir o offshore da Madeira?
Realmente é preocupante: a descrença, o anarquismo e os taliban esperam a sua oportunidade nos para mostrarem o que valem face a estes crentes em quem, ingenuamente, ainda confiamos à portuguesa, com pena deles mas não de nós, os que não «podem».
Entretanto, não sei bem por alma de quem, reuniram-se informaticamente uma quantidade muito razoável de sábios das finanças, economia e oficíos correlativos para repensarem os dinheiros da pátria e as suas aplicações, gesto meritório mas que, tal como a bela da fábula, tem pelo menos vários senões: olhando para o painel vemos que muitos destes salvadores têm mais de sessenta anos, o que quer dizer que já tiveram tempo para acumular sabedoria e experiência; vemos também que muitos foram ministros, secretários-gerais, directores-gerais, enfim, responsáveis pela coisa pública. Há também professores, conferencistas, com muitas pós-graduações e MBAs, e aqui o assunto começa a ser grave, pois é gente que tem estado a preparar as novas gerações, se é que não a servir-lhes de modelo. Estamos bem aviados! É que muitos deles falharam, falharam estrondosamente, ainda que com estampido discreto, quando tiveram o poder na mão, quando foi suposto terem feito alguma coisa para melhorar o regabofe nacional saído dos equívocos de Abril, e não o fizeram, nem bateram com a porta. Alguns apenas saíram do poder devido àquele capricho democrático chamado eleições, caso não, ainda lá estavam, a gerir mal, a enganarem-se nas previsões económicas muito mais do que a astróloga Maya. Alguns preparam-se para voltar, para substituírem o ingénuo Constâncio ou os amigos seguríssimos da banca e dos seguros, que falharam porque “tiveram azar”. E assim, com esta científica conclusão sobre os males nacionais, vamos todos agradecidos a pé a Fátima, que para tal não é necessário o TGV.
J. A. Gonçalves Guimarães, cidadão eleitor
Eça de Queirós no 10 de Junho
Na cerimónia de atribuição de condecorações no passado dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas, o Professor Doutor António Barreto, para além das referências ao poeta e até a propósito da instituição do seu dia em 10 de Junho de 1880, citou o que então sobre tal disse Eça de Queirós, palavras bronzinas que ainda hoje colhem para que este não seja apenas um dia habitual em que marcham militares e medalhas ao peito de gente mais ou menos conhecida, às vezes por motivos pouco relevantes, se comparados com a enormidade humana de Camões e da sua portugalidade. Às vezes festeja-se o modelo mas não se lhe estuda a lição, como salientou aquele sociólogo.
Leiria queirosiana
No passado dia 20 de Junho celebrou-se em Leiria a 1.ª edição de Olhares Queirosianos, a recreação da Leiria do século XIX, organizado pela Junta de Freguesia de Leiria. Do programa constou a animação de rua do Roteiro Queirosiano da cidade, um concurso de fotografia e uma mesa redonda na qual falaram os confrades queirosianos Orlando Cardoso, sobre “À volta do Padre Amaro”, e Ana Margarida Vieira Dinis sobre “O olhar na construção do Crime do Padre Amaro”, a qual decorreu na esplanada do Restaurante Porto Artur.
O que talvez mais importe salientar nesta primeira edição foi a adesão do público a todo o programa e também dos restaurantes, onde os empregados trajados a rigor, serviram os pratos que Eça refere nas suas obras.
A Confraria Queirosiana aconselha os seus confrades a colocarem este evento na sua agenda do próximo ano.
Novo livro sobre Eça
No passado dia 24 de Junho, na Livraria Bertrand do Chiado, em Lisboa, pelas 18.30h foi lançado um novo livro sobre Eça de Queirós, de Maria Filomena Mónica, apresentado por António Sousa Homem e Francisco José Viegas, o qual continua a produção sobre temas queirosianos da conhecida socióloga.
Viagem ao Egipto e Israel
Comemorando os 140 anos da viagem de Eça de Queirós e do Conde de Resende ao Egipto e Palestina em 1869, está a ser organizada uma viagem ao Egipto e Israel entre 26 de Dezembro e 3 de Janeiro pelas seguintes entidades, destinada aos seus sócios e acompanhantes: Confraria Queirosiana – Academia Eça de Queirós; Instituto Oriental da Faculdade de Letras de Lisboa; Associação Cultural de Amizade Portugal-Egipto; Associação de Amizade Portugal-Israel e Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arqueologia.
Partindo a 26 de Dezembro de Lisboa por Madrid, a chegada ao Cairo está prevista para as 21, 30 horas. Desta cidade serão feitas excursões a Guiza, Sakara, Mênfis, Alexandria, Suez e Taba, de onde os viajantes seguirão para Jerusalém, onde será festejada a passagem de ano. Daí partirão as visitas a Belém, Jericó, Mar Morto e Tel-Aviv. O regresso a Lisboa está previsto para o dia 3 de Janeiro pelas 23,10.
As inscrições deverão ser feitas para tneves@tuiviagens.pt mencionando a associação em que o viajante está filiado e o seu número de sócio.
Tomar café
Alguns dos nossos leitores, através do email queirosiana@hotmail.com manifestaram-nos o desejo de irem tomar café com: Ana Maria Bettencourt, Carlos Esperança, Delara Derabi, Francisco Louçã, Hans-Peter Martin, João Ubaldo Ribeiro, Mahmoud Abbas, Marinho e Pinho, Pablo Fajardo, Pete Seeger, Rui Tavares, Sequeira Costa, Suu Kyi, Vasco Granja, um variadíssimo leque de personalidades vivas e já falecidas.
Muito maior é a lista daqueles com quem Não querem sequer ir tomar café: Alberto João Jardim, Berlusconi; Condoleeza Rice, Daniel Drumond, Dias Loureiro, Gouveia Barros, Helena Lopes da Costa, João Costa Miranda, João Machado (cap.), João Rendeiro, Manuel Pinho, Netanyahu, Nunes Correia, Oliveira e Costa, Vital Moreira, Vitor Constâncio.
Nesta listagem aparecem nomes já habituais e ilustres desconhecidos, ou mais ou menos. Voltamos a referir que este passatempo não vincula a redacção do Eça & Outras às opiniões expressas, nem é um juízo de valor sobre os nomes referidos. É apenas o direito inalienável de qualquer cidadão do mundo livre de expressar-se publicamente e por escrito sobre esse gesto social tão simples, o de querer, ou não, ir tomar café com qualquer outro cidadão, famoso ou não.
Eça & Outras, IIIª. Série, n.º 9 – Quinta-feira, 25 de Junho de 2009
Cte. n.º 506285685
NIB: 001800005536505900154
IBAN: PT50001800005536505900154
Email : queirosiana@gmail.com
confrariaqueirosiana.blospot.com
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Coordenação da página:
J. A. Gonçalves Guimarães (TE-638)
Redacção: Fátima Teixeira
Inserção: Amélia Cabral
Colaboradores desta edição:
J. A. Gonçalves Guimarães;
Fátima Teixeira; Pereira Gonçalves; J. Rentes de Carvalho
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