Eça & Outras, III.ª série, n.º 207,
terça-feira, 25 de novembro de 2025
IIº Centenário do nascimento de Camilo
Castelo Branco (1825-1890)
A
Coleção Azuaga regressa ao usufruto dos cidadãos
Em quatro salas da ala norte do Solar Condes de
Resende recentemente reencontrou o seu público uma boa parte da coleção
oitocentista organizada por Marciano Azuaga (1840-1905), antigo ferroviário que
foi chefe da estação das Devesas e que em 1904 a doou ao Município de Vila Nova
de Gaia que nunca a tratou devidamente, sequer como decorria do compromisso de
a ter recebido. O Museu Azuaga e o Museu de Numismática eram as duas únicas
coleções públicas locais no princípio do século XX, tendo estado abertas ao público,
em más condições, até aos anos trinta, quando a autarquia decidiu comprar ao
escultor Teixeira Lopes (1866-1942) a casa-atelier onde este vivia e trabalhava
com o seu recheio, que daí em diante passou a ser designada como Casa-Museu com
o seu nome, e onde ele continuou a viver até à sua morte. Esta opção
“encaixotou” as peças daqueles dois “museus”, tendo a coleção Azuaga sofrido
desde então diversas vicissitudes, até que nos anos setenta transitou para uma
arrecadação do novo edifício da Biblioteca Municipal, onde se quedou até aos
anos oitenta afastada do público. Em 1987 transitou para o Solar Condes de
Resende, então ainda em obras de adaptação, que não contemplaram a criação de
salas adequadas para reservas desta coleção.
Com mais de duas mil e setecentas peças provenientes
de todos os continentes, de várias épocas e de diversíssimos materiais, foi
recebendo “incorporações posteriores” aos inventários iniciais, nomeadamente
peças arqueológicas e etnográficas locais ou regionais, além de outra natureza,
que lhe foram sendo acrescentadas. Mas até à década de noventa do século
passado muito poucas destas peças foram estudadas e os seus estudos publicados,
conforme se pode constatar pela sua bibliografia. E, no entanto, a coleção, no
seu todo ou algumas delas, tinham já recebido a atenção de Leite de
Vasconcelos, Ricardo Severo, José Fortes e sobretudo de Armando de Mattos, que
nos anos trinta, como diretor da Biblioteca e dos Museus Municipais de Vila
Nova de Gaia (o Azuaga e o de Numismática), e sobretudo como investigador, não
só sobre elas publicou vários estudos, como os deu a conhecer e tentou impedir
a sua anulação cultural. Quando tal aconteceu, foi-se embora.
Desde então, a falta de quadros profissionais no
município nas áreas da História, História da Arte, Arqueologia, Antropologia
Cultural e Museologia mantiveram a coleção num olvido indicador de forte atraso
cultural. Já vários investigadores compararam esta coleção com a do Museu Allen
do Porto, do Museu de Manchester ou do Museu de Artes e Tradições Populares de
Paris, mas essas coleções caíram em boas mãos, quer autárquicas, quer
universitárias, quer estaduais, para até hoje cumprirem com garbo e novidade as
suas missões. Com a coleção Azuaga, só após a criação do Gabinete de História e
Arqueologia de Vila Nova de Gaia na Faculdade de Letras da Universidade do
Porto em 1982 e da sua implantação como grupo de trabalho autárquico em Vila
Nova de Gaia é que a situação começou a mudar, devagar certamente, mas de forma
decidida. Com a transferência de boa parte da coleção para o Solar Condes de
Resende em 1987, onde já vinham sendo estudadas pelo Gabinete desde 1984 as
peças da Necrópole de Gulpilhares e outras do núcleo de Arqueologia, é que na
realidade começou o estudo pontual de algumas outras peças e núcleos. Como seu
responsável a partir daquela data, não só estudei alguns e os dei a conhecer,
como procurei atrair para essa tarefa, normalmente não remunerada, alguns
especialistas de várias universidades, estagiários académicos bem orientados,
alunos meus da Universidade Portucalense Infante D. Henrique e docentes e
alunos da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto que comigo colaboravam
nas semanas de estudos especializados do Museu de Sítio de Ervamoira no Vale do
Côa, e outros investigadores profissionais com créditos firmados. Tendo a
coleção uma muito significativa variedade e qualidade de núcleos cerâmicos, não
admira que tenha sido em sua volta que se desenvolveram muitos dos seus
estudos, para além de outros trabalhos. Assim foram sendo publicados, ou ainda
estão à espera de publicação, de J. A. Gonçalves Guimarães (espólio do III.º
milénio de Sintra, 1990; cerâmica esmaltada peninsular, 1992; núcleos
cerâmicos, 1996; Bordalo Pinheiro, 1997; Ossela (com António Manuel S. P.
Silva), 1998; retratos reais (com Susana Guimarães), 2000; 2006 e 2008;
faianças, 2001; documentos chineses, 2005; objetos arqueológicos e outros de
Trás-os-Montes e Alto Douro (com Eva Cristina Baptista e Maria de Fátima
Teixeira), 2006; porcelanas chinesas, 2006; núcleo chinês (com Susana
Guimarães), 2010; militária das Invasões Francesas (idem), 2011;
aprestos e arreios equestres (idem), 2016; faiança inglesa, 2011;
arqueologia em geral e vaso grego (idem),
2022; Maria José Lobato (machados de bronze, 1993; necrópole de Gulpilhares,
1996); Maria Cristina de Mendonça (cabeças humanas mumificadas, 1994); Mário
Pedro Ribeiro Cordeiro Peneda (armas de fogo, 1994); Carla Cristina Teixeira
Pinto (cerâmica popular, 1995; Niza e Estremoz, 1996; barros negros, 1997);
Luís Manuel de Araújo (núcleo egípcio, 1995); António Sérgio dos Santos Pereira
(índios do Brasil, 1995); Sónia Oliveira; Isabel Ferreira; Ana Cristina Prata
(azulejos holandeses, 1996); José Manuel Grosso Silva (organismos marinhos,
1997); Sandra Passos Osório Arteiro Moreira (fósseis, 1999); Susana Cistina
Gomes Gonçalves Guimarães (alfaias agrícolas, 2000); Elizabete Maria C. A.
Martins de Carvalho; Paulo António dos S. P. da Rocha (núcleo mineralógico,
2007); Susana Moncóvio (peças artísticas, 2012); e Maria Inês Pires Vinagre
(azulejos, 2019).
Importa também aqui recordar que nesta ação de
valorização da coleção Azuaga várias das suas peças foram, entretanto,
apresentadas em exposições temáticas, não apenas em Vila Nova de Gaia, mas
também na Bretanha, França (Abadia de Daoulas); Lisboa (Museu de Etnologia e
Museu das Comunicações); Oliveira de Azeméis (Museu local); Régua (Museu do
Douro) e Vila Real (Museu de Arqueologia e Numismática).
Deixo aqui um agradecimento muito especial a Susana
Guimarães que durante anos comigo trabalhou no Solar Condes de Resende na
gestão desta coleção, na sua conservação e disponibilização para estudo, tendo
realizado ela própria os trabalhos que acima se indicam e em 2018 comigo
elaborado o estudo «Universalidade da coleção Marciano Azuaga e incorporações
posteriores» desde então ali disponível e recentemente publicado com o título O
Museu Azuaga na génese dos museus gaienses. Vila Nova de Gaia: ASCR –
Confraria Queirosiana, 2025.
Agora que uma boa parte da coleção voltou a
encontrar-se com o seu público com o apoio da vereadora Paula Carvalhal e com a
qualidade profissional pelos colegas João Luís Fernandes e Lídia Baptista, aqui
fica assinalada esta recente reparação que o município de Gaia devia à memória
de Marciano Azuaga e à sua generosidade. E também aos investigadores
profissionais que a mantiveram viva e que, com os seus trabalhos, evidenciaram
a sua mais valia cultural, pelo menos «entre aqueles, porém, felizmente numerosos,
que têm a religião do objeto de arte, e para quem o colecionar é a forma
superior do viver…» (Eça de Queirós, Notas Contemporâneas).
J. A. Gonçalves Guimarães
historiador
XXIII.º Capítulo Anual
No passado dia 22 de
novembro decorreu no Solar Condes de Resende o XXIIIº capítulo da Confraria
Queirosiano com a presença de oitenta confrades e acompanhantes de Portugal e
do Brasil, a partir das 10, 30 da manhã, quando o Secretário de Estado da
Cultura, Dr. Alberto Santos, o adjunto da Câmara Municipal de Vila Nova de
Gaia, Dr. Paulo Ferreira do Amaral em representação do presidente Dr. Luís
Filipe Meneses, J. A. Gonçalves Guimarães, presidente da Confraria Queirosiana
e o Dr. João Fernandes responsável pelo Solar Condes de Resende, estando também
presente a ex-vereadora do pelouro da Cultura da Câmara de Gaia, Eng.ª Paula
Carvalhal na sua qualidade de confrade e dos novos que iam ser insigniados na
sessão que em breve iria decorrer, procederam à abertura ao público da Sala
Rentes de Carvalho que passa ali a homenagear a vida e obra do escritor que
presentemente se encontra em Amsterdam com os seus 95 anos ativos e atentos.
Após este ato dirigiram-se ao salão nobre já cheio de confrades e acompanhantes
onde formaram a mesa e o agrupamento musical Eça Bem Dito entoou o Hino de
Gaia. Seguidamente o presidente da assembleia geral Prof. Doutor José Manuel
Tedim saudou as entidades e associações presentes e lembrou os confrades que
foram distinguidos no ano presente.
Seguidamente
o Prof. Doutor Luís Manuel de Araújo, diretor da Revista de Portugal, apresentou o seu nº 22, a que se seguiu a
interpretação do Hino D. Pedro IV para introduzir o momento da saudação da
Academia Alagoana de Letras feita pelo seu presidente Doutor Alberto Rostand
Lanverly, que na ocasião entregou à Confraria Queirosana uma placa comemorativa
desta visita.
Foram
insigniados os novos confrades, grau leitor: Dr.ª Ângela Moreira; Dandara Correia
de Lima; e Eng.ª Nádia Oliveira. Grau Leitor: Dr. João Bernardo Pena Gouveia de
Campos e Dr. Manuel Gonçalves Morim. Como confrades de honra, grau mecenas, a Dr.ª
Manuela Fernanda da Rocha Garrido; e o Eng.º Mário Armando Martins Duarte;
grau louvado, o Ator Francisco de Assis; grau mecenas, o Dr. Alberto Santos,
secretário de estado da Cultura; escritor e fundador da Escritaria. Pelos
insigniados falou o Ator Francisco de Assis que declamou alguns poemas e
exprimiu o quanto se sentia honrado por passar a fazer parte da confraria
falando seguidamente o Dr. Alberto Santos sobre a vida e obra de Eça de Queirós,
após o que os novos confrades, acompanhados por toda a assistência fizeram o
juramento e entoaram, com os Eça Bem Dito, o Hino da Confraria. A mesa e os
novos confrades dirigiram-se depois ao jardim das Camélias onde depor uma coroa
de loureiro na estátua de Eça de Queirós e fazer as fotografias habituais, bem
assim como na escadaria do pátio do Solar.
O
programa continuou com um almoço numa quinta de eventos perto, no final do qual
atuou a Academia do Fado, da Canção e
da Guitarra de Coimbra aqui representada por Hélder Ribeiro (guitarra); João
Figueiredo (viola); António Ribeiro e Luís Réis (cantores), a que se seguiu um
novo momento literário pelo ator e poeta brasileiro Francisco de Assis, com
poemas de José Régio e prosa de Eça de Queirós.
A ASCR-CQ esteve em…
No
sábado, dia 1 de novembro, os dirigentes J. A. Gonçalves Guimarães e António
Manuel S. P. Silva estiveram na Biblioteca Pública de Perosinho no lançamento
do livro do nosso confrade escritor Afonso Reis Cabral, O Último Avô recentemente
editado pela D. Quixote. Perante uma sala repleta o autor explicou a génese do
livro e as andanças interiores da narrativa até esta forma agora publicada, que
bem trazer ao seu público a problemática das memórias da geração que esteve na
Última Guerra Colonial Portuguesa, no caso vertente a inventar uma narrativa
para esconder frustrações desenvolvidas naquele conflito, uma espécie de trauma
deixado pelo que não foi, mas poderia ter sido. Esta obra foi Prémio Leya e
Prémio Literário José Saramago.
No
dia 20 de novembro, J. A. Gonçalves Guimarães, por convite do Chefe do Estado
Maior do Exército e do Ajudante-General do Exército, esteve presente a
representar a associação no Dia Festivo do Comando do Pessoal do Exército que
decorreu no Quartel de Santo Ovídio no Porto, com a presença das mais altas
hierarquias deste ramo das Forças Armadas, de militares no ativo e na reserva,
pessoal civil, familiares e convidados, durante o qual foi apresentado pelo
coronel Homero Abrunhosa comandante da unidade aquartelada na Serra do Pilar, o
livro por si organizado Quartel da Serra do Pilar: Fé e Fortaleza,
com a presença dos autores (ver abaixo). Seguiu-se um momento musical por uma
orquestra destacada da Banda Militar em que atuaram três dos seus solistas,
seguindo-se um almoço de confraternização.
Nesse
mesmo dia, António Pinto Bernardo, em representação da direção da ASCR-CQ e o
ator Francisco de Assis confrade de honra a ser insigniado dia 22, estiveram
presentes na abertura do Congresso Internacional Eça com Norte nos 180 anos do
seu nascimento, o qual decorreu no Marco de Canavezes no Centro Cultural
Emergente, organizado pela autarquia local com a colaboração da Clepul (Centro
de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias), universidades de Aveiro,
Lisboa, Complutense (Madrid) e Porto (FLUP) e o apoio da Confraria Queirosiana
e da Fundação Eça de Queiroz, ente outras entidades. A conferência de abertura,
sobre o tema «Eça de Queirós e a estética como revolução», foi proferida pela
nossa confrade honorária Professora Doutora Isabel Pires de Lima. Nas diversas
sessões participaram, entre outros, os nossos associados e confrades Irene
Fialho e Mário Cláudio.
Ainda
no dia 20 de novembro, mas às 21 horas, J. A. Gonçalves Guimarães em
representação da direção, participou na 1.ª Mostra Associativa de Canelas
organizada pela respetiva Junta de Freguesia, onde apresentou os objetivos da
associação e as suas principais atividades nesta realização que juntou quinze
coletividades das mais diversas atividades e enquadramentos institucionais da
Igreja Católica, da Igreja Adventista e associações laicas.
A
ASCR-CQ organiza e promove…
Palestra das últimas
quintas-feiras do mês
A
próxima palestra será na quinta-feira, dia 27 de novembro, entre as 18,30 e as
19,30 horas e terá como tema «As capas da nova série da Revista de Portugal» e
será palestrante J. A. Gonçalves Guimarães, presidente da direção da ASCR-CQ.
Curso sobre os 200 anos de Camilo
Castelo Branco
Prossegue no Solar Condes de Resende este curso
livre evocativo dos 200 anos do nascimento de Camilo Castelo Branco (1825-2025)
organizado pela Academia Eça de Queirós dos Amigos do Solar Condes de Resende –
Confraria Queirosiana iniciado a 4 de outubro passado. Depois da primeira lição
proferida pelo Prof. Doutor Sérgio Sousa, da Universidade do Minho, sobre
«Teoria da Literatura: o que é? Para que serve?», a segunda sobre «Camilo Castelo
Branco e Vila Nova de Gaia» realizou-se no dia 11 de outubro, proferida pelo
Prof. Doutor J. A. Gonçalves Guimarães, da Academia Eça de Queirós e a terceira
no dia 25 de outubro sobre «A Gastronomia em Camilo» pela Prof. Dr.ª Elzira
Queiroga, da Casa de Camilo – Centro de Estudos Camilianos de Vila Nova de
Famalicão. No dia 8 de novembro o Dr. João Luís Fernandes falou sobre «Abade
Santana de Mafamude, personagem camiliano» e no próximo dia 29 de novembro, a Prof.ª Doutora Cármen Matos Abreu
falará sobre «Retratos de Gaia pela objetiva literária»
Atividades dos Associados
No
passado dia 7 de novembro no Engenho da Barra, Barra de São Miguel, Alagoas,
Brasil, uma mesa redonda sobre os 200 Anos de Camilo Castelo Branco e das
Relações Diplomáticas entre Brasil e Portugal promovida pela Academia Alagoana
de Letras, na qual foram palestrantes Alberto Rostand Lanverly, Diógenes
Tenório Júnior e Fernando Maciel.
A 22 de novembro o nosso confrade de honra Eng.º Ricardo Charters-d’Azevedo
proferiu uma conferência sobre o Almanach de Gotha na Casa das Artes em Arcos
de Valdevez no âmbito do 7.º Congresso Internacional “A Casa Nobre um
património para o futuro”
Publicações: livros e revistas
No passado dia 20 de novembro no Quartel de Santo
Ovídio no Porto, conforme acima se noticia, foi lançado o livro Serra do Pilar Fé e Fortaleza Faith and
Strength, organizado pelo Coronel Homero Gomes Abrunhosa,
com a colaboração de Micael Angelo de Oliveira Fernández, e a autoria de vários
autores nas suas 168 páginas: J. A. Gonçalves Guimarães que escreveu o capítulo
I. Moldura Paisagística Landscape Framework (pp. 6-16); II. O
Mosteiro, Edificação e Ocupação Religiosa The Monastery, Edification and
Religious Occupation (pp. 7-41); e ainda O culto religioso na Serra
do Pilar The religious worship in Serra do Pilar (pp. 129/130); o capítulo
III, O Quartel da Serra do Pilar ao longo da História é da
autoria do Prof. Doutor Sérgio Veludo Coelho; o capítulo IV, O quartel da
Serra do Pilar desde a segunda metade do século XX, da autoria dos Tenentes
Coronéis José Baptista e Alexandra Nascimento. O capítulo V, Património e
Memória relata diversos aspetos específicos ou muito localizados no tempo,
escritos ou compilados por J. A. Gonçalves Guimarães, Dr.ª Manuela Alves,
Sérgio Veludo Coelho e pelos organizadores da edição, equipa que trabalhou a
partir do Quartel da Serra do Pilar, Vila Nova de Gaia, sendo a edição
inteiramente bilingue da responsabilidade do Exército Português.
A obra foi prefaciada pelo General Chefe do
Estado-Maior do Exército, Eduardo Manuel Braga da Cruz Mendes Ferrão; pelo
Bispo do Porto, Dom Manuel da Silva Rodrigues Linda; pelo Tenente-General
Ajudante-General do Exército, João Pedro Rato Boga de Oliveira Ribeiro, com uma
Introdução do Coronel Comandante do Quartel da Serra do Pilar, Homero Gomes
Abrunhosa. Tem ainda ilustrações especialmente concebidas para esta edição por
Ekaterina Ivannikova, fotografias de Hélder Rodrigues, e o planeamento da
edição da Dr.ª Inês Costa e direção de impressão e design de Dr. Lopes de
Castro e Dr. Pedro E. Santos, e tradução da Dr.ª Maria Elisa Teixeira.
Pela mão da delegação da Academia Alagoana das
Letras (AAL) presente no Capítulo da Confraria chegou-nos à mão a Edição 29 da
sua Revista anual que tem colaboração de membros da entidade editora, da
Academia Brasileira de Letras, da Academia Paulista de Letras e da Confraria
Queirosiana. Com uma introdução de Alberto Rostand Lanverly e um seu artigo nas
páginas seguintes, aí encontramos textos de confrades comuns como Arnaldo Paiva
Filho e Carlos Méro. A Confraria Queirosiana está representada nesta edição por
Alexandre Farinhote, historiador e secretário da direção da ASCR-CQ, com o
estudo «Emigração gaiense para o Brasil durante a 1.ª Grande Guerra», pp.
203-208; J. A. Gonçalves Guimarães, historiador, presidente da direção da
ASCR-CQ e sócio correspondente da AAL, o estudo «O culto de São Gonçalo Garcia:
do Japão para o Porto e daí para o Recife e Alagoas», pp. 209-212; e J. Pereira
da Graça, juiz conselheiro jubilado e associado da ASCR-CQ, com o texto «Camilo
Castelo Branco e a justiça», pp. 213-217.
Como
habitualmente, também neste capítulo da Confraria Queirosiana foi lançado mais
um número, o n.º 22, desta nova série anual, apresentado pelo seu diretor Prof.
Doutor Luís Manuel de Araújo, o qual apresenta o seguinte conteúdo nas suas
páginas: o editorial «Eça de Queirós no Panteão»
subscrito por J. A. Gonçalves Guimarães, seguido do «In
Memoriam de Francisco Javier de Olazabal» associado queirosiano recentemente falecido, a que se seguem os
discursos proferidos no Panteão
Nacional aquando da trasladação no dia 8 de janeiro de 2025 por Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República Portuguesa;
por José Pedro Aguiar-Branco, presidente da
Assembleia da República; a «Evocação fúnebre de Eça de
Queiroz» por Afonso Reis Cabral, presidente da administração da Fundação Eça de
Queiroz e confrade queirosiano; a «Honras
de Panteão Nacional Português a Eça de Queiroz» por Dagoberto Carvalho J.or,
confrade queirosiano do Recife, Brasil. Segue-se o exaustivo artigo «Eça de Queirós na Roménia» por Cristina
Petrescu professora na Universidade de Cluj-Napoca e, abrindo o outro tema
desta revista, o artigo «Camilo a bicentenarizar-se» por J. A. Gonçalves
Guimarães. Segue-se a colaboração dos membros da Academia Alagoana de Letras e
também confrades queirosianos, o texto «O monstro despertado pelas mãos do homem» por Alberto Rostand Lanverly; «Consequências
das publicações das Farpas no Brasil» por Arnaldo Paiva Filho; e «Testemunha de
vista» por Carlos Méro. Segue-se o artigo «Rotary Clube de Lisboa, cem anos de solidariedade»
por Luís Manuel de Araújo que assina as duas seguintes recensões: «Teresa Pinto Coelho, Eça de Queirós no Egipto
e a Abertura do Canal de Suez. Viagem, Orientalismo e Império»; e «António
Carlos Silva, Memórias das Pedras Talhas. Fragmentos da vida de um arqueólogo
acidental», seguindo a recensão de António Manuel S. P. Silva ao livro lançado
na pretérita Feira do Livro do Porto «J. A. Gonçalves Guimarães, Eça &
Outras 2. J. Rentes de Carvalho 95 Anos». Segue-se a «Bibliografia 2024» dos
associados da ASCR-CQ e o «Relatório
de atividades em 2024 da associação Amigos do Solar Condes de Resende – Confraria Queirosiana» e a
divulgação da capa do estudo «O Museu Azuaga na génese dos Museus Gaienses» de
J. A. Gonçalves Guimarães e Susana Guimarães. A capa da revista, da autoria de
António Rua, apresenta sobre uma gravura do Panteão Nacional em 1863 o
cabeçalho registado da revista e as indicações editoriais, as efígies de Eça e
de Camilo a dourado legendadas a caixa alta «EÇA NO PANTEÃO» e «CAMILO 200ANOS»
com o logótipo da ASCR-CQ: na contra-capa o cartaz do curso a decorrer no Solar
Sobre Camilo Castelo Branco, também do mesmo artista gráfico.
«…dentro das prisões estão pessoas. Pessoas como
todas as outras, com defeitos mas também com qualidades ( e tenho visto
reclusos com mais qualidades do que têm pessoas que nunca foram presas),
pessoas possuidoras de afetos, pessoas com famílias que as querem bem, pessoas
que em fases da vida trilharam cainhos que as levaram à prisão». Esta é uma das
frases que o Eng.º Manuel Hipólito Almeida dos Santos, da Obra Vicentina de
Apoio aos Reclusos (O.V.A.R.), nos deixa para reflexão como cidadãos
preocupados com o seu semelhante neste seu livro sobre o Panorama do Sistema Prisional Português, recentemente editado a
propósito de uma amnistia/perdão de penas aceite pela Assembleia da República a
propósito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e da Bula do Papa
Francisco para o Jubileu de 2025, mas rejeitada pela maioria dos partidos
políticos. A obra apresenta uma detalhada análise da atual realidade prisional
em Portugal.
Na
já abundante biografia publicada pelo Doutor Joaquim Armindo Pinto de Almeida
sobressaem os livros de poesia e das suas memórias de vida e dos amigos, de
infância, dos Jovens do Torne, da tropa, de outras lides profissionais e
sociais, de ecologia, de teologia, de ecumenismo, de abraços fraternos. Desta
feita, e tal como o livro anterior assinado simplesmente como Joaquim Armindo, Neste livro onde falamos de ti poesia,
dedicado aos seus netos, apresenta-nos uma mão cheia de reflexões poéticas e de
estórias e pessoas que com o autor calcorrearam em tempos as mesmas ruas de
Gaia e do Porto, emoldurados por uma bela pintura de Isabel Ribas que também lhe
assina o prefácio.
____________________________________________________________
Eça
& Outras, III.ª série, n.º 207, terça-feira, 25 de novembro de 2025;
propriedade da associação cultural Amigos do Solar Condes de Resende -
Confraria Queirosiana (Instituição de Utilidade Pública), Solar Condes de
Resende, Travessa Condes de Resende, 110, 4410-264, Canelas, Vila Nova de Gaia;
C.te n.º 506285685; NIB:
0018000055365059001540; IBAN:
PT50001800005536505900154; email:
queirosiana@gmail.com;
www.queirosiana.pt; confrariaqueirosiana.blospot.com;
eca-e-outras.blogspot.com; vinhosdeeca.blogspot.com; coordenação do blogue e
publicação no jornal As Artes Entre As
Letras: J. A. Gonçalves Guimarães; redação: Fátima Teixeira; inserção:
Amélia Cabral; colaboração: Guilherme Silva, fotografia.







Sem comentários:
Enviar um comentário