Domingo, 25 de novembro de 2012
É a Cultura que temos
Volta e meia tropeçamos em conceitos que nos parecem óbvios, mas não são. A banalização da sua designação é que nos faz crer em tal, mas não é verdade. É o que se passa com aquilo que comummente designamos por Cultura. Toda a gente fala dela, mas poucos saberão do que realmente se trata. Talvez não fosse mal regressarmos aos dicionários, essa espécie de congeladores de pensamento sob a forma de palavras que representam o ponto de chegada de séculos de reflexão e sabedoria. O Dicionário da Língua Portuguesa de Cândido de Figueiredo, de 1949 (14ª edição) diz, entre outras coisas, que Cultura é o «estado de quem tem desenvolvimento intelectual… estudo… elegância, esmero» (vol. I, p. 776, b), o que nos parece uma definição mais linguística do que antropológica. O da Porto Editora, 5.ª edição, anos 60 do século passado, para além do cultivo da lavoura, etimológico, refere aquela mesma definição geral do anterior dicionário mas acrescenta domínios particulares literários, artísticos, das ciências exatas, filosofia, etc. Considera aspetos da herança social dos indivíduos e das coletividades e, por fim lá volta à sabedoria, ao apuro, à elegância (pag. 401, b). Por sua vez a Lexicoteca, Moderna Enciclopédia Universal, Lisboa Círculo de Leitores, 1985, no seu 6º volume pag.ª 165/166, apresenta-nos conceitos de filosofia da Cultura, história da Cultura, elementos, estratos, e ainda de Cultura física, popular e superior, além de expressões similares de outras áreas que não a que agora nos interessa. Poderíamos dar a referência de outras obras mais atuais e profundas, mas que apenas complicariam o que nos propomos aqui analisar de forma simples e direta. Cultura, no sentido erudito, é o conjunto de atividades que estão para além da sobrevivência do individuo e da sociedade e que contribuem para a preservação da memória, da sua interpretação, da sua divulgação agora e da sua transmissão no futuro. A Cultura é pois um bem imaterial, supérfluo, mas o único, perante os valores humanos, capaz de acrescentar mais valia às sociedades. Entendamo-nos: os egípcios não ficaram na história por produzirem muito trigo; os chineses por comerem muito arroz; os americanos por matarem índios; os portugueses por estarem sempre a fugir da sua terra; a Suécia por ter loiras esbeltas; os suíços por guardarem muito dinheiro nos bancos, etc. etc.. Ficam na memória sua e dos outros povos por realizarem atos de cultura materializados em obras filosóficas, peças de Arte, edifícios, e até hábitos de culinária, elegância e de higiene.
Em todas as civilizações a Cultura esteve sempre dependente de produtores (criadores), comentadores (investigadores), e de divulgadores (professores), às vezes aglutinando estas três funções numa só pessoa, tendo como público, mais ou menos interessado, os consumidores, aqueles que depois dos bens essenciais se podem dar ao luxo de despender tempo e dinheiro com a Cultura. Repare-se que, mesmo nas culturas primitivas, só há actividade cultural quando existe alguma acumulação de bens que possibilitem a existência de criadores, de divulgadores e de consumidores, e da materialização dessa atividade cultural em gravura, pintura, escrita, ritualidade, através da possibilidade de ócio de uns e outros para a sua produção e o seu usufruto. Nas sociedades contemporâneas os criadores, os investigadores e os divulgadores profissionalizaram-se mas, ao mesmo tempo, viram-se prejudicados nas suas atividades pela banalização da informações, ainda que ela normalmente corra sem critérios de exigência, de veracidade ou de qualidade.
Temos visto acontecer que, enquanto nas áreas das ciências exatas, económicas, da natureza e da técnica o exercício profissional é fortemente condicionado pela obtenção de títulos académicos fortemente vigiados, não apenas pelas universidades mas também pelas associações profissionais (ordens), nas ciências humanas tal não acontece e o setor está invadido por amadores vindos de outras áreas que não só puxam para baixo a qualidade do produto final apresentado, como descredibilizam o exercício profissional daqueles que fizeram destas áreas o seu ganha-pão. Se refletirmos que a maior parte das universidades, embora prepare investigadores nestas áreas, não lhes indica para a sua sobrevivência qualquer “saída profissional” a não ser como divulgadores (professores), se atentarmos que o próprio sistema de ensino descredibilizou o ensino das Ciências Humanas, se pensarmos que não há qualquer prémio internacional que se veja, nem Nobel nem nada que se pareça para premiar os grandes obreiros da Memória a nível internacional, então perceberemos porque é que os profissionais desta área estão a pensar em mudar de vida. E aqueles que tiverem mais artes divinatórias sempre poderão ir para economistas e fazerem gala pública de adivinharem o futuro… à posteriori.
J. A. Gonçalves Guimarães
Capítulo queirosiano
Aspeto geral do capítulo |
Ontem, 24 de Novembro, véspera de aniversário de Eça de Queirós, realizou-se no Solar Condes de Resende o 10.º Capítulo anual da Confraria Queirosiana, comemorativo do decénio da associação.
A sessão foi presidida por César de Oliveira presidente da mesa de assembleia geral, ladeado pela Dr.ª Amélia Traça, vereadora da Câmara de Gaia em representação do presidente Dr. Luís Filipe Meneses, pelo Prof. Doutor José Manuel Tedim, presidente da direcção, pelo Eng.º Leite da Silva, em representação da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas e por Gonçalves Guimarães, mesário-mor da Confraria.
Com o salão nobre repleto, a sessão foi abrilhantada com um trio de flautas e clavinova da Escola de Música de Perosinho.
Através do lançamento do n.º 9 da nova série da Revista de Portugal foi prestada homenagem aos confrades já falecidos, Joaquim Ferreira Gomes, François Guichard, Maria Madalena de Assunção Gonçalves da Silva, Nelson Cardoso, D. Maria das Dores de Castro d’Eça de Queiroz (Marquesa de Ficalho), Manuel Lopes, Fernando Peixoto, António Ferreira Gomes, D. Emília Cabral, Raul Ferreira da Silva e Manuel Soares Gonçalves, estando presentes alguns dos seus familiares e descendentes. Luís Manuel de Araújo, seu director, entregou também a revista aos autores presentes. Seguidamente foram apresentados os novos confrades de honra e de número, tendo na ocasião sido proclamados confrades honorários o Comendador Fernando Fernandes, representado por suas filhas Susana e Elsa Fernandes, e o Dr. António Gomes da Costa, presidente da direcção do Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro.
Foram depois insigniados os confrades de número, Eng.º Amílcar Barata-Salgueiro; Dr. António Pinto Bernardo; Dr. Lícinio Manuel Moreira Santos; Dr. Manuel Guimarães da Fonseca Nogueira e Eng.º Manuel Pereira Névoa.
Seguidamente foi assinado um protocolo entre os ASCR-Confraria Queirosiana e a Associação da Casa dos professores e Educadores de Gaia, representados no ato pelos professores José Manuel Ribeiro e Pedro Almiro Neves. Após o discurso de encerramento proferido pelo presidente da direção, os presentes foram colocar uma coroa de louros na estátua de Eça de Queirós existente no Jardim das Camélias.
O habitual jantar realizado no pavilhão do Solar, servido pela empresa Gertal e que muito agradou aos presentes pela qualidade da confecção verdadeiramente queirosiana, foi abrilhantado pelo barítono António Rua, que cantou o Hino da Confraria, a melodia popular Rosa Tirana celebrizado pelos “Vencidos da Vida”, com a letra adaptada para a ocasião, e algumas “canções confrádicas” dedicadas às Confrarias do Vinho do Porto, das Tripas, da Doçaria Conventual de Tentúgal, aos queirosianos brasileiros e à Casa Ramos Pinto, acompanhado pela pianista Maria João Ventura.
De seguida atuaram os bailarinos Alexandra Baldaque e Fernando Jorge, campeões da Europa e 16.os do Mundo em Tango Argentino (2012) que se exibiram em tango, milonga e fado dançado.
A noite terminou com o Baile das Camélias que se prolongou até ao novo dia.
Eça de Queirós foi assim condignamente recordado pela sua Confraria.
Rentes de Carvalho no Brasil
J. Rentes de Carvalho com Dagoberto Carvalho J.or, Cristina Carvalho e Zuleide Duarte. |
Entre 15 e 18 de Novembro J. Rentes de Carvalho esteve n Brasil na FLIPORTO, a 8ª Festa Literária Internacional de Pernambuco, que decorreu em Olinda, com a presença de outros escritores portugueses, como Mia Couto e José Eduardo Agualusa, brasileiros como Adriano Suassuna e ainda outros de expressão castelhana e inglesa.
No sábado dia 17 foi recebido por Dagoberto Carvalho J.or presidente da Sociedade Eça de Queiroz do Recife e pelos directores Cristina Carvalho e Zuleide Duarte, que lhe entregaram o diploma de sócio honorário daquela prestimosa instituição pernambucana.
Em 2011 a FLIPORTO recebeu mais de 80 mil visitantes, estimando-se que este número tenha sido largamente ultrapassado no corrente certame já incontornável no panorama cultural do Atlântico Sul e que a cada edição mais se internacionaliza.
Do Brasil recebemos o seguinte texto, que aqui publicamos com autorização do autor:
J. Rentes de Carvalho na FLIPORTO
Já os bons ventos do FESTLATINO haviam trazido ao Recife a professora doutora Isabel Pires de Lima, da Universidade do Porto – confreira, no quadro de honorários da Confraria Queirosiana de Vila Nova de Gaia, ex-deputada à Assembléia da República Portuguesa e ex-ministra da Cultura do país irmão –, quando a FLIPORTO convida para sua versão olindense de 2012, outro grande referencial da literatura lusa contemporânea: José Rentes de Carvalho. A consagrada autora de “As Máscaras do Desengano” (para uma abordagem sociológica de “Os Maias” de Eça de Queirós), falou aos ecianos do Recife, no Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco, evento organizado pela Associação de Estudos Portugueses Jordão Emerenciano, Sociedade Eça de Queiroz e UFPE / Belvidera – Núcleo de Estudos Oitocentistas. Tema: “A paleta de Eça de Queiroz e as artes visuais contemporâneas”.
Vem-nos agora, a oportunidade de conhecer pessoalmente, Rentes de Carvalho, outro integrante do mesmo quadro de honorários, da confraria gaiense que, não por acaso, lhe dedicou – através da admiração e senso de justiça do mesário-mor J. A. Gonçalves Guimarães – o 4º número da Revista de Portugal (2007), em sua terceira fase, contada a história da publicação vitoriosa, a partir da pioneira e parisiense criação de Eça de Queiroz. Eça que ajudou como ninguém, a divulgar na Holanda –, onde Rentes residiu e fez vida acadêmica, como professor de Literatura Portuguesa, da Universidade de Amsterdã – publicando-lhe cinco grandes romances.
Não lhe podendo comentar os livros que apenas conheço por referências de Gonçalves Guimarães – entre os quais “Holandeses” (“Onde vive o outro Deus”, na tradução nederlandesa); “A ira de Deus sobre a Holanda”; “Portugal: um guia para amigos” e “Ernestina” – julgo suficiente, para a admiração que se declara a extraordinária qualidade literária do cronista, depreendida das páginas memorialísticas de “O desaparecer de Lisboa”; bela crônica estampada na mencionada Revista. A outras boas conclusões, quanto ao mérito intelectual do escritor homenageado, chega-se através de muito inteligente – também, pela ótica das oportunas e perspicazes perguntas –, entrevista por ele, recentemente, concedida ao bom condutor da referida Confraria. Vale ouvi-lo em mesa-redonda da FLIPORTO. Os ecianos, o receberemos como Honorário de nossa Sociedade.
De confessada influência eciana, o português de Santa Marinha – encantado reino cultural porto-gaiense – J. Rentes de Carvalho, soma em seu roteiro de vida e conquistas, um tempo brasileiro que o reencontro literário pernambucano resgata e consagra.
Dagoberto Carvalho Jr.
Escritor
Diario de Pernambuco, 17 de novembro de 2012
Congressos e colóquios
No próximo dia 16 de Fevereiro decorrerá em Sintra a Jornada Queirosiana intitulada “O ensino de Eça e o gosto pela leitura”, organizada pela respectiva Câmara Municipal, em que serão oradores J. A. Gonçalves Guimarães, Maria João Simões, A. Campos Matos, Edviges Ferreira e Isabel Alçada. Esta realização tem o apoio de: Centro Cultural Eça de Queirós (Olivais); Centro de Estudos Literários e Literacia; Círculo Eça de Queiroz; Confraria Queirosiana; Fundação Eça de Queiroz; Grémio Literário e Doutor José Rodrigues dos Santos, escritor, jornalista e professor.
Inscrições em: roteiros@cm-sintra.pt.
Nos dias 21 a 23 de Fevereiro decorrerá em Leiria, no Instituto Politécnico, o VIII Forum Internacional de Sinologia no qual serão conferencistas, entre outros, J. A. Gonçalves Guimarães em representação da Academia Eça de Queirós, que irá falar sobre “Macau na Exposição Colonial Portuguesa de 1934: uma viagem à China ao pé da porta”.
Inscrições: ipsinologia@gmail.com
Livros
Vários são os confrades queirosianos que nos últimos tempos têm lançado no mercado livros sobre os mais diversos temas. Assim, Dagoberto Carvalho J.or apresenta-nos “Tempo da Farmácia” lançado a 8 de Novembro no centro de Convenções de Pernambuco; a 11 de Novembro Joaquim Santos lançou em Leiria, na Casa Museu João Soares em Cortes, “Imagens com foco - A cidade e a aldeia”; também nesse mesmo dia no Solar de Louredo em Geraz do Lima, a APHVIN/GEHVID lançou as “Actas do Congresso Internacional Vinhas e Vinhos”, o qual apresenta, entre muitos outros artigos, os dos confrades Francisco Ribeiro da Silva, sobre “Vinha e paisagem nos concelhos de Amarante e Valpaços nos meados do séc. XVIII” e J. A. Gonçalves Guimarães e Susana Guimarães sobre “Vinhos do Douro na Casa dos Condes de Resende”.
No dia 24 de Novembro foi a vez de Beatriz Pacheco Pereira lançar no Palacete dos Viscondes de Balsemão no Porto, o seu último livro intitulado “ O homem que trazia instruções e outras estórias”.
Exposições
Enquanto continua exposto no Solar Condes de Resende o Salon d’Automne queirosiano 2012 até 2 de Dezembro, com pinturas, desenhos, fotografias e cerâmicas dos sócios artistas e outros convidados, no passado dia 10 de Novembro Beatriz Pacheco Pereira apresentou no Espaço REM, no Porto, a sua exposição de esculturas em bronze intitulada “ O olhar e o gesto”.
Conferências e palestras
No passado dia 8 de Novembro Maria Isabel Queiroz Silva de Lacerda proferiu no Arquivo Municipal de Gaia uma conferência intitulada “O traje de outros tempos na freguesia de Mafamude”.
No dia 14 de Novembro e para a associação cultural Amigos de Gaia, J. A. Gonçalves Guimarães falou no Quartel da Serra do Pilar em Vila Nova de Gaia sobre “A batalha de 14 de Outubro de 1832, acontecimento maior do Ceco do Porto”, a propósito dos 130 anos daquela vitória dos liberais.
A equipa das escavações arqueológicas de Crestuma, representada pelo arqueólogo António Manuel Silva e outros colaboradores, esteve recentemente na Universidade de Zamora, Espanha, a 22 de Novembro, e na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa a 24 num colóquio organizado pela Associação dos Arqueólogos Portugueses a apresentar os mais recentes estudos sobre este sítio arqueológico em estudo pelos arqueólogos do Gabinete de História, Arqueologia e Património da Confraria Queirosiana.
Prosseguem entretanto as palestras de quinta-feira à noite no Solar Condes de Resende em Vila Nova de Gaia, em que têm sido oradores J. A. Gonçalves Guimarães, António Manuel Silva e, a 6 de Dezembro, José Manuel Tedim, bem assim como o curso livre “Esplendor da Arqueologia: Ciência, Cultura e Turismo” cuja próxima sessão será a 15 de Dezembro, proferida por Fernando Coimbra sobre “Arte Rupestre Europeia e Arqueologia”.
No dia 27 de Novembro J. A. Gonçalves Guimarães participará numa tertúlia sobre “Cultura e Património”, com Germano Silva, Helder Pacheco e Ilda Figueiredo no atelier de Agostinho Santos, às 21.30 horas.
Federação
A Confraria da Doçaria Conventual de Tentúgal foi eleita no passado dia 26 de Outubro para a direcção da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas, culminando assim um trabalho de anos na divulgação de produtos de excelência da doçaria portuguesa.
Cônsul do México
No próximo dia 10 de Dezembro no Solar Condes de Resende em Vila Nova de Gaia, será oficialmente empossado como cônsul honorário do México pelo embaixador Dr. Benito Andrion o nosso confrade Silva Fernandes. Para o ato está convidado todo o corpo consular da Área Metropolitana do Porto.
Revista de Portugal
No passado dia 24 foi lançado o n.º 9 da nova série da Revista de Portugal apresentado no capítulo da Confraria Queirosiana pelo seu diretor Luís Manuel de Araújo. Este número apresenta uma homenagem e a curta biografia dos confrades que já partiram e ainda artigos de Susana Guimarães, J. A. Gonçalves Guimarães, Anabela Mimoso, Jaime Milheiro, Luís Manuel de Araújo e Adélio Martins. Como habitualmente apresenta ainda a bibliografia dos confrades publicada em 2011 e o relatório de atividades da associação entre 2001 e 2005, que não estava publicado, e o daquele último ano.
A impressão deste número da revista foi patrocinada pela Junta de Freguesia de Canelas, onde se localiza o Solar Condes de Resende. Para além dos associados, esta publicação é distribuída em regime de permuta com cento e vinte instituições em Portugal, restante Europa e Brasil.
Eça & Outras, IIIª. Série, n.º 51 – Domingo, 25 de Novembro de 2012
Cte. n.º 506285685 ; NIB: 001800005536505900154
IBAN:PT50001800005536505900154;Email:queirosiana@gmail.com; confrariaqueirosiana.blospot.com;
eca-e-outras.blogspot.com; coordenação da página; www.queirosiana.pt
J. A. Gonçalves Guimarães (TE-638); redação: Fátima Teixeira; inserção: Amélia Cabral. Colaboração: Dagoberto Carvalho Júnior.
Sem comentários:
Enviar um comentário