domingo, 26 de maio de 2024

 

500 anos do nascimento de Luís de Camões

100 anos do passamento de Teófilo Braga

 

Hinos revolucionários

 

Desde o 25 de Abril de 1974 que uma canção denominada «Grândola Vila Morena» se foi impondo como hino revolucionário em Portugal e fora do nosso país como marca identitária desse momento histórico por ter sido escolhida como sinal de confirmação para o início das operações que derrubaram o regime fascista. Interpretada pelo seu autor e pelos seus companheiros das «canções de intervenção», foi depois cantada por outros intérpretes e agrupamentos musicais, podendo encontrar-se versões de Amália Rodrigues a Joan Baez. Desde tempos antigos que as alterações sociais são acompanhadas por cantigas tradicionais sobre o trabalho ou a sociedade, quantas vezes satíricas ou adaptadas para uma atitude mobilizadora das classes em confronto. Sob a forma de “hinos”, palavra grega que significa “cântico de louvor”, uma sucessão destas canções revolucionárias começou com La Marseillaise, composta em 1792, com música e versos do militar e músico amador Claude Joseph Rouget de Lisle, e inicialmente intitulada Canto de Guerra para o Exército do Reno, o corpo militar da Revolução Francesa que ia enfrentar os invasores austríacos, mas que rapidamente passou a ser mobilizador da própria revolução. Depois de ter sido banido, só em 1879 foi adotado como hino nacional pela França. Enquanto outras revoluções eclodiam noutras latitudes, no Porto ocorre a Revolução Constitucional de 1820, com profundos reflexos no Brasil. E também ela teve os seus hinos, de que aqui recordamos a Canção Constitucional de Vila Nova de Gaia, ou Canção Vilanovense, com música do compositor liberal João António Ribas e versos de Manuel da Silva Passos, o depois famoso Passos Manuel, e impressa em 1826, um hino local que celebrava o apego â Constituição de 1822 a qual devolveu ao município a sua autonomia administrativa. Mas o período liberal, quer em Portugal quer no Brasil, haveria de ser pródigo em hinos, não só porque eles estavam na moda, mas porque D. Pedro I, imperador do Brasil em 1822 e depois momentaneamente rei D. Pedro IV de Portugal em 1826 e depois ainda Duque de Bragança regente em nome de sua filha D. Maria da Glória que sentou no trono após a guerra civil de 1832 – 1834, era compositor com alguns méritos. Recordemos aqui o Hino da Amélia (de Orleães, sua segunda esposa) ou de D. Pedro IV, com música e versos do rei-soldado e datado de 1832 quando as suas tropas de voluntários e mercenários lutavam contra o absolutismo do irmão D. Miguel. Mas uma das mais marcantes revoluções oitocentistas foi a Comuna de Paris, ocorrida entre 18 de março e 28 de maio de 1871, quando a Guarda Nacional e os cidadãos da capital francesa tomaram o poder pelas armas e questionaram qual deveria ser o papel dos cidadãos na organização do poder a todos os níveis da sociedade, não apenas em França, mas em todo o mundo. Recordemos que em 1867 tinha sido publicado O Capital. Crítica da Economia Política, de Karl Marx e nesse mesmo mês de março de 1871 tiveram lugar em Lisboa as Conferências do Casino em Lisboa, entretanto proibidas  pelo governo. É neste contexto que Eugène Pottier, militante anarquista e operário, escreve os versos de L´Internationale, que em 1888 seria musicada por Pierre de Gayter, passando este hino a ser considerado como a canção dos trabalhadores de todo o mundo, além de, entre 1922 e 1944, ter sido o hino da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

         Em Portugal, na sequência do «Ultimato Inglês» de 1890, o músico Alfredo Keil e o poeta e escritor Henrique Lopes de Mendonça compõem o hino patriótico A Portugueza, logo impresso e largamente divulgado e tocado em todas as manifestações políticas, e que seria assumido, com adaptações nos versos, como hino republicano após a revolução de 5 de Outubro de 1910 e daí passar a hino nacional até à atualidade. Se quanto à música estavam todos de acordo, para além de várias adaptações na orquestração e arranjo coral para ser cantado a quatro vozes, já quanto aos versos as opiniões dividiam-se em tantas as versões quantos os partidos e correntes políticas. Uma das menos conhecidas será a proposta para uma versão anarquista da autoria do professor e depois exilado político Roberto das Neves, datada de 1924, que em vez de «heróis do mar» propôs um «herói plebeu».

Os anos vinte e trinta do século passado vão trazer à Europa o fascismo e o nazismo que redundaram na Guerra Civil Espanhola e na Segunda Guerra Mundial, e novos hinos revolucionários aparecem nesse contexto, como Le Chant des Partisans, da autoria de Anna Marly e versos de Maurice Druon e Josephe Kessel, uma das canções da Resistência Francesa em 1941. Após o segundo conflito mundial as potências ganhadoras procuram dominar o mundo: para além do bloco soviético, o imperialismo estadunidense deu origem à Guerra da Coreia (1945-1953), o francês à Guerra da Indochina (1946-1954) e, quando derrotado no campo de batalha, é substituído pelos primeiros que dão origem à Guerra do Vietname (1955-1975). Contra esta última, a juventude norte-americana e os seus cantores divulgam várias canções que se transformam em hinos anti-imperialistas e anti-coloniais, apelando a transformações profundas na sociedade, como foi o caso de We Shall Overcame, que tem as suas origens no século XVII numa canção de pescadores da Sicília depois levada para a Alemanha, onde passou a ser um hino protestante. Chegado ao sul dos Estados Unidos da América, foi a primeira vez publicado como hino afroamericano no início do século XX e nos anos quarenta divulgado como hino dos trabalhadores da Carolina do Sul e do Tenessee. Em 1963 a versão musical e versos de Zilphia Hart., Frank Hamilton, Guy Carawan e Pete Seeger foi divulgada por Joan Baez. Mas também na América do Sul apareceram ditaduras apadrinhadas pelos Estados Unidos que deram origem a regimes militares no Brasil (1964-1985); Argentina (1966-1976) e Chile (1973-1990), motivando canções-hinos como Para Não Dizerem Que Não Falei das Flores, composto em 1968 pelo jurista brasileiro Geraldo Vandré, mas que rapidamente galgou fronteiras na América Latina e em Portugal, mesmo em meios ligados à Igreja Católica.

Em 1974 a Revolução dos Cravos de 25 de Abril consagrou então a canção Grândola, Vila Morena, composta em 1971 pelo cantor de intervenção José Afonso, vindo da prática da canção universitária coimbrã. Se analisarmos a música de todos estes hinos é óbvio que ela tem muito da época em que foram criados, todos eles melodicamente impressivos. Quanto aos versos, entre A Marselhesa e Grândola Vila Morena perpassam as palavras Liberdade, Igualdade, e Fraternidade, um ideal que há mais de 200 anos se ouve cantar um pouco por todo o mundo.

Aos vinte e dois anos de idade Eça de Queirós escreveu: «As revoluções não são factos que se aplaudam ou que se condenem. Havia nisso o mesmo absurdo que em aplaudir ou condenar as evoluções do Sol. São factos fatais. Têm de vir. De cada vez que vêm é sinal de que o homem vai alcançar mais uma liberdade, mais um direito, mais uma felicidade. Decerto que os horrores da revolução são medonhos, decerto que tudo o que é vital nas sociedades, a família, o trabalho, a educação, sofrem dolorosamente com a passagem dessa trovoada humana. Mas as misérias que se sofrem com as opressões, com os maus regimes, com as tiranias, são maiores ainda. (…) As desgraças das revoluções são dolorosas fatalidades, as desgraças dos maus governos são dolorosas infâmias. (Eça de Queirós, Distrito de Évora, 1867). Mas não há revoluções sem hinos.

J. A. Gonçalves Guimarães

historiador

 

Atuação dos Eça Bem Dito; fotografia Fátima Teixeira

Comemorações dos Cinquenta Anos do 25 de Abril

A associação ASCR-Confraria Queirosiana tem participado e realizado diversas atividades que se enquadram nestas comemorações. Assim, depois de no dia 25 de abril ter participado no desfile de associações e coletividades organizado pala Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia que desfilou entre o Jardim do Morro e os Paços do Concelho com a presença de alguns confrades trajados, no dia 26, a habitual palestra das últimas quintas-feiras do mês, mudada para este dia, teve por tema «Hinos Revolucionários dos séculos XVIII ao XX» proferida por J. A. Gonçalves Guimarães, com a atuação do grupo coral Eça Bem Dito dirigido pela pianista Maria João Ventura, com assistência presente e por videoconferência.

No dia 24 de maio, no Centro Recreativo de Mafamude, Vila Nova de Gaia, J. A. Gonçalves Guimarães participou no ciclo de Conversas no CRM sobre o tema «50 Anos de Revolução. A Génese do 25 de Abril» conjuntamente com a Dr.ª Manuela Aguiar, ex-deputada do PSD e ex-secretária de estado das Comunidades Portuguesas, com moderação do Dr. Jorge Filipe Ferreira, tendo a sessão sido abrilhantada com a atuação dos grupos musicais Eça Bem Dito e Intichaski.

 

Curso sobre História Local e Regional

No sábado, dia 4 de maio, decorreu no Solar Condes de Resende a última aula do curso livre «40 anos depois: História Local e Regional», organizado pela Academia Eça de Queirós, grupo de trabalho da ASCR-CQ – Confraria Queirosiana para o ensino, com o patrocínio da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia e a certificação do Centro de Formação de Associação de Escolas Gaia Nascente, proferida pelo Doutor Adrião Pereira da Cunha, doutorado em História Contemporânea pela FLUP, sobre o tema «Reformas e Revoluções do século XX» a que se seguiu um convívio entre professores e alunos presentes.

Apoio a programas associativos e escolas

No passado dia 11 de maio e para o Clube Unesco do Porto, o presidente da direção da ASCR-CQ, Prof. Doutor José Manuel Tedim, historiador da Arte e professor de Património da Universidade Portucalense Infante D. Henrique, apresentado pelo Dr. Manuel Real e integrada no ciclo de conferências «Olhar e sentir a época barroca», dissertou no Espaço Atmosfera M do Porto sobre o tema «Festa Barroca, Arquitetura Efémera». No dia 18 de maio o mesmo Clube, com a colaboração do Dr. Joaquim Pinto da Silva de O Progresso da Foz, realizou uma visita ao Solar Condes de Resende, onde foram recebidos pelo seu responsável, Dr. João Fernandes, que lhes apresentou a instituição e as suas valências e pelo Prof. Doutor J. A. Gonçalves Guimarães da ASCR-CQ que lhes falou desta associação e das suas atividades e publicações, tendo em seguida acompanhado os visitantes até o Coreto de Canelas onde lhes falou deste monumento musical e dos músicos gaienses de nomeada dos séculos XIX e XX, a que se seguiu um almoço convívio entre os participantes num restaurante das redondezas.

No dia 20 a Confraria Queirosiana foi convidada a participar num programa educativo sobre Os Maias organizado pelos professores e alunos da Escola Secundária Manuel Laranjeira de Espinho através da presença dos confrades J. A. Gonçalves Guimarães, Maria de Fátima Teixeira e João Fernandes, que para tal se deslocaram à Câmara Municipal de Espinho onde foram recebidos pela presidente da edilidade, Prof.ª Maria Manuel Barbosa Cruz no átrio dos Paços do Concelho, onde diversas turmas daquela escola evocaram textos de Eça de Queirós que ainda hoje estão atuais. Seguiu-se um desfile pelas ruas da cidade com paragem evocativa na casa onde viveu o médico e escritor Manuel Laranjeira, tendo igualmente sido recordados o pintor Amadeu de Souza Cardozo e o compositor e pianista Alfredo Napoleão, terminando o desfile com uma passagem pelas áreas protegidas das dunas nos limites entre os municípios de Espinho e de Vila Nova de Gaia. No dia 24 esta mesma escola visitou o Solar Condes de Resende e a estátua de Eça de Queirós aí existente, inteirando-se das atividades do Solar e do roteiro queirosiano divulgado pela Confraria que aqui tem a sua sede.

 



Homenagem ao escritor José Rentes de Carvalho

No passado dia 12 de maio o escritor J. Rentes de Carvalho, vindo pela primeira vez de avião de Amsterdam para Portugal, regressou a Estevais do Mogadouro com sua esposa Loëckie, tendo sido recebidos no aeroporto Francisco Sá Carneiro por uma delegação da ASCR-CQ que aí se deslocou para os cumprimentar e antecipar as felicitações pelos seus ativos 94 anos que se completaram no passado dia 15 de maio. Desde 1964 e até 2023, «duas ou quatro vezes por ano», sempre tinha feito esse percurso durante três dias a guiar o seu automóvel pelas estradas de Bélgica, França e Espanha. Entretanto o Município de Mogadouro prepara-lhe uma homenagem no próximo dia 31 de maio dando o seu nome â um equipamento cultural e inaugurando uma sua estátua no largo fronteiro da autoria do escultor Hélder de Carvalho. A ASCR - Confraria Queirosiana estará presente através de alguns membros da direção e vários confrades, tendo entretanto recebido no dia 21 a vereadora do pelouro da Cultura Dr.ª Marcia Barros e a chefe de divisão Dr.ª Marta Madureira daquela autarquia para selecionarem algum espólio à guarda da associação para ser mostrado durante esta homenagem na Biblioteca Pública local.

 

Arqueologia do Castelo de Crestuma

O Gabinete de História, Arqueologia e Património da ASCR – Confraria Queirosiana esteve representado no 7º Congresso da Sociedade de Estudos de Cerâmica Antiga na Hispânia (SECAH) que decorreu em Lisboa nos passados dias 15 a 18 de maio, através do arqueólogo António Manuel S. P. Silva, que em conjunto com o Prof. Doutor Rui Morais, docente da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, apresentaram ali um poster com o estudo das ânforas romanas provenientes das escavações arqueológicas que decorreram no Castelo de Crestuma (Vila Nova de Gaia) entre 2010 e 2015. O estudo revelou, essencialmente, a presença do comércio mediterrânico-atlântico naquela área portuária entre o século I a. C. e o século VII da nossa era.

 


As Artes Entre As Letras

No passado dia 18 de maio, no auditório da Fundação Engenheiro António de Almeida no Porto, decorreu a sessão comemorativa dos 15 anos do quinzenário cultural As Artes Entre As Letras, à qual compareceram, para além do seu corpo de profissionais da administração e redação, também muitos dos seus colaboradores desde o primeiro número e outros mais jovens que se apresentam regularmente com os seus textos nas páginas desta publicações que se tornou incontornável na vida cultural do país. Na mesa que abriu a sessão estavam o Dr. Augusto Aguiar Branco, presidente da instituição de acolhimento e apoiante desde a primeira hora deste projeto; o Prof. Levy Guerra, professor catedrático jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, a Dr.ª Nassalete Miranda diretora do jornal, e Rodrigo Magalhães, doutor em Estudos de Património – História da Arte pela FLUP e colaborador do jornal, tendo todos eles usado da palavra para falarem sobre alguns aspetos do panorama cultural português refletido nesta publicação. A diretora compartilhou a reflexão mais substancial sobre o que foram estes quinze anos referindo todos aqueles que passaram ou permanecem nas páginas que regularmente chegam às mãos dos leitores, recuando a sua atividade até a O Primeiro de Janeiro e o seu caderno literário, artístico e científico.

Este aniversário ficou também assinalado com a edição do número 362 do As Artes Entre As Letras datado de 15 de maio com textos alusivos e reflexivos de muitos dos seus colaboradores habituais. A este evento estiveram presentes o presidente e o secretário da associação Amigos do Solar Condes de Resende – Confraria Queirosiano e vários dos seus associados e confrades, ainda que em representação de outras instituições.

 

Livros

Da autoria de diversos associados e confrades foram publicados os seguintes livros:

Eça de Queirós - Textos de Imprensa III (d’ A Atualidade). Edição de Carlos Reis e Ana Teresa Peixinho. Lisboa: Imprensa Nacional.

«Ao escrever para o jornal portuense A Atualidade, Eça dirigia-se a um público específico e sobretudo fazia-o de um ponto de vista próprio. Vivendo em Inglaterra e colocando-se num específico lugar de enunciação (no caso, Londres, de onde os textos são datados), o cronista compunha uma “correspondência particular”, expressão epigrafada em cada uma das crónicas, e que resulta do nome dado à rubrica do jornal. Ou seja, trata-se de alguém que escreve a partir do centro para a periferia, fazendo-o num duplo registo epistolar e cronístico, uma combinação que encontramos em vários outros momentos e lugares da vida literária de Eça. A feição não propriamente intimista, mas simuladamente privada, destas correspondências estimula a desenvoltura do tom coloquial que nelas se revela. As 15 correspondências que Eça endereçou ao jornal A Atualidade, por encomenda do seu diretor, Anselmo Evaristo de Morais Sarmento, distribuem-se por um lapso de tempo que vai de abril de 1877 a maio de 1878. Ao longo desse período de pouco mais de um ano, o escritor ocupa-se de acontecimentos políticos, sociais, económicos e culturais, dando notícia, para um Portugal então longínquo, do que acontecia na Europa e também na sua periferia (por exemplo, a guerra russo-turca). Mesmo sabendo-se que uma parte substancial daqueles acontecimentos chegava ao conhecimento de Eça pela leitura quase compulsiva da imprensa britânica, fica evidente que os textos daí resultantes exibem muito do estilo e da visão de um grande escritor, então já na plenitude dos seus recursos literários». (Extrato da Nota Prévia)

 

Isabel Lacerda, Vila Nova de Gaia, o seu trajar em tempos idos. Vila Nova de Gaia: FCVNG.

«Este livro foi pensado com um enorme prazer para enaltecer a cultura popular portuguesa e deixar este legado aos vindouros e a todas pessoas que queiram preservar os seus usos, costumes e tradições. Forma dois anos de dedicação pensado para as gentes de Gaia. Todo o material referenciado no livro faz parte do meu espólio pessoal que fui adquirindo ao longo dos anos e que gostaria de oferecer à Câmara para consulta permanente. Este livro não seria possível sem a colaboração da autarquia, das juntas de freguesia e da Federação das Coletividades» (Isabel Lacerda).

O lançamento do livro foi acompanhado de uma exposição sobre o seu conteúdo no Arquivo Sophia Mello Breyner até ao dia 26 de maio.

 

Eduardo Vitor Rodrigues, Mundo em Mudança, 280 páginas. Porto: Ideias de Ler

«Os tempos atuais são muito desafiantes. As dinâmicas sociais nacionais e internacionais exigem uma atitude reflexiva, uma indagação constante e um projeto de enunciados que ousem responder às pessoas e às comunidades.
A Europa, em geral, e Portugal, em particular, constituem-se como territórios de múltiplos movimentos, uns mais evidentes do que outros, uns mais positivos do que outros. Estas dinâmicas ocorrem num contexto de inserção em processos económicos e sociais globais, exigentes em todas as suas vertentes. Importa conhecer, diagnosticar, inquietar e pôr em debate. Igualmente, importa apontar caminhos, definir estratégias, em ambiente mais ou menos académico, mas sempre num debate alargado, para o qual este livro pretende contribuir. O livro organiza-se numa lógica temática e de acordo com as diferentes escalas territoriais, mais ou menos globais, mais ou menos locais. Pretende discutir algumas das dimensões mais relevantes das sociedades atuais, sistematizando debates que importa aprofundar face aos enormes desafios com que nos deparamos, contribuindo dessa forma para o fundamental debate social» (Divulgação Porto Editora).

 

J. Rentes de Carvalho, Cravos e Ferraduras, 192 páginas. Lisboa: Quetzal Editores.

«Um retrato dos últimos anos da vida portuguesa através de personagens escolhidas a dedo. Nenhuma delas é conhecida. Nenhuma delas merece a nossa piedade. Entre o conto e a crónica, trocando os nomes e avariando as grandes teorias sobre o funcionamento da pátria, estes textos de J. Rentes de Carvalho retratam o país com humor, cumplicidade, atrevimento, ou uma compreensão que não pede distância, mas proximidade. Os comportamentos destas personagens não são, na maior parte das vezes, dignos de elogio ou de serem escolhidos como exemplo, não receberão medalhas no Dia de Portugal. Mas são, arrancados à vida desconhecida da província, das vilas e aldeias da pequena pátria, um dos melhores retratos de todos nós, frívolos ou sentimentais, mentirosos ou com um fingido amor pela verdade.» (Divulgação Quetzal).

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Eça & Outras, III.ª série, n.º 189, sábado, 25 de maio de 2024; propriedade da associação cultural Amigos do Solar Condes de Resende - Confraria Queirosiana (Instituição de Utilidade Pública), Solar Condes de Resende, Travessa Condes de Resende, 110, 4410-264, Canelas, Vila Nova de Gaia; C.te n.º 506285685; NIB: 0018000055365059001540; IBAN: PT50001800005536505900154; email: queirosiana@gmail.com; www.queirosiana.pt; confrariaqueirosiana.blospot.com; eca-e-outras.blogspot.com; vinhosdeeca.blogspot.com; coordenação do blogue e publicação no jornal As Artes Entre As Letras: J. A. Gonçalves Guimarães (TE-164 A); redação: Fátima Teixeira; inserção: Amélia Cabral; colaboração: António Manuel S. P. Silva.

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