BIOGRAFIA DO MARQUÊS DE SOVERAL
Apresentação da biografia do Marquês de Soveral
No passado dia 6 de Setembro, integrada nas festas da Vindouro, a grande feira de vinhos e outros produtos do Douro que decorreu em São João da Pesqueira, no Museu Eduardo Tavares foi feita a apresentação pública do livro Marquês de Soveral, Homem do Douro e do Mundo/The Marquis de Soveral, Son of the Douro, Man of the World, de J. A. Gonçalves Guimarães, comentado pelo Prof. Doutor António Barros Cardoso da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, estando na mesa o presidente da câmara, Eng.º António José Lima Costa, a vice presidente Profª Maria do Céu Beires, e o autor.
O apresentador escalpelizou em pormenor a diferença entre as biografias feitas pelos historiadores e aquelas outras escritas por literatos e memorialistas, acentuando os pormenores mais relevantes da biografia daquele diplomata na obra agora apresentada.
José Maria Pinto de Soveral nasceu em 1851 em São João da Pesqueira na Quinta de Cidrô, filho de uma família de proprietários durienses da nobreza regional ligada à Corte e à diplomacia, Luís Maria Pinto de Soveral viria a ser o diplomata mais famoso de Portugal e, como tal, ainda hoje é lembrado em Inglaterra.
Tendo frequentado no Porto a Academia Politécnica, matriculou-se na Escola Naval em Lisboa na Companhia dos Guardas Marinha, mas tudo leva a crer que a sua formação de marinheiro foi feita na armada britânica. Doutorou-se depois em Lovaina em Ciências Políticas, iniciando logo a seguir a carreira diplomática, tendo passado pelas legações de Berlim e Madrid, até se fixar em Londres, onde se empenhou na resolução da difícil situação das relações luso-britânicas logo após o Ultimatum, que culminaram no 2º Tratado de Windsor de 1899.
Conheceu e conviveu com todos os reis e imperadores da Europa, incluindo o Papa e o Presidente da República Francesa e, como Ministro dos Negócios Estrangeiros do governo português, teve um importante papel nas relações de Portugal com as potências europeias e com as respectivas colónias africanas.
Nos anos oitenta fez parte de “Os Vencidos da Vida”, o grupo jantante de intelectuais que acreditava que Portugal se poderia modernizar e colocar ao nível da Europa de então, do qual faziam parte Eça de Queiroz, Oliveira Martins, Guerra Junqueiro, Ramalho Ortigão, entre outros, os quais consideravam o próprio Rei D. Carlos seu confrade suplente.
Durante a sua estadia em Inglaterra tornou-se íntimo do Rei Eduardo VII e das mais importantes personalidades da sua corte. A Rainha Victória condecorou-o e a Rainha Alexandra tinha por ele um enorme apreço. Dele se contam várias histórias cujas peripécias, por inusitadas, entre a ousadia e o charme, acabaram por originar o adjectivo soveralesco. Porém, na realidade, quase só se conhece a sua vida pública, pois, já depois de retirado, recusou um generoso pagamento de um jornal americano para escrever as suas memórias. Mas permaneceu como uma figura incontornável da Bèlle Époque, que podemos encontrar num livro de Sherlock Holmes, em quase todas as revistas ilustradas do seu tempo ou, mais recentemente, numa série da BBC. Era tido como o homem mais elegante de Londres que ditava a moda em Piccadilly e, para as senhoras, the most charming man. Para além destes atributos, pelo menos em jovem, tocava guitarra e cantava o fado e, quando no estrangeiro oferecia um jantar aos amigos brindava-os com um prato de bacalhau acompanhado com champanhe.
Tendo-se demitido do seu cargo após a implantação da República, passou a ser uma espécie de conselheiro de D. Manuel II no exílio, partilhando com ele o seu amor à pátria e a defesa dos interesses de Portugal no mundo.
Como homem do Douro, onde foi proprietário e produtor de vinhos, participou oficialmente na defesa da denominação “Porto” a nível mundial, e jamais esqueceu a sua terra natal e os seus anseios.
Grande português sem dúvida, acabou os seus dias em Paris em 1922, tendo a acompanhá-lo nos últimos momentos a Rainha D. Amélia, que por ele nutria grande estima desde os anos de dedicação ao serviço do Rei D. Carlos e de Portugal como diplomata, como ministro, como conselheiro, como amigo de todas as horas. Foi sepultado como um príncipe na cripta da igreja de Saint Piérre de Chaillot e, anos depois, quando esta sofreu grandes obras, foi transladado para jazigo particular no cemitério Père Lachaise.
Na embaixada de Portugal em Londres existe o seu retrato pintado por Medina, mas, fora das memórias da diplomacia, é hoje praticamente desconhecido aquele que foi um dos portugueses mais famosos do seu tempo a nível internacional. Este livro, na realidade a sua primeira biografia, escrito por J. A. Gonçalves Guimarães, historiador que se tem devotado ao estudo das relações do Vale do Douro com o mundo, nomeadamente no século XIX e autor de numerosos trabalhos sobre o país do Vinho do Porto, apresenta as facetas documentadas da vida do português que, segundo a escritora inglesa Virgínia Cowes, era «encantador, urbano, polido e espirituoso. Adorava mulheres e era tido como o melhor dançarino da Europa» e, citando Sir Frederick Ponsonby, um seu contemporâneo, «ele era universalmente popular em Inglaterra…onde fez amor com todas as mais belas mulheres e onde todos os homens importantes eram seus amigos». Agora que Portugal se encontra na ribalta política da Europa e do Mundo através da participação de personalidades portuguesas em lugares de destaque, esta biografia, muito ilustrada, apresenta também a versão inglesa do texto por Karen Bennett, com o objectivo de que os estrangeiros, sobretudo os que visitam o Douro, conheçam os antecedentes portugueses do Marquês de Soveral, Homem do Douro e do Mundo, edição conjunta do Município de São João da Pesqueira e das Edições Gailivro.
CONFRARIA QUEIROSIANA RECEBE O PRESIDENTE DA SOCIEDADE EÇA DE QUEIROZ DO RECIFE
No passado dia 6 de Setembro, integrada nas festas da Vindouro, a grande feira de vinhos e outros produtos do Douro que decorreu em São João da Pesqueira, no Museu Eduardo Tavares foi feita a apresentação pública do livro Marquês de Soveral, Homem do Douro e do Mundo/The Marquis de Soveral, Son of the Douro, Man of the World, de J. A. Gonçalves Guimarães, comentado pelo Prof. Doutor António Barros Cardoso da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, estando na mesa o presidente da câmara, Eng.º António José Lima Costa, a vice presidente Profª Maria do Céu Beires, e o autor.
O apresentador escalpelizou em pormenor a diferença entre as biografias feitas pelos historiadores e aquelas outras escritas por literatos e memorialistas, acentuando os pormenores mais relevantes da biografia daquele diplomata na obra agora apresentada.
José Maria Pinto de Soveral nasceu em 1851 em São João da Pesqueira na Quinta de Cidrô, filho de uma família de proprietários durienses da nobreza regional ligada à Corte e à diplomacia, Luís Maria Pinto de Soveral viria a ser o diplomata mais famoso de Portugal e, como tal, ainda hoje é lembrado em Inglaterra.
Tendo frequentado no Porto a Academia Politécnica, matriculou-se na Escola Naval em Lisboa na Companhia dos Guardas Marinha, mas tudo leva a crer que a sua formação de marinheiro foi feita na armada britânica. Doutorou-se depois em Lovaina em Ciências Políticas, iniciando logo a seguir a carreira diplomática, tendo passado pelas legações de Berlim e Madrid, até se fixar em Londres, onde se empenhou na resolução da difícil situação das relações luso-britânicas logo após o Ultimatum, que culminaram no 2º Tratado de Windsor de 1899.
Conheceu e conviveu com todos os reis e imperadores da Europa, incluindo o Papa e o Presidente da República Francesa e, como Ministro dos Negócios Estrangeiros do governo português, teve um importante papel nas relações de Portugal com as potências europeias e com as respectivas colónias africanas.
Nos anos oitenta fez parte de “Os Vencidos da Vida”, o grupo jantante de intelectuais que acreditava que Portugal se poderia modernizar e colocar ao nível da Europa de então, do qual faziam parte Eça de Queiroz, Oliveira Martins, Guerra Junqueiro, Ramalho Ortigão, entre outros, os quais consideravam o próprio Rei D. Carlos seu confrade suplente.
Durante a sua estadia em Inglaterra tornou-se íntimo do Rei Eduardo VII e das mais importantes personalidades da sua corte. A Rainha Victória condecorou-o e a Rainha Alexandra tinha por ele um enorme apreço. Dele se contam várias histórias cujas peripécias, por inusitadas, entre a ousadia e o charme, acabaram por originar o adjectivo soveralesco. Porém, na realidade, quase só se conhece a sua vida pública, pois, já depois de retirado, recusou um generoso pagamento de um jornal americano para escrever as suas memórias. Mas permaneceu como uma figura incontornável da Bèlle Époque, que podemos encontrar num livro de Sherlock Holmes, em quase todas as revistas ilustradas do seu tempo ou, mais recentemente, numa série da BBC. Era tido como o homem mais elegante de Londres que ditava a moda em Piccadilly e, para as senhoras, the most charming man. Para além destes atributos, pelo menos em jovem, tocava guitarra e cantava o fado e, quando no estrangeiro oferecia um jantar aos amigos brindava-os com um prato de bacalhau acompanhado com champanhe.
Tendo-se demitido do seu cargo após a implantação da República, passou a ser uma espécie de conselheiro de D. Manuel II no exílio, partilhando com ele o seu amor à pátria e a defesa dos interesses de Portugal no mundo.
Como homem do Douro, onde foi proprietário e produtor de vinhos, participou oficialmente na defesa da denominação “Porto” a nível mundial, e jamais esqueceu a sua terra natal e os seus anseios.
Grande português sem dúvida, acabou os seus dias em Paris em 1922, tendo a acompanhá-lo nos últimos momentos a Rainha D. Amélia, que por ele nutria grande estima desde os anos de dedicação ao serviço do Rei D. Carlos e de Portugal como diplomata, como ministro, como conselheiro, como amigo de todas as horas. Foi sepultado como um príncipe na cripta da igreja de Saint Piérre de Chaillot e, anos depois, quando esta sofreu grandes obras, foi transladado para jazigo particular no cemitério Père Lachaise.
Na embaixada de Portugal em Londres existe o seu retrato pintado por Medina, mas, fora das memórias da diplomacia, é hoje praticamente desconhecido aquele que foi um dos portugueses mais famosos do seu tempo a nível internacional. Este livro, na realidade a sua primeira biografia, escrito por J. A. Gonçalves Guimarães, historiador que se tem devotado ao estudo das relações do Vale do Douro com o mundo, nomeadamente no século XIX e autor de numerosos trabalhos sobre o país do Vinho do Porto, apresenta as facetas documentadas da vida do português que, segundo a escritora inglesa Virgínia Cowes, era «encantador, urbano, polido e espirituoso. Adorava mulheres e era tido como o melhor dançarino da Europa» e, citando Sir Frederick Ponsonby, um seu contemporâneo, «ele era universalmente popular em Inglaterra…onde fez amor com todas as mais belas mulheres e onde todos os homens importantes eram seus amigos». Agora que Portugal se encontra na ribalta política da Europa e do Mundo através da participação de personalidades portuguesas em lugares de destaque, esta biografia, muito ilustrada, apresenta também a versão inglesa do texto por Karen Bennett, com o objectivo de que os estrangeiros, sobretudo os que visitam o Douro, conheçam os antecedentes portugueses do Marquês de Soveral, Homem do Douro e do Mundo, edição conjunta do Município de São João da Pesqueira e das Edições Gailivro.
CONFRARIA QUEIROSIANA RECEBE O PRESIDENTE DA SOCIEDADE EÇA DE QUEIROZ DO RECIFE
Dagoberto Ferreira de Carvalho Júnior, médico, professor e historiador, nasceu em Oeiras, Piauí, a 9 de Maio de 1948. É formado em Medicina e Mestre em História pela Universidade Federal de Pernambuco, onde defendeu a tese A Talha de Retábulos no Piauí, publicada em 1990 e reeditada em 2005. Foi professor visitante da Universidade Estadual do Piauí.
Pertence à Sociedade Brasileira de Pediatria, Associação Piauiense de Medicina, Associação Médica Brasileira, Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, Instituto Histórico de Oeiras, Comité Norte - Nordeste de História da Arte, Sociedade Brasileira de Escritores Médicos, Academia Piauiense de Letras e presidente da Sociedade Eça de Queiroz do Recife, fundada em 1948.
Além de colaborador assíduo do Diário de Pernambuco, onde tem uma crónica quinzenal, e em muitos outros periódicos, publicou: História Episcopal do Piauí, 1980; Passeio a Oeiras, 1982; A Obstetrícia no Piauí, 1989; A Talha de Retabulos no Piauí, 1990 e 2005; A Palavra e o Tempo, 1992; A Cidade do Espírito - Considerações sobre a Arte Sacra na obra de Eça de Queiroz, 1994; Eça e Gilberto na Fundação Joaquim Nabuco (org.), 1997; Eça de Queiroz - Retratos de Memória, 2001 e A Boa Mesa de Eça de Queiroz, 2008.
É certamente um dos maiores divulgadores da vida, da obra e do espírito universalista de Eça de Queirós no Brasil e, através de um apreciável reflexo cultural atlântico, também em Portugal, por nos devolver engrandecida a visão brasileira do caleidoscópio linguístico, literário, histórico, social e estético eciano; por isso será feito sócio de honra dos Amigos do Solar Condes de Resende - Confraria Queirosiana, como Grão-louvado em Capítulo extraordinário que terá lugar no Solar Condes de Resende no dia 13 de Outubro de 2008, segunda-feira, pelas 18 horas.
Dagoberto Carvalho J.or
Salon d’Automne queirosiano 2008
No próximo dia 27 de Setembro, pelas 17.30 horas, abre ao público no Solar Condes de Resende a terceira edição do Salon d’Automne queirosiano 2008, com a presença de trabalhos de Amélia Traça, Alexandre Rufo, António Pinto, António Rua, Cerâmica do Douro, Dulce Barbosa, Ilda Gomes, Maria Prada, Natércia Barbosa, Rosário Sousa, Simões Duarte, Susana Guimarães e Valença Cabral. A mostra estará patente ao público até ao final do mês de Outubro.
As obras expostas vão desde a pintura a óleo, passando pela porcelana e pela escultura em pedra até uma instalação que representa o Centro Histórico de Gaia, juntando artistas amadores e profissionais que têm como elo comum o serem todos sócios da Confraria Queirosiana.
BIOGRAFIA DE SERPA PINTO
No passado dia 13 de Setembro na Junta de Freguesia de Tendais, concelho de Cinfães, foi apresentada publicamente a biografia de Serpa Pinto, o famoso africanista do século XIX, da autoria do historiador Nuno Resende. A sessão foi presidida pelo juiz Dr. Fernando Vasconcelos, vice-presidente da Associação para a Defesa do Vale do Bestança, editor da obra, ladeado por José Carlos Rodrigues, presidente da junta de freguesia da terra da naturalidade do biografado, pelo historiador J. A. Gonçalves Guimarães, que fez a apresentação da obra, e pelo autor, segundo o qual, Serpa Pinto, foi «o primeiro homem moderno português» a ter prestígio internacional, tendo o seu livro Como eu atravessei África, editado pela primeira vez em 1881, sido logo traduzido para as restantes línguas europeias em sucessivas edições.
Esta biografia vem apresentar a verdade histórica sobre este condiscípulo de Eça de Queirós no Colégio da Lapa que, também, faleceu em 1900.
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Eça & Outras, IIIª. série, n.º 1 - Quinta-feira, 25 de Setembro de 2008
Cte. nº 506285685
NIB: 001800005536505900154
IBAN: PT50001800005536505900154
Email: queirosiana@gmail.com
confrariaqueirosiana.blogspot.com
eca-e-outras.blogspot.com
Coordenação da página:
J. A. Gonçalves Guimarães (TE - 638)
Redacção: Fátima Teixeira
Inserção: Amélia Cabral
Colaboradores desta edição: J. A. Gonçalves Guimarães; Gailivro;
Sociedade Eça de Queiroz do Recife; Fátima Teixeira
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