Ano Europeu do
Património Cultural: 2018 e depois
Vai longe o tempo quando em 1977 o
Conselho da Europa publicou o livro Un
avenir pour notre passé. Patrimoine Architectural Europeen, edição
trilingue, com textos introdutórios de várias personalidades europeias, além da
Carta Europeia do Património Arquitetónico e da Declaração de Amsterdam de
1975, no qual apareciam referidos sítios tão desconhecidos como Antalya ou
Rolandseck, mas também Berlim, Istambul ou Veneza, além de vilas e cidades
portuguesas, aí apontadas não tanto como exemplos a seguir, mas mais então como
interrogações onde se punham em prática soluções consideradas adequadas a cada
caso para preservar tão diversos testemunhos de memórias do passado, dar-lhes
algumas novas capacidades para perdurarem no tempo e os edifícios e sítios aí
apresentados estarem preparados para o usufruto dos cidadãos, então não apenas
para os turistas, mas sobretudo para os residentes que os deveriam manter
vivos. Ou seja, transformar a arquitetura histórica em património integral
incluindo obviamente o património humano. Desde então não só muita água correu
entre as margens do Sena, do Danúbio e de muitos outros rios da Europa, como o
conceito de Património se foi consolidando como disciplina autónoma, já não lhe
bastando apenas o exercício da arquitetura, não sendo já possível, sob risco de
fraude, de dispensar a geologia e a arqueologia, a história científica e não a
literária, as melhores propostas das engenharias, as mais recentes técnicas de
restauro, e mesmo os estudos de psicologia de massas e os de gestão e
marketing, não só para exponenciar a mais valia efetiva de cada elemento ou
conjunto patrimonial, para o tornar rentável no sentido de uma possível
autosustentabilidade, mas também para o defender da mistificação pseudocultural
promovida por sociedades financeiras que, em detrimento da história e da
exegese científica, às quais não chegam (nem querem chegar), preferem as
mistificações a que chamam “cultura de massas”, trocando facilmente Carlos
Magno pelo Rato Mickey e achando que são equivalentes, ou pespegando venezas e
pirâmides egípcias onde desembarcam milhões de deambulantes apressados entre o
avião e o autocarro, saboreando uma fast
culture omnipresente, efemerizada em intermináveis imagens de telemóvel.
Aqueles a que já em 1997, J. Rentes de Carvalho,
num texto tão antológico quanto profético, designava como “A Praga”, dando como
exemplo «os onze milhões de basbaques que anualmente passam as portas da
catedral de Notre Dame em Paris… para ir ver e dizer que viram».
Como entretanto o fenómeno do Turismo
também cresceu desmesuradamente, sendo hoje um dos mais marcantes eixos de
desenvolvimento da sociedade atual, com os seus enormes ganhos para a economia,
mas quase sempre esmurrando continuadamente a cultura e o próprio património,
já em 2014 surgiu a ideia de interrogar estas realidades, depois formalizada
pela Comissão Europeia em 2016 e, neste ano de 2018, no Ano Europeu do Património
Cultural, evento que em Portugal teve elevada adesão, a par da Alemanha e da
Irlanda. Mas se tal euforia contou com inúmeras visitas a rotas patrimoniais,
encontros e congressos, exposições, oficinas, espetáculos, publicações,
festivais, campanhas, animações, concursos, recriações, filmes, multimédia e
performances, a investigação e a elaboração conceptual, necessariamente
profissionais, demoradas e com linguagem própria, por dificilmente se
articularem com os imediatismos das políticas atuais, foram obviamente
marginalizadas nos programas elaborados pelas mais diversas entidades
intervenientes.
Não se trata aqui de denegrir, ou sequer
de minimizar, a importância deste projeto de inegável alcance, tão cultural
quanto social, cujo interesse maior estará em «…combater a ignorância e a
mediocridade através da compreensão donde vimos e para onde vamos», como
escreveu Guilherme d’ Oliveira Martins, o seu coordenador nacional, na
comunicação apresentada na Conferência Património Cultural – Desafios XXI realizada
no passado dia 25 de novembro em Lisboa. Trata-se aqui tão somente, agora que
este Ano Europeu do património se aproxima do fim, de começar a exigir de nós próprios, como coordenador e
interventor em ações que nele se quiseram enquadrar, e de outros em iguais
circunstâncias, a necessária reflexão para assegurar que o mesmo valeu a pena e
que as ações propostas e executadas não foram meros fogachos efémeros para
cumprir programa e calendário, como cremos que o foram muitas das que apanharam
a boleia do evento. E de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para «não
deixar o património ao abandono, fazer inventários fiáveis e exaustivos,
recorrer aos melhores especialistas para a sua preservação e estudo, mobilizar
a sociedade civil e incentivar o interesse do público para os diversos domínios
da vida cultural, artística, científica ou técnica», como também escreveu
aquele autor no dia seguinte na revista Ipsilon,
ao assinalar a atribuição do Prémio Europeu Helena Vaz da Silva 2018 a Bettany
Hughes, a historiadora da «leitura dinâmica das raízes, da História, do tempo,
das culturas, dos encontros e desencontros, numa palavra: da complexidade». Sem
história não há património e sem uma visão alargada da história europeia o
património reduzir-se-á a localismos mais ou menos exóticos.
Importa pois agora, da vasta seara
semeada, arrancar as ervas daninhas do efémero, do circunstancial e do
oportunista, deixando que perdure a ação dos profissionais do património,
porque, não tenhamos dúvidas, apesar da diversidade de conceções e opiniões
existentes sobre esta disciplina académica, ele é um dos temas de maior
consenso e que gera os maiores pretextos de convívio e amizade entre os povos.
E por isso também ele tem os seus inimigos, que muitas vezes começam apenas por
ser os seus banalizadores que o reduzem ao imediatismo de um quotidiano
fatureiro. Mas o património é muito mais do que isso, sendo mesmo nos dias que
correm a âncora secular e civilizacional da nossa eternidade possível.
J. A. Gonçalves
Guimarães
mesário-mor
da Confraria Queirosiana
Eventos passados
J. A. Gonçalves
Guimarães; Dagoberto Carvalho J.or e José Manuel Tedim
No Capítulo da Confraria
Queirosiana de Vila Nova de Gaia, Portugal
Como iniciar este ‘canto’ de entrada
ritual do XVI Capítulo Geral da Confraria Queirosiana, de Vila Nova de Gaia,
sem transportar-me – ainda que em espírito e ele jamais esquecerá os
pontificais católico-episcopais da quase tricentenária catedral diocesana de
minha cidadela de Oeiras do Piauí, no Brasil; Oeiras do nascimento e da vida
inteira – para uma daquelas solenes liturgias da velha Igreja Católica
Apostólica Romana (ainda pré-conciliar); senão, ali, capitulares,
tradicional-episcopais, em sua verdadeira essência. Igualmente protocolares, as
duas experiências. A de ontem, para o aluno do velho Ginásio, mais diocesano
que municipal; a de hoje por seu caráter ritualístico e a oportunidade de
estarmos todos (ou em sua grande maioria), juntos, aqui, sob a inspiração
tutelar de José Maria Eça de Queiroz.
Para chegar, acompanho-me da arqueóloga
e historiadora Susana Cristina Gomes Gonçalves Guimarães que me autografou seu
magnífico livro A Quinta da Costa em
Canelas (Família, Patrimônio e Casa,
1766-1816) – com simpatia, como simpática, escreveu na dedicatória, no dia,
mesmo, (13 de outubro de 2008), de minha primeira visita ao Solar Condes de
Resende e ‘insigniação’ como ‘Grão Louvado da Confraria Queirosiana de Vila
Nova de Gaia’. Nunca mais esqueci suas boas lições, como não me perco no
caminho de volta à Quinta e à Confraria, onde seu pai – nosso erudito, operoso e cavalheiro (em grande estilo,
à moda das melhores tradições da ilustre Casa revisitada) – recebeu-me, suprema
bondade de todos os confrades de número, como Grão Louvado. O que, de muito fiz
para tanto merecê-lo, perguntarão os que de outra seara literária sejam; não,
decerto, nosso Mesário-Mor escritor, historiador e patrimoniólogo (searas do
saber em que, também, ouso trabalhar, em Pernambuco), J. A. Gonçalves Guimarães
(a quem tanto fiquei e continuo a dever), mestre, mestríssimo em tudo que faz e
escreve. E, mérito seu, maior e, igualmente, reconhecido, o de condutor e
porta-estandarte da Confraria que nos une e, internacionalmente, representa. Sou-lhes
– a todos – reconhecido.
Outras duas vezes estive em Canelas e na
Confraria. Já, então, como um dos seus. Uma formalmente – em companhia de Ana
Cristina e Fátima Carvalho –, noite festiva, com sessão solene, música e
jantar, em que recebi réplica da ‘badine’ de Eça de Queiroz e apresentei novo
livro. Outra, acompanhado por Cristina, petit
comité, em tradicional restaurante gaiense, representada – a Confraria –
por seu Mesário Mor J. A. Gonçalves Guimarães, Dra. Suzana Moncóvio e o casal
Maria Carolina e Desembargador Antônio Alberto Calheiros Lobo.
Chego hoje, trazido, também, pela
‘Revista de Portugal’, velho e sugestivo título de publicação criada e dirigida
– em Paris – pelo nosso patrono Eça de Queiroz, que circulou entre julho de
1889 e maio de 1892; não esquecido de que personagens seus Carlos Eduardo e
João da Ega já a haviam concebido “como um aparelho de educação superior”, n’ Os Maias.
A ‘Revista’ tornou-se para mim (como,
acredito, para os ecianos, todos, e seus leitores, como um todo) ‘ponto de
encontro’ com a Confraria, garantido pelo Mesário-mor J. A. Gonçalves
Guimarães. No meu caso, também, pelas notícias das visitas e passagens por
Portugal e resenhas de livros novos, até que o n. 11, referente ao ano de 2014,
reproduzisse – com destaque – a capa de meu De lembrança em lembrança – Eça de Queiroz e outras memórias. O n.
12, do ano seguinte, transcreveu-me, logo após o editorial, o artigo (de
saudade) ‘Por quem os sinos dobram?’ – homenagem póstuma à Beatriz Berrini –,
publicado, originalmente, no Diario de
Pernambuco de 2 de novembro de 2015. E na seção ‘Bibliografia’ referente ao
ano, notícia com foto colorida, da ‘receção a Dagoberto Carvalho J.or e
embaixador Gelson Fonseca J.or. (cônsul do Brasil no Porto), no solar Condes de
Resende’. No n. seguinte, 14, referente a 2017, veio o que se poderia chamar de
‘consagração’, com a publicação completa de ensaio meu, sobre Arte Sacra e
Religiosidade: ‘São Gonçalo de Amarante, o Santo que não foi e é. Contribuição
ao estudo de um devocionário’.
Não poderia continuar falando de
‘informativos’ da Confraria sem referir-me a esse outro veículo de comunicação
e divulgação da causa que abraçamos e que nos garante espaço e ressonância na
grande imprensa de nossos dias, ‘Eça
& outras’, que nos mantem unidos – a 25 de cada mês (data do
aniversário de EQ) – pela internet, transformada em vínculo intelectual entre o
criador do segundo e definitivo Fradique Mendes e cada um de seus leitores e
críticos de todas as latitudes. Tempo
que passa. Eça de Queiroz que fica!
No ‘Eça & outras’ relativo a 25 de
junho último, referência para o meu texto ‘Noventa anos de A. Campos Matos’, um
dos maiores ecianos/queirozianos da atualidade, não só portuguesa; também
publicado, por intercessão de Gonçalves Guimarães, na revista ‘As Artes entre
as Letras’, nos. 223/224, Porto, Portugal, de 25 de julho. No relativo ao mês
de agosto deste 2018 quase a passar, texto meu sobre o Solar (queiroziano) de
Aveiro, tão familiarmente ligado à infância do futuro grande escritor que ali
passou parte da infância, com os avós Joaquim José de Queiroz e Almeida e D.
Teodora Joaquina de Almeida.
No Recife, onde resido e de onde venho –
deixada a Oeiras do nascimento, onde sou co-patrono de Confraria
Eciana –, fui animador da santa
causa literária e secretário e presidente, por doze anos, de sua Sociedade Eça
de Queiroz; fundada em 1948 por Paulo Cavalcanti, autor do clássico Eça de Queiroz, agitador no Brasil e o
jornalista e acadêmico (Academia Pernambucana de Letras) Silvino Lopes.
Disse
de onde venho e a que venho ‘rezado’ o missal queiroziano, renovar o
‘ecianismo’ de nossas formações e, por que não confessar, de nossas próprias
vocações literárias.
Vila
Nova de Gaia, 24 de novembro de 2018
Dagoberto Carvalho Jr.
Eterno Eça em Exposição
Foi
inaugurada a 29 de Novembro de 2018, na Fundação Calouste Gulbenkian, com a
participação de várias instituições culturais e intervenções do Dr. Guilherme
D` Oliveira Martins, Administrador da FCG, de Afonso de Eça de Queiroz Cabral,
Presidente da Fundação Eça de Queiroz e da Prof. Doutora Isabel Pires de Lima,
Comissária Científica e Curadora, uma exposição comemorativa dos 130 anos da
publicação do romance “Os Maias”, esse literário monumento nacional. O título
da exposição repousa numa carta, de 20 de Fevereiro de 1881, endereçada
por Eça a Ramalhão Ortigão, na qual comunica ao amigo que o romance estaria
praticamente concluído e que prometia: “fazer não só um “romance”, mas um
romance em que pusesse “tudo o que tenho no saco”. O cônsul Eça estava, então,
em Bristol, tinha livros já publicados que lhe tinham construído o nome. E se o
saco queirosiano é um poço profundo, a exposição é uma caixa de ressonâncias. A
Comissária deliciou-nos com uma visita guiada de excelência. Esta é uma
“visão panorâmica”, explica, não é uma empreitada documental: “É uma
exposição para o grande público e fala sobre Os Maias-eixo central
da mostra - em diálogo com outras obras”. Sublinha-se, assim, o “particular e original
realismo” de Eça.
Entra-se
no “palco” e este transfigura-se num túnel onde se descobre uma constelação de
ideias, de afectos, de artes várias. Patente entre 30 de Novembro de 2018 e 18
de Fevereiro de 2019, é organizada em 7 núcleos: 1888 - A Vasta
Máquina!,Aprendizagens, Guerra ao Romantismo, Norma
e Desejo, Olhares Cruzados, A Arte é tudo, Lugares.
Documentos,
há-os, também: contos, crónicas, romances, muitas cartas que fizeram história,
fotografias, pinturas, esculturas, caricaturas, música da época, excertos de
filmes…
Eça
é, também, um puzzle material, visual e sonoro. Ao som da banda sonora criada
pelo musicólogo Prof. Rui Vieira Nery e inspirada nas alusões musicais da
obra do escritor (um loop com
operetas francesa, vienense, música erudita portuguesa de raiz rural, danças de
salão portuguesas, zarzuelas e ópera francesa) encontramos um acervo intimista
- peças fundamentais do seu espólio pessoal - mostrado pela primeira vez no
exterior da Casa de Tormes, lar da Fundação Eça de Queiroz, em Santa Cruz do
Douro-Baião: a célebre cabaia, a escrivaninha de pé alto e banco onde o
escritor trabalhava, o baú dos manuscritos e o tinteiro de latão, a mesa do
célebre arroz de favas, a mesa dos espíritos de Eça, a cadeira de Jacinto
(personagem de A Cidade e as Serras). Conta-se, assim, com
peças originais vindas especialmente da ilustre Casa onde se acham guardadas e
expostas.
Há
inúmeras fotografias pessoais: de Eça vestido com a cambaia orientalista
oferecida, pelo conde de Arnoso, e pose mandarinesca num retrato datado de
1893, ou de fato e bigodes cofiados ao lado dos cúmplices da época, os
denominados Vencidos da Vida. Mas, também, o observamos em ambiente familiar:
sentado e pensativo na sua sala de trabalho, à mesa com amigos ou com os filhos
no jardim da casa de Neuilly, em França. Mas, igualmente, como, por exemplo,
desenhos próprios (como Alta Síria traçada pelo seu punho na
viagem datada de 1869), capas vintage de Os Maias, caricaturas de
Rafael Bordalo Pinheiro ou de João Abel Manta, declinando o escritor como
mestre marionetista das suas próprias personagens ou a célebre capa de As
Farpas, com um demónio sentado em cima do título, letras de farrapos
sinistros…
A
exposição é uma galáxia de empatias e afinidades. Há, ainda, para ver excertos
de filmes (como o primoroso Os Maias de João Botelho com
cenários pintados por João Queiroz), ilustrações (saídas da mão de Bernardo
Marques, Rui Campos Matos, Raquel Roque Gameiro…), esculturas e pinturas, como
as obras de Paula Rego dedicadas ao romance O Crime do Padre
Amaro e O Mandarim visto por Júlio Pomar. E a palavra
de Eça de Queirós? Está presente, para ser lida… o desenho expositivo, da
autoria do Atelier à Capucha (Raquel Pais e Maria João Ruivo) contempla 53
blocos de folhas A4 com excertos de textos diversos que se pode levar. Esta é
uma oportunidade rara para o reencontro possível com o escritor no século XXI,
em Lisboa. Em nome d' Os Maias - e do progresso? Eça regressa,
portanto, à cidade!
Da “serra bendita entre as serras”,
na companhia, nomeadamente, do Prof. Doutor Eduardo Lourenço, do Dr. Paulo
Castilho, do Dr. Paulo Pereira, presidente da Câmara Municipal de Baião, da Drª.
Anabela Cardoso, vereadora da Cultura de Baião e directora executiva da
Fundação Eça de Queiroz, e do signatário, em representação da Confraria
Queirosiana, e de entre muitos outros ilustres queirosianos, o vinho verde de
“Tormes”, “esperto e seivoso”, na expressão de Eça de Queiroz, adornou e
obsequiou os ecianos presentes na sua inauguração. Um verdadeiro e
singular fim/início desta extraordinária festa e evento.
Manuel Nogueira
Cursos e palestras
Prosseguem no
Solar Condes de Resende as aulas do curso livre sobre Música & Músicos.
Aspetos do património Musical Português, organizado pela Academia Eça de
Queirós. Assim, no passado dia 15 de dezembro J. A. Gonçalves Guimarães falou
sobre “Os músicos Napoleão”, numa sessão em que, para além das referências
históricas e musicológicas a Alexandre Napoleão e seus filhos Artur, Aníbal e
Alfredo, nascidos de mãe gaiense, foram apresentadas várias gravações incluindo
o mais recente CD do pianista e musicólogo Daniel Cunha com obras de Alfredo
Napoleão. As sessões prosseguem no dia 5 de janeiro com o tema “Cantar os Reis
e o Património Cultural Imaterial em Portugal”, pelo Prof. Doutor Jorge Castro
Ribeiro, e no dia 19 sobre “O Orpheon Portuense” pelo Prof. Doutor Henrique
Luís Gomes de Araújo. No dia 26 ainda de janeiro o Prof. Doutor Mário Mateus
falará sobre o “Conservatório Regional de Gaia – 30 anos ao serviço do Ensino e
da Cultura”.
Apresentado na
Faculdade de Letras da Universidade do Porto como tese de doutoramento,
entretanto editado pelas Edições Afrontamento, o livro Humberto Delgado no Portugal de Salazar, da autoria do Doutor
Adrião Pereira da Cunha, será apresentado pelo autor no próximo dia 27 de
dezembro, pelas 21,30 horas, nas habituais palestras das últimas quintas-feiras
do mês do Solar Condes de Resende.
Livros
No passado dia 12
de dezembro no Museu da Misericórdia do Porto, em paralelo com uma visita
guiada, foi lançada a obra de Nuno Resende, A
Adoração dos Reis Magos de Vieira Lusitano (1699-1783). Para além do enquadramento
cultural do tema e das qualidades estéticas deste quadro no conjunto
da obra do insigne pintor português, o historiador apresenta uma nova abordagem
sobre a sua vida e obra.
Há 20 anos a Porto
Editora publicou a primeira edição de Diálogos
com José Saramago, de Carlos Reis,
resultado de uma entrevista durante três dias e ao longo de quatro sessões de
trabalho em Lanzarote, em casa do escritor. Este livro apareceu agora no
Brasil, com a chancela da Editora da Universidade Federal do Pará.
Coordenador do
Congresso Internacional “José Saramago: 20 anos com o Prémio Nobel”, que
decorreu em Coimbra em outubro passado, Carlos Reis escreveu na apresentação daquela
primeira edição «…os Diálogos com José
Saramago são do escritor, mais do que meus. A forma como lhe fui colocando
as questões não expressa, contudo, uma pura e neutra indagação. Se intitulei o
que o aqui fica como diálogos, foi porque procurei investir na questionação uma
(ainda assim discreta) atitude de interpelação, por vezes até de interlocução
argumentativa, em busca não de uma qualquer verdade que sempre nos escapa, mas,
pelo menos, da clarificação de problemas que me parecem significativos: para o
escritor, para os seus leitores e, em geral, para o conhecimento da escrita
literária saramaguiana. Deste modo, os Diálogos com José Saramago revelam
muito do seu pensamento estético e da sua forma de estar na vida, como
escritor, mas também como cidadão. É isso que agora é de novo disponibilizado a
leitores com diversa motivação: do leitor corrente dos romances de Saramago ao
estudioso da sua obra, passando pelo professor que trabalha com os seus textos
e pelo estudante que os lê. (Da Nota Prévia; Editora da Universidade Federal do
Pará, 2018).
______________________________________________________________________
Eça & Outras, III.ª série, n.º 124, terça-feira, 25 de dezembro de 2018;
propriedade dos Amigos do Solar Condes de Resende - Confraria Queirosiana; C.te. n.º 506285685; NIB:
0018000055365059001540; IBAN:
PT50001800005536505900154; email:
queirosiana@gmail.com;
www.queirosiana.pt; confrariaqueirosiana.blospot.com;
eca-e-outras.blogspot.com; vinhosdeeca.blogspot.com; coordenação da página: J.
A. Gonçalves Guimarães (TE-164 A); redação: Fátima Teixeira; inserção: Licínio
Santos; colaboração Dagoberto
Carvalho J.or e Manuel Nogueira.
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