terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Eça & Outras 25 de dezembro de 2023

Brinquedos

Desde a Pré-história que os humanos acumulam objetos que nunca foram essenciais para a produção ou recoleção de alimentos nem para a construção de abrigos de sobrevivência contra as intempéries, mas aos quais dedicaram afetos, atenções, muitas das suas horas de vida e razões de viver. Uns chamar-lhes-ão objetos devocionais ou votivos, outros simbólicos, obras de arte, outras denominações. Se não serviam para diretamente lhes darem de comer ou para lhes protegerem o frágil corpo, serviam para entretenimentos vários, psicológicos, religiosos, culturais, sociais ou patológicos. Variados nos seus materiais e envergaduras, chamemos-lhe simplesmente brinquedos, pois, ao fim e ao cabo, todos se destinavam a isso mesmo, a serem utilizados como suporte material das suas angústias e orfandades, fossem elas biológicas, pessoais, sociais ou culturais, neste último caso quando têm suficiente carga informativa ou simbólica capaz de algum futuro.

Abandonado o conforto da fogueira, a pele de bicho peludo para dormir e a profusão de pinturas parietais na caverna ou de gravuras nas rochas da periferia da cabana, os humanos deambulantes passaram a juntar brinquedos em santuários ou a transportá-los consigo de terra em terra, de casa em casa. É certo que também tiveram de transportar as ferramentas, as armas, as vestes, os arreios, as tendas, outros objetos que, por esse motivo, se chamariam móveis e mobiliário, quantas vezes no dorso de animais, que por isso mesmo também seriam objeto de considerações. Ou nesse maravilhoso objeto chamado carro, rapidamente também embrinquedado devido à sua utilidade simbólica muito para lá da utilidade prática, que depois se estenderia aos barcos, aos aviões, aos aparelhos voadores até aos nossos dias e do futuro.

Mas longe vão os tempos das frugalidades e hoje, salvo os milhões de pessoas em situação de pornográfica pobreza ou de desistência, uma boa quantidade de humanos vive em simulações de palácios cheios de móveis, aparelhos e objetos, quantos deles bugigangas, souvenires, tralhas para brincar e afagar nas suas solidões. Para além daquelas que alguns herdam, outros compram-nas e armazenam-nas e outros produzem-nas, enquanto a acumulação vai ganhando foros de pesadelo. Todos nós temos amigos que vivem esse drama e eu próprio é melhor ficar-me por estas reflexões e esconder a minha realidade como quem esconde qualquer coisa de muito pessoal ou vergonhoso. Artistas, pintores, ceramistas, bibliófilos, colecionadores de garrafas com bebidas ou barcos, enchem todos os espaços livres das suas moradias com coleções incríveis de livros, presépios, chapéus, pratos velhos, santos de várias crenças, mudos violinos, tambores magrebinos, cangas minhotas, tégulas de Pompeia, calendários autografados de Sophia Loren, mas também de barbies de plástico ou porcelana, armas antigas, comboios elétricos, postais, emblemas e quadros, muitos quadros a óleo, estampas e fotografias, desde incêndios em florestas que nunca viram até às eternas flores, frutos e naturezas mortas ou vivas, que a menina nua é só para gabinetes mais restritos. Não possuem Rembrands originais, mas sempre têm um ou outro quadro da freirinha que pinta angústias florais.

Bem podíamos atentar na prédica de Ega, quando ele, «…passeando pela sala, com as mãos enterradas nos bolsos do seu prodigioso robe-de chambre [dizia], eu não tolero o bibelot, o bric-à-brac, a cadeira arqueológica, essas mobílias de arte… Que diabo, o móvel deve estar em harmonia com a ideia e o sentir do homem que o usa! Eu não penso nem sinto, como um cavaleiro do século XVI, para que me hei de cercar de coisas do século XVI? Não há nada que me faça tanta melancolia, como ver numa sala um venerável contador do tempo de Francisco I recebendo pela face conversas sobre eleições e altas de fundos. Fazem-me o efeito dum belo herói de armadura de aço, viseira caída e crenças profundas no peito, sentado a uma mesa de voltarete a jogar copas. Cada século tem o seu génio próprio e a sua atitude própria.» (Eça de Queirós, Os Maias).

De modo que, se quiserem um conselho de um alarmado com situações destas com que se vai deparando, sus e alheias, na próxima mudança de casa, abdiquem dos brinquedos que tiveram (ou que não tiveram) desde meninos, comprem apenas uma boas botas, roupa confortável para inverno e verão, uma mochila não muito grande, os cartões de crédito, o IPad e o telemóvel que fotografa e filma, um livro que valha a pena, e acampem em vossa ampla e nua casa, enquanto no écran vêm as séries Os Tudors ou A Ovelha Choné, ou ouvem o último CD com a música de Pinho Vargas, como se estivessem a caminho das estrelas e de outras galáxias onde já existem tralhas que cheguem sob a forma de poeiras e meteoritos e restos esquecidos de naves e satélites.

E mesmo o nosso Eça não pode ser levado muito a sério nas suas contradições: bem pregava frei Ega, mas na realidade também ele era um acumulador de livros, documentos e tralhas, viciado frequentador dos bouquinistes de la Seine, ajuntador de quadros e bibelots, chegando ao pecado venial de também os produzir, o que despertou as iras de Poseidon que acolheram no fundo do mar da costa vicentina o velho cargueiro fretado pelo estado Português a quem a sua viúva, no regresso de Paris e para poupar uns cobres ao futuro nubloso, confiou uma boa parte dos seus pertences. E andou ele a elogiar aqueles «…felizmente numerosos que têm a religião do objeto de arte, e para quem o colecionar é a forma superior do viver…» (Eça de Queirós, Notas Contemporâneas, Uma coleção de arte). São as religiões que criam os ateísmos e todos, crentes e descrentes, colecionam tralhas. Desde a Pré-história.

J. A. Gonçalves Guimarães

Historiador

Arqueologia Paleocristã

Batistério Paleocristão do Castelo de Gaia, séc. VI;
fotografia Empatia, direitos reservados.

No princípio de dezembro uma equipa da empresa Empatia Arqueologia, Conservação e Restauro, liderada pela arqueóloga Sofia Soares e a realizar acompanhamento arqueológico no âmbito dos trabalhos de requalificação, renovação de estruturas e instalação de elevações mecânicas levados a cabo pelo Município de Vila Nova de Gaia em diversos arruamentos na área classificada do Castelo de Gaia, colocou a descoberto um batistério paleocristão datável da segunda metade do século VI. Estes trabalhos são também acompanhados por uma equipa do Gabinete de História, Arqueologia e Património (ASCR-CQ), dirigida pelo arqueólogo António Manuel S. P. Silva, que igualmente procedeu ao enquadramento do achado no trabalho global sobre a área que está a elaborar para a autarquia. Existem em Portugal diversos batistérios desta época mas quase todos na parte sul do país, sendo o da basílica de Conimbriga, até agora, o situado mais a norte. Este batistério poderá estar relacionado com o edifício da mesma época escavado nos finais do século passado no interior da igreja do Bom Jesus de Gaia por J. A. Gonçalves Guimarães, que sobre o mesmo publicou diversos estudos. Este achado, bem assim como outros da mesma cronologia aparecidos na mesma área, vêm reequacionar a problemática da difusão do cristianismo na região, bem assim como a questão da localização da primitiva diocese portucalense nos finais da Antiguidade Tardia e inícios da Alta Idade Média. Face à importância do achado vários profissionais da Arqueologia e de outros setores da Cultura expressaram já às autoridades competentes a sua oposição à desmontagem, preferindo a sua musealização in loco, conjuntamente com outros da sua periferia que aguardam igual oportunidade.

Curso sobre História Local e Regional


Com início no passado dia 14 de outubro pelas 15 horas, o Prof. Doutor Eduardo Vitor Rodrigues, professor da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia procedeu à sua abertura com uma lição sobre a evolução económica e social em Vila Nova de Gaia nos últimos 10 anos, seguida do lançamento do livro «O Património Régio dos Julgados de Gaia, e de Vila Nova, em 1346» da autoria do Professor Doutor José Marques, pelo seu editor, J. A. Gonçalves Guimarães. A 28 de outubro o curso prosseguiu com a aula da Professora Doutora Assunção Araújo sobre «Vila Nova de Gaia: geomorfologia e evolução do território»; a 4 de novembro com a aula do Prof. Doutor Sérgio Monteiro-Rodrigues sobre «A Pré-história do concelho de Vila Nova de Gaia»; a 18 de novembro a aula do Prof. Doutor António Manuel S. P. Silva sobre «O “tempo dos castros" em Vila Nova de Gaia: novidades e interrogações»; e a 16 de dezembro a aula do Prof. Doutor Rui Morais sobre «Os Romanos entre nós. Glocalização e ecologia marítima no contexto da navegação e comércio romano na Fachada Atlântica do NW Peninsular»
O curso prossegue no sábado 6 de janeiro com uma aula pelo Prof Dr. Manuel Real sobre A Alta Idade Média.

Palestras, Conferências e Colóquios

250 Anos de Nasoni

No passado dia 27 de outubro decorreu no Palácio do Freixo no Porto a sessão de encerramento do programa desenvolvido em 2023 para assinalar os 250 anos da morte do arquiteto Nicolau Nasoni que concebeu a Torre dos Clérigos e muitos outar obras emblemáticas do barroco português. Estiveram presentes, entre muitas outras personalidades e representantes de instituições que ao longo do ano colaboraram na programação, o historiador Joel Cleto, que coordenou o programa de visitas guiadas a espaços nasonianos, e outros investigadores, nomeadamente os historiadores José Manuel Alves Tedim, da Universidade Portucalense, Nuno Resende, da Faculdade Letras da Universidade do Porto, e Francisco Queiroz.

Henrique Galvão

No passado dia 9 de novembro na Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto, o Doutor Adrião Pereira da Cunha proferiu uma conferência sobre «Henrique Galvão - revolucionário, intelectual (novas revelações)». Doutorado em História Contemporânea pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, leciona no ensino superior e é autor, entre outras obras, de Humberto Delgado no Portugal de Salazar e de Humberto Delgado nos bastidores de uma campanha. Desta feita apresentou Henrique Galvão como figura complexa e controversa da oposição ao salazarismo, de que começou por ser admirador, protagonizando em 1961 um dos atos mais espetaculares de repercussão internacional da luta política em Portugal, o assalto ao paquete “Santa Maria”.

Palácio de Cristal do Porto

No dia 16 de novembro, também na Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto, Nuno Resende, professor da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, dissertou a propósito da exposição de fotografias de Tavares da Fonseca sobre «O Palácio de Cristal Portuense: imagens da sua destruição», de que foi curador, e que documentam o desmantelamento desta construção da Arquitetura do Ferro..

J. Rentes de Carvalho, escritor. Personalidade do Norte 2023

Como noticiamos na página anterior, no passado dia 24 de novembro a CCDR-Norte I. P. atribuiu o galardão de Personalidade do Norte 2023 ao escritor José Rentes de Carvalho, nascido em Vila Nova de Gaia a 15 de maio de 1930 e a viver em Amsterdam, com visitas regulares a Estevais do Mogadouro, a aldeia dos seus ancestrais. No passado dia 29 de novembro na habitual palestra da última quinta-feira do mês no Solar Condes de Resende, J. A. Gonçalves Guimarães falou sobre a vida e obra do escritor e das ações da Confraria Queirosiana, de que é secretário e o homenageado Confrade de Honra, na preservação, estudo e divulgação do seu espólio de que a instituição é fiel depositária.

Natal, Janeiras e Reis: palestra-concerto

No próximo dia 28 de dezembro, também na última palestra da última quinta-feira do mês deste ano no Solar Condes de Resende, o Dr. Henrique Guedes falará sobre «"Das partes do Oriente": tradições poético-musicais do natal português», sendo a sessão abrilhantada pelo grupo musical da Confraria Queirosiana “Eça Bem Dito”, do qual o palestrante faz parte, dirigido pela pianista Maria João Ventura, e que entoará canções portuguesas, brasileiras e internacionais sobre o tema.

Reuniões e Celebrações

Focus Group Cultura 2035

No passado dia 16 de novembro a direção da associação Amigos do Solar Condes de Resende – Confraria Queirosiana, a convite da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, participou numa reunião do Focus Group Cultura 2035, dinamizado por uma empresa de comunicação contratada para o efeito e que decorreu no Arquivo Municipal, tendo estado também presentes diversas outras instituições e associações que normalmente desenvolvem programas de profissionais e amadores da Cultura. Esta reunião destinou-se a uma primeira abordagem para sugestões a incorporar numa agenda cultural a médio e longo prazo.

Federação das Coletividades de Vila Nova de Gaia, 25 anos


No passado dia 30 de novembro decorreu no Auditório Municipal de Gaia a gala de celebração dos 25 anos desta federação, por sua vez filiada na Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura Recreio e Desporto que nestes  dias comemora o seu 100º aniversário. Presentes numerosas associações e outras coletividades, entre as quais os Amigos do Solar Condes de Resende – Confraria Queirosiana representados pelo secretário da direção e pela funcionária, mas igualmente presentes outros dirigentes em representação das mais diversas coletividades.



FAMP

No passado dia 6 de dezembro reuniu em Lisboa no Museu dos Coches a direção da Federação dos Amigos dos Museus de Portugal (FAMP) na qual esteve presente o secretário da ASCR-CQ. Entre outras questões foram abordados os seguintes pontos: presença ativa da FAMP a 16 de novembro no 1.º Encontro de Grupos de Amigos dos Museus, Monumentos e Palácios da Direção Geral do Património Cultural que se realizou no Museu Nacional de Arte Antiga em Lisboa, representada pela sua presidente Dr.ª Maria do Rosário Alvellos, com intervenção num painel que refletiu sobre o futuro dos grupos de amigos; preparação do Encontro e Assembleia Geral da FAMP que terá lugar na Fundação das Casas de Fronteira e Alorna no próximo dia 16 de março; prémio FAMP da sustentabilidade nos museus, que será lançado em 2024 e atribuído em 2025; perspetivas de adesão de novos grupos de amigos à FAMP; necessidade de abordagem da questão das sedes dos grupos de amigos e da sua interação com a direção dos museus, monumentos e palácios; organização de uma publicação sobre a FAMP no presente mandato.

Tuna Musical de Santa Marinha

No passado dia 8 de dezembro realizou-se a sessão evocativa dos 99 anos da Tuna Musical de Santa Marinha, Vila Nova de Gaia, com a presença de diversas personalidades que marcaram presença no evento, nomeadamente o presidente da Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia, Dr. Albino Almeida, a vereadora da Cultura do Município, Eng.ª Paula Carvalhal, o provedor da Santa Casa da Misericórdia, Dr. Manuel Moreira, e o Prof. Doutor J. A. Gonçalves Guimarães em representação da associação Amigos do Solar Condes de Resende – Confraria Queirosiana. A festejada coletividade popular gaiense está a preparar o programa do seu 100º aniversário.

Jantar de Natal no Solar Condes de Resende

Como já se tornou tradição, no passado dia 13 de dezembro reuniram-se em jantar de Natal no bar do Solar Condes de Resende os funcionários da casa e os membros dos corpos gerentes da ASCR-CQ, comendo bacalhau com batatas, rabanadas e outras iguarias próprias da época confecionadas pela cozinheira Doroteia Santos, agora já reformada, mas sempre prestável para estas ocasiões. Estiveram igualmente presentes a vereadora Eng.ª Paula Carvalhal, o Dr. João Fernandes, atual diretor do Solar, D. Amélia Cabral ex-tesoureira da Confraria, a funcionária Dr.ª Maria de Fátima Teixeira e o confrade convidado Dr. Ricardo Haddad. Depois da troca de lembranças, os comensais continuaram em animado convívio refletindo sobre os próximos objetivos da associação.

Autores, Livros e Revistas


Editado com o apoio de, entre outras entidades, a Escola Secundária Eça de Queirós e o Centro Cultural Eça de Queirós, ambos em Lisboa, através da diretora do jornal As Artes Entre As Letras, Dr.ª Nassalete Miranda, chegou-nos às mãos o interessante livro Memórias de um Condomínio. 40 Anos. Juntos a Construir Harmonia, Amizade, Futuro 1969-2009, editado em 2010 pela associação Sala de Convívio do Lote 398 da Rua Vila de Catió, Olival-Sul, Lisboa, com colaboração dos moradores mas também de muitos dos seus convidados palestrantes e cantantes, nomeadamente da canção coimbrâ, como Fernando Rolim, Luiz Goes e outros. Um documento raro de um associativismo pouco conhecido.

No passado dia 24 de novembro, na sede da associação O Progresso da Foz, Porto, foi lançado o livro História do Batel Vai Com Deus e da sua Companha, da autoria de Raúl Brandão, comemorativa dos 100 anos do centenário de Os Pescadores, edição com um estudo do Dr. Joaquim Pinto da Silva, que fez a apresentação da obra.

Vito Olazabal

No jornal O Tripeiro (7.ª Série, Ano XLII, n.°11), do passado mês de novembro, Manuel de Novaes Cabral publicou o artigo «Vito Olazabal, plantar e colher», uma homenagem pessoal, mas certamente partilhada por muitos dos que conhecem Francisco Javer de Olazabal y Rebelo Valente, o “granjola” que transporta consigo memórias de D. Antónia, Rebelo Valente e várias outras figuras portuguesas e ibéricas, «uma vivência rica e multifacetada» consubstanciada numa personalidade muito própria e no seu vinho Quinta do Vale Meão.


Da autoria de Inês Vinagre, e acabado de publicar, «”Menino Simão… Crescer é que não!” conta-nos a história de um alegre menino de sete anos que, depois de ver a sua irmã mais velha sair de casa para estudar noutra cidade, decide não querer crescer nunca mais, receando perder o amor dos pais. Na companhia do seu gato Capitão e por entre mil e uma peripécias, Simão tentará de tudo para evitar que o seu oitavo aniversário aconteça! Esta é uma história de pequenas grandes aventuras, mas sobretudo de união e afeto, que nos relembra o conforto que sempre encontramos na família e nas pessoas que nos são mais queridas».


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Eça & Outras, III.ª série, n.º 184, segunda-feira, 25 de dezembro de 2023; propriedade da associação cultural Amigos do Solar Condes de Resende - Confraria Queirosiana (Instituição de Utilidade Pública); C.te n.º 506285685; NIB: 0018000055365059001540; IBAN: PT50001800005536505900154; email: queirosiana@gmail.com; www.queirosiana.pt; confrariaqueirosiana.blospot.com; eca-e-outras.blogspot.com; vinhosdeeca.blogspot.com; coordenação do blogue e publicação no jornal As Artes Entre As Letras: J. A. Gonçalves Guimarães (TE-164 A); redação: Fátima Teixeira; inserção: Amélia Cabral.