Bicentenário da Revolução de 1820
Mas os trabalhos já tinham começado
pela manhã em duas salas de reuniões do Palácio de S. Bento, abrindo assim um
extenso programa, distribuído pelos seguintes temas: as revoluções na América do
Sul; as revoluções na Europa do Sul; cortes e constituição; cultura e redes políticas de exílio; economia e finanças
públicas; educação, cultura e ciência; estado e poderes periféricos; estado, igreja e religião; ideologias e correntes de pensamento político;
indivíduos, grupos e movimentos sociais;
linguagens, representações e opinião pública;
nação e império; processo político: revolução e contrarrevolução, os quais
viriam a ser desenvolvidos por dezenas de investigadores vindos de Portugal, da
Europa e da América do Sul de muitas universidades e outras instituições
académicas, para além de investigadores a título individual. Estiveram
presentes representantes de: Agrupamento de Escolas de Vila Verde; Amigos do Solar Condes de Resende - Confraria Queirosiana
(Gabinete de História, Arqueologia e Património); Athens School of Fine Arts, (Department
of Theory and History of Art); British School at
Athens; Centro Universitário de
Brasília; École Pratique des Hautes Études; Escola Superior
de Educação do Porto; Hemeroteca
Municipal de Lisboa; Instituto Politécnico de Bragança; Instituto Politécnico de Leiria; Instituto
Politécnico de Viseu; Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE); Ministério das Relações Exteriores do
Brasil; Northumbria University; Queen
Mary University of London; Universidad Autónoma de Madrid; Universidad
Complutense de Madrid; Universidad de la República (Facultad de Humanidades
y Ciencias de la Educación); Universidad
de La Rioja; Universidad de Sevilla; Universidad
del País Vasco/ Euskal Herido Unibersitatea; Universidad Nacional de
Educación a Distancia; Universidade Católica de Pernambuco; Universidade Católica Portuguesa; Universidade
da Madeira (Centro de Investigação em
Estudos Regionais e Locais); Universidade de Aveiro; Universidade de Coimbra (Faculdade
de Letras, CEIS20; Centro de História da Sociedade e da Cultura; Centro
Interuniversitário de Estudos Camonianos); Universidade
de Évora (CIDEHUS); Universidade de Lisboa (Faculdade de Letras, CLEPUL;
Instituto de Ciências Sociais; Centro de História; Centro de Estudos Anglísticos, Instituto de Educação); Universidade
de São Paulo (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas); Universidade do
Estado do Rio de Janeiro; Universidade do Minho; Universidade do Porto (Faculdade
de Letras, CITCEM); Universidade
dos Açores; Universidade Estadual de Londrina;
Universidade Estadual do Maranhão; Universidade
Federal de Juiz de Fora; Universidade Federal de Ouro Preto; Universidade
Federal de São Paulo (Departamento de História); Universidade Federal do
Espírito Santo; Universidade Federal Fluminense; Universidade Nova de Lisboa
(Centro de Estudos de História Religiosa; Centro de Humanidades; Centro de I&D
sobre Direito e Sociedade; Centro de Investigação
em Arquitetura, Urbanismo e Design; Faculdade
de Ciências Sociais e Humanas, FCSH; FCSI; Faculdade de Direito; IHC); Universidade Pablo de Olavide; Università di Pisa (Dipartiment di Civiltà
e Forme del Sapere); Universitat de Barcelona;
Universitat de València; Universitat Rovira i
Virgili.
Destas instituições vieram nomes
consagrados da historiografia nacional e internacional, mas também muitos
jovens investigadores que revisitaram os temas propostos ou trouxeram novidades
esquecidas nos arcanos da História sobre uma realidade por nós ainda hoje
vivida, e desejada noutras latitudes geográficas e ideológicas: a
responsabilidade individual e coletiva vivida numa liberdade convencionada,
consentida e consensualizada. O autor destas linhas, no dia 12 na Fundação
Calouste Gulbenkian, numa sessão coordenada pelos professores Jorge Fernandes
Alves e Viriato Capela, recordou na comunicação «Os negociantes da praça do
Porto e a Revolução de 1820» que a mesma não foi levada a cabo apenas por
jurisconsultos e militares, mas também pelos representantes das forças
produtivas da região, os armadores-negociantes que se iniciavam então na
indústria. No dia 13 o congresso encerrou com uma mesa redonda que teve a
participação de Miriam Halpern Pereira, Gabriel Paquette e Guilherme d’
Oliveira Martins, dissertando sobre «O Antigo Regime em questão: continuidades
e mudança».
Eça de Queirós, de certo modo ele
próprio imbuído do perdurar dos valores vintistas – seu pai nasceu no Rio de
Janeiro, onde seu avô se encontrava ao serviço da Corte de D. João VI, o qual
em 1828, já em Portugal, viria a ser o mentor da revolta de Aveiro e depois do
Porto contra o absolutismo miguelista, o que levou a que fosse condenado à
morte, felizmente não concretizada – ainda muito jovem escreveu: «As revoluções
sociais são revoluções de princípios: é a antiga luta da luz com a sombra, e de
Deus com Satã; é a liberdade que quer expulsar o privilégio; a razão que quer
expulsar o preconceito; a justiça que quer substituir o arbitrário; a lei que pretende
excluir a vontade. É uma nobilíssima luta em que vêm para a arena os grandes
sentimentos, as fecundas dedicações, as nobres esperanças e os santos heroísmos.
Pretende-se então reformar. Pretende-se extinguir o sofrimento social causado
pela política deplorável dos herdeiros das tradições: pretende-se que todos
tenham a igualdade, a abundância, o bem-estar, o trabalho livre, a propriedade
respeitada. Pretende-se enfim aquele decálogo social que é o evangelho da
democracia moderna, como foi outrora o código da velha liberdade. Código
austero então; doce evangelho hoje!» (Eça de Queirós, Distrito de Évora, 1867).
As atas deste congresso deverão aparecer em tempo
breve ficando assim uma memória criativa deste bicentenário que irá continuar a
ser recordado em outras das suas consequências: o constitucionalismo, a
extinção da Inquisição, a independência do Brasil, a vontade de um constante
aperfeiçoamento do indivíduo e da sociedade formando comunidades livres e
solidárias.
J. A. Gonçalves Guimarães
secretário da direção
História
– Património - Turismo
No
passado dia 16 de outubro, com uma aula sobre «Le Grand Tour e o fenómeno do
turismo de massas» pelo Prof. Doutor José Manuel Tedim, abriu este curso livre
no Solar Condes de Resende e também por videoconferência, o qual contou com a
presença da vereadora do pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Vila Nova de
Gaia, Eng.ª Paula Carvalhal, que na ocasião referiu a já longa tradição destes
cursos na programação deste equipamento municipal, de que este é o 29.º curso.
Seguiu-se no dia 23 a segunda sessão sobre «Roteiros Queirosianos e outros»
pelo Prof. Doutor J. A. Gonçalves Guimarães. Prosseguirá no dia 6 de novembro
com uma aula intitulada «Da jornada à viagem: o Turismo e a Literatura» pelo Prof.
Doutor Nuno Resende
Entretanto a direção do Solar Condes de Resende e a Academia Eça de Queirós da associação Amigos do Solar Condes de Resende - Confraria Queirosiana estão já a organizar o curso do próximo ano letivo que será integrado nas comemorações do bicentenário da independência do Brasil e do centenário da Primeira Travessia Aérea Lisboa-Rio de Janeiro.
Investigadores do GHAP
Vários historiadores profissionais do Gabinete
de História, Arqueologia e Património (GHAP), ainda que convidados ou integrados
noutras instituições, prosseguem a sua ação no levantamento, estudo e
divulgação de variados temas nas áreas da História, Arqueologia, História da
Arte, Património e outras especialidades, apostando também na realização de
visitas guiadas a vários locais que as materializam. Assim, no passado dia 2 de
outubro, José Manuel Tedim conduziu uma visita à igreja da Confraria das Almas do
Corpo Santo de Massarelos subordinada ao tema «O porto de Miragaia, organizada
pela confraria local. E no passado dia 23 de outubro, o mesmo investigador e
professor de História da Arte, para a Associação Cultural Amigos de Gaia
conduziu uma visita de estudo à capela de S. Mateus em Arnelas e a sua notável
talha joanina.
Entretanto no Castro da Madalena, Vila Nova de Gaia, terminou no passado dia 5 de outubro a segunda campanha de escavações arqueológicas, que pôs a descoberto duas casas castrejas, deixando assim adivinhar a existência de um povoado que deverá estender-se por toda a evidente colina. O projeto é conduzido pelo arqueólogo António Manuel Silva do Centro de Arqueologia de Arouca, com o patrocínio da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, tendo a colaboração do Solar Condes de Resende. Os trabalhos foram visitados pela vereadora da Cultura da CMVNG, Eng.ª Paula Carvalhal, e pelo diretor do Solar e coordenador do GHAP, J. A. Gonçalves Guimarães.
Livros e Revistas
Atas do Congresso Douro e Porto – Memória com Futuro
Foram recentemente publicadas pelo Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, IP, no formato e-book, as atas deste congresso que decorreu entre 19 a 22 de julho passado, depois de adiado um ano devido à pandemia. Entre muitas outras comunicações, aí se apresentam os textos das seguintes: «O Vinho do Porto – um trunfo no jogo da diplomacia luso-britânica de Pombal», por Francisco Ribeiro da Silva; «Arte Publicitária dos Vinhos do Douro e do Porto: os artistas estrangeiros», por J. A. Gonçalves Guimarães; «Do Vinho do Douro ao Porto do Vinho», por António Barros Cardoso; «O Anuário da Região Duriense 1940: uma fonte para o estudo sincrónico do Douro», por Nuno Resende; «O Visconde de Beire produtor de Vinhos do Douro no século XIX – novos dados», por Suana Guimarães.
O Padre Luiz Cabral e Jorge Amado
Convento de Santa Clara, no Porto
Colóquio Queirosiano
Nos próximos dias 22 a 27 de novembro vai decorrer em Lisboa o 6.º Colóquio Internacional Luso-Brasileiro e o 26.º Colóquio Eça de Queiroz, organizado pelo Centro Cultural Eça de Queirós de Telheiras, Lisboa, sob o tema «O Mundo novo pós-Pandemia», com sessões que decorrerão na Escola Secundária Eça de Queirós, Escola Secundária António Damásio, Junta de Freguesia de Telheiras e no Palácio da Independência. Entre muitos outros oradores estarão presentes a Prof.ª Doutora Annabela Rita, Arquiteto Campos Matos, Dr. Fernando Andrade Lemos e a Dr.ª M. Alda Salgueiro.
Capitulo da Confraria
Queirosiana 2021
No
próximo dia 20 de novembro, sábado, a partir das 11 horas da manhã, vai
realizar-se no Solar Condes de Resende o 18º Capítulo anual da Confraria
Queirosiana. Não se tendo realizado no ano transato devido à pandemia, sido então
simbolicamente substituído por uma videoconferência, este ano os Amigos do
Solar Condes de Resende - Confraria Queirosiana vão comemorar o aniversário de Eça
de Queirós pela primeira vez a partir das 11 horas da manhã com a entronização
de novos confrades, a que se seguirá o habitual almoço com animação, além de
outros contributos queirosianos, no salão nobre, no jardim das Camélias e no
pavilhão do Solar. Será também lançado o n.º 18 da nova série da Revista de Portugal, pela primeira vez
com colaboração dos membros da Academia Alagoana de Letras do Brasil.
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Eça
& Outras, III.ª série, n.º 158, segunda-feira, 25 de outubro de 2021;
propriedade da associação cultural Amigos do Solar Condes de Resende -
Confraria Queirosiana; C.te n.º 506285685;
NIB: 0018000055365059001540; IBAN: PT50001800005536505900154; email: queirosiana@gmail.com; www.queirosiana.pt;
confrariaqueirosiana.blospot.com; eca-e-outras.blogspot.com;
vinhosdeeca.blogspot.com; coordenação da página: J. A. Gonçalves Guimarães (TE-164
A); redação: Fátima Teixeira; inserção: Amélia Cabral.
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