Dia do 175º aniversário natalício de Eça de Queirós
Que futuro
para as bibliotecas de papel?
Há um facto com que no dia-a-dia se
deparam os profissionais para quem os livros são ferramentas de trabalho, o
qual lhes exige alguma reflexão e adaptação, mas que não está a ser fácil nem
cómodo lidar com ele, se não do ponto de vista prático, pelo menos da
afetividade. Referimo-nos à transição dos livros e periódicos impressos em
papel para os e-books. Como
ferramentas de trabalho que ambos são, irão continuar a ser utilizados, mas já
se constata a presença em crescendo dos segundos. Não é o juízo final que
chega, mas apenas uma mudança de paradigma tecnológico e com ele – supõe-se e
deseja-se – mais alguma evolução e felicidade para a Humanidade. Os livros e os
periódicos tradicionais passarão à categoria de obra artística de ciência, de
literatura, de memória, de arte gráfica. De documento histórico. Como tal serão
guardados, preservados, lidos, estudados, transmitidos e, agora, digitalizados.
Através deste recente processo serão também salvos de destruições e
disponibilizados, não só alguns raríssimos textos, cópias únicas, manuscritos,
como aqueles que só existem em sistemas de cópia não convencional, reproduzidos
através de vários processos químicos, mecânicos ou fotoquímicos para leitura
imediata e pouco preocupada com a sua utilidade futura, aqueles a que os
bibliotecários chamam “literatura cinzenta”, que a prazo desapareceriam por
degradação do suporte ou do pigmento, como no caso de tantos deles produzidos
no Maio de 1968 em Paris ou em Portugal no antes e pós 25 de Abril. E tantos
deles com surpreendente clarividência para além do seu momento.
Desde 1439 quando Gutenberg redescobriu
(ou introduziu) no Ocidente a impressão por carateres móveis, já existente na
China desde o final do século VII, que esta tecnologia veio substituir a
morosidade da cópia manual sobre base de pergaminho ou papiro pelo papel, que
não assistíamos a uma mudança tão profunda na divulgação de textos e imagens. Desde
então, e sem se precisarmos de ser um Jacinto, todos aqueles que trabalham com
livros já passaram por complicadas situações, com as nossas casas ou
apartamentos acossados por uma «…invasão dos livros… solitários, aos pares, em
pacotes, dentro de caixas, franzinos, gordos c repletos de autoridade, envoltos
em plebeia capa amarela ou revestidos de marroquim e ouro, [que] perpetuamente,
torrencialmente, [as] invadiam por todas as largas portas… onde se estiravam
sobre o tapete, se repimpavam nas cadeiras macias, se entronizavam em cima das
mesas robustas e sobretudo trepavam contra as janelas, em sôfregas pilhas, como
se, sufocados pela sua própria multidão, procurassem com ânsia espaço e ar! … Não
se abria um armário sem que. de dentro, se despenhasse, desamparada, uma pilha
de livros! Não se franzia uma cortina sem que detrás surgisse, hirta, uma rima
de livros! E imensa foi a minha indignação quando uma manhã, correndo
urgentemente. de mãos nas alças, encontrei, vedada por uma tremenda coleção de
Estudos Sociais, a porta do Water-Closet! (Eça de Queirós, A Cidade e as Serras).
Agora que este cenário está em fase de se
alterar, não vale a pena ignorá-lo nem carpir saudades escusadas: a atual
geração escolar já só ocasionalmente lê livros e revistas em papel e não vai
querer ficar com a biblioteca do avô, não só pelo espaço que esta ocupa e o
peso que os livros têm (são feitos de madeira!), mas sobretudo pelos títulos e
autores ali reunidos esquecendo que, tal como ele, as ciências envelhecem e os
gostos literários mudam de geração para geração. Claro que haverá sempre os
“clássicos”, a que outros, com o tempo, se irão juntando. Mesmo as bibliotecas
públicas já têm sérios problemas de espaço e de funcionamento: as que têm
depósito legal – pensado numa época em que havia pouca atividade editora, mas
agora muito atrasado devido à explosão editorial das últimas décadas – ao terem
de guardar “tudo” o que se publica, encheram as prateleiras de montanhas de
textos irrelevantes. Mas também nas bibliotecas que compram os livros se
verificam aquisições de autores promovidos por operações de marketing que os
vendem como quem promove sabonetes, e que, com certeza, muitos deles não
ficarão para a posteridade como obras de referência. Em última análise, só o
tempo ditará a utilidade futura destes livros, mas é possível, com alguma
atenção e diálogo, ir tendo uma percepção da qualidade dos que se editam.
Esperemos, contudo, que tal não volte a ser função de qualquer aparelho de
censura ou de comité de iluminados, como já existe no conselho nacional de
leitura que tem recomendado aos educadores e aos jovens estudantes alguns
livros aborrecidíssimos protegidos por lobbies de bem pensantes. É que,
entretanto, outras formas de comunicação se foram desenvolvendo, muito mais
gráficas, sonoras e interactivas, que são outras formas de “escrita” tão
válidas como as do velho abecedário e das línguas comuns. Já comunicamos pela
linguagem do cosmos, só que ainda à procura dos seus cânones e das suas
academias.
Posto isto, e quando nos dias de hoje passou a ser vulgar encontrar bibliotecas no lixo, que fazer com os livros em papel que temos em casa e que já não vamos ler ou reler? O mais decente é partilhá-los graciosamente, pois sempre haverá quem os queira ler e guardar. E doemos as edições raras das obras eternas que porventura tenhamos a instituições dirigidas por gente que saiba de que é que estamos a falar. Às outras não vale a pena, pois não distinguem aquilo que tem marcas de perenidade dos fogachos editoriais da moda baseados em falaciosas ideias de igualitarismos tolos.
J. A. Gonçalves Guimarães
Mesário-mor
da Confraria Queirosiana
Aniversário de Eça de Queirós
Todos os anos, desde 2003, que a Confraria Queirosiana realiza o seu capítulo anual no Solar Condes de Resende no sábado anterior ao dia 25 de novembro, dia natalício do escritor. Este ano, devido às restrições sanitárias provocadas pela pandemia, foi o mesmo substituído por uma sessão evocativa por videoconferência evocativa do 175.º aniversário de Eça de Queirós que ocorreu no passado sábado, dia 21 de novembro entre as 15 e as 17 horas. A abertura da sessão foi feita pelo presidente da direção José Manuel Tedim que saudou os sócios e confrades que acederam à plataforma um uso, referindo a adaptação das tarefas realizadas n presente ano à presente conjuntura sanitária. Seguiu-se o presidente da mesa da assembleia geral, César Oliveira, que recordou os confrades falecidos em 2020. A Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas também se fez representar através da sua presidente Olga Cavaleiro que saudou a Confraria queirosiana e as suas acções em prol da Cultura Portuguesa. De seguida foi passado um videofilme do capítulo de 2019 e a apresentação da Revista de Portugal, n.º 17, pelo seu diretor Luís Manuel de Araújo. «A Confraria Queirosiana e a divulgação da vida, obra e época de Eça de Queirós» foi o tema escolhido por J. A. Gonçalves Guimarães para apresentar nesta primeira sessão, dando a conhecer o que a agremiação tem feito nesta área. Após a saudação por parte de alguns outros sócios, a sessão encerrou à hora prevista, após a intervenção da vereadora do pelouro da Cultura e da Programação Cultural da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, Eng.ª Paula Carvalhal, também confrade, que salientou o papel da Confraria na promoção da Cultura a nível local, nacional e nas relações luso-brasileiras.
«O Nosso Cônsul Em Havana
Na passada
quinta-feira 19 de novembro estreou em 14 salas de cinemas de todo o pais o
filme realizado por Francisco Manso e com Elmano Sancho no papei de Eça de
Queirós sobre um dos aspectos menos conhecidos da vida do escritor: o de defensor
dos Direitos Humanos enquanto Cônsul Português em Cuba. Em O Nosso Cônsul em
Havana, «numa mistura de ação, drama, romance e até um toque de comédia, o
filme acompanha a chegada de Eça a Havana e o desfilar de personagens com quem
convive, desde as mais altas eminências políticas a fazendeiros e grandes
proprietários, às mulheres por quem se apaixonou e aos inimigos que fez no Casino
de Havana e noutros palcos de jogo e de posições geopolíticas».
Comemorações também na Póvoa de Varzim
Para além da Confraria Queirosiana, também outras entidades comemoram os 175 anos do nascimento de Eça de Queirós. Assim hoje, dia 25 de novembro, a autarquia poveira através da Companhia Poveira Nós da Dança, em residência artística na Casa Eça, inicia a temporada 2020/2021, em parceria com o Quorum Ballet, com um programa com palavras, música, teatro e dança, tendo como base a obra literária do escritor, concretamente a peça coreográfica «À Mesa com Eça» apresentada no palco da Casa Eça que será, a partir de agora, o palco para residências artísticas de escritores, bailarinos e coreógrafos, assim como um espaço para pequenos eventos culturais.
Curso sobre o Antigo Egito
Prossegue entretanto, a partir do Solar Condes de Resende, o curso sobre o Antigo Egito, o qual, devido às restrições de circulação devido à pandemia tem sido ministrado por videoconferência. Assim, no passado dia 31 de outubro decorreu a 2.ª sessão sobre «O mar Mediterrâneo na Antiguidade», pelo Prof. Doutor José Varandas da FLUL; no sábado 3 de novembro, a 3.ª sessão versou sobre «A longa história da civilização egípcia», pelo Prof. Doutor Luís Manuel de Araújo também da FLUL; no próximo dia 28 decorrerá a 4.ª sessão sobre «Egiptologia e egiptomania», pelo Professor Doutor José das Candeias Sales, da Universidade Aberta. No próximo mês de dezembro a 5.ª sessão decorrerá no dia 12, sobre a «Escrita hieroglífica e outras escritas do Antigo Egito», de novo pelo Prof. Doutor Luís Manuel de Araújo.
O curso prosseguirá no próximo mês de janeiro conforme o calendário previsto e com algumas sessões presenciais logo que as condições o permitam.
Louvor público
O conselho pedagógico do Agrupamento de Escolas Diogo de Macedo aprovou por unanimidade um voto de louvor ao professor Manuel Filipe Tavares Dias de Sousa, no momento em que cessou funções como docente nesta unidade escolar de Vila Nova de Gaia. Tendo sido presidente da Comissão Instaladora da Escola Secundária de Olival, mais tarde Escola Secundária Diogo de Macedo, hoje sede do agrupamento com o mesmo nome, desempenhou funções de presidente do conselho directivo, assessor da direcção, representante do grupo de História, coordenador do secretariado dos exames nacionais, diretor da Galeria de Arte Diogo de Macedo, coordenador da equipa do jornal Face ao Douro, tendo participado em inúmeros grupos de trabalho, sempre com «enorme rigor, responsabilidade. dedicação, competência profissional e verdadeiro sentido de serviço à escola pública». procurando que a instituição onde leccionou fosse um factor de desenvolvimento da região, tendo conseguido «estabelecer inúmeras parcerias com os agentes locais e municipais, tanto no domínio cultural como social. As qualidades pessoais e profissionais no exercício das suas funções constituem uma referência para toda a comunidade escolar», conforme se pode ler no Louvor da Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares publicado no Diário da República, 2.ª série Parte C, n.º 211 de 29 de outubro de 2020, p. 65. O louvado é presidente do conselho fiscal da ASCR – Confraria Queirosiana.
Autores, livros e revistas
Promovida pelo Grupo Eça da Universidade de São Paulo, acaba de ser editado em ebook de distribuição gratuita (http://ge.fflch.usp.br/livros) a obra A relíquia do mandarim, organizada por Ana Marcia Alves Siqueira e José Carlos Siqueira de Souza e editada no Rio de Janeiro pela Oficina Raquel. Entre os vinte e três autores de outros tantos textos sobre a epígrafe do volume, encontram-se os textos dos portugueses Carlos Reis, «Eça de Queiroz e a epistemologia do olhar», e Isabel Pires de Lima, «A relíquia no pincel de Paula Rego: género e poder».
Entretanto no site
Queirosiana.wordpress.com o Professor Doutor Carlos Reis continua a publicar
textos essenciais sobre a vida e obra do escritor, nomeadamente e em tempos
recentes «Carlos da Maia: o fracasso de uma geração» (7 de novembro) e «Eça de
Queirós e o Direito» (15 de novembro).
Entre os dias 18 e 22 de novembro, com
abertura no Museu Arqueológico do Carmo em Lisboa, sessões na Faculdade de
Letras da Universidade do Porto entre 19 e 21, e visita ao Castro de Monte
Mozinho em Penafiel no dia 22, decorreu o III Congresso de Arqueologia da
Associação dos Arqueólogos Portugueses, no qual participaram diversos
arqueólogos do Gabinete de História, Arqueologia e Património da ASCR-
Confraria Queirosiana (ainda que também em representação de outras
instituições). António Manuel S. P. Silva, em colaboração com outros, apresentou
as seguintes comunicações: «São Julião da Branca (Albergaria-a-Velha) –
Investigação e valorização de um povoado do Bronze Final»; «O castro de Ovil
(Espinho), um quarto de século de investigação – resultados e questões em
aberto»; «O Castro de Salreu (Estarreja), um povoado proto-histórico no litoral
do Entre Douro e Vouga»; «O Castro do Muro (Vandoma/Baltar, Paredes) – notas
para uma biografia de ocupação da Idade do Bronze à Idade Média»: Laura Sousa,
também em colaboração, apresentou «A Necrópole Romana do Eirô, Duas Igrejas
(Penafiel): intervenção arqueológica de 2016»; Joaquim Filipe Ramos, «Cerâmicas
e Vidros da Antiguidade Tardia do Edifício sob a Igreja do Bom Jesus (Vila Nova
de Gaia)»
Entretanto, as respectivas atas, num
total de 2138 páginas e sob o título Arqueologia em Portugal 2020 - Estado da Questão, publicadas em
colaboração com a Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o CITCEM -
Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória» e outras
entidades, encontram-se disponíveis em museuarqueologicodocarmo.pt/publicações/III_congresso_actas/ Actas_IIICAAP_completo.pdf
Contêm as subsecções: 1. Historiografia e Teoria; 2. Gestão, Valorização e Salvaguarda do Património; 3. Didáctica da Arqueologia; 4. Arte Rupestre; 5. Pré-História; 6. Proto-História; 7. Antiguidade Clássica e Tardia; 8. Época Medieval; 9. Época Moderna e Contemporânea.
O Eng.º Manuel Hipólito Almeida dos Santos,
presidente da Obra Vicentina de Auxílio aos Reclusos (O.V.A.R.), acaba de
publicar um livro sobre as prisões, sob o formato de ebook, disponível no link
https;//www. Leyaonline.com/pt/livros/historia-e-politica/política/a-abolicao-das-prisoes-ebook,
intitulado A Abolição das Prisões. Contributo para Acabar com uma Crueldade.
Militante indefectível da obra de misericórdia que é o visitar os presos, esta
sua humana experiência de muitos anos transformou-o num especialista sobre este
candente problema da humanização da nossa sociedade. São suas as seguintes
palavras: «A vivência dentro das prisões é geradora de sentimentos de
frustração, desânimo e revolta, tendo em conta estarmos em presença de
situações cruéis, desumanas e degradantes, sem que se vislumbre sentido útil na
finalidade da sua existência, quer para os reclusos, quer para quem lá
trabalha. As prisões são fonte de conflitos sociais e familiares, envolvendo
reclusos e funcionários prisionais. As prisões não ressocializam nem promovem a
paz social. Somente alimentam o desejo de vingança das vítimas e dalguma
opinião pública, não tendo efeito relevante no ressarcimento dos danos dos
crimes. Além de que promovem o sensacionalismo primitivista que alimenta certos
órgãos de comunicação social. A convicção de que essa desumanidade, provocadora
de penas e tratamentos cruéis, desumanos e degradantes, proibidas por tratados
e convenções internacionais, não pode continuar a existir nem é passível de
correcção, aliada à ineficácia e fracasso do modelo penitenciário existente no
mundo ocidental há pouco mais de 200 anos, não tem outro caminho que não seja a
sua abolição. Tal constatação é reforçada pelo contributo retirado das bases
filosóficas das maiores religiões professadas no mundo, que assentam nos
pilares do perdão e da misericórdia e não na vingança, tendo em conta a
imperfeição do ser humano e a sua condição de potencial pecador. A alternativa
passa pela assunção da prevenção da prática de atos anti-sociais como a via
exclusiva e prioritária a implementar, complementada com o novo modelo de
justiça preventiva que tem vindo a ser instaurado em vários países, deixando de
se aplicar penas de privação da liberdade».
Entretanto este autor, com 40 anos de experiência de visitas regulares a prisioneiros, concedeu uma entrevista à jornalista Joana Gorjão Henriques do jornal Público no passado dia 16 de novembro sob o título «A luta pelo fim da escravatura foi grande. Temos de fazer igual para as prisões», que em 2021 gastarão 300 milhões do orçamento do estado, em que 80% dos reclusos o são por assuntos relacionados com o tráfico e consumo de drogas, e em que as taxas de ressocialização dos mesmos são incrivelmente baixas, segundo dados que ali apresentou. O autor pretende com a sua acção e o seu livro colocar este assunto na agenda nacional dos cidadãos para que se vão encontrando soluções para a resolução deste grave problema humano.
Prémio Literário
Francisco
José Viegas foi recentemente agraciado com o prémio literário Fernando Namora,
no valor de 15.000 euros, promovido pela Porto Editora, e que distinguiu o seu
romance A Luz de Pequim publicado em 2019. Como vem sendo constante na
sua obra, o protagonista é o ficcional Jaime Ramos, inspector da Polícia
Judiciária em fim de carreira, dividido entre o crime internacional e as
reflecções sobre o quotidiano para o comum dos mortais. Sem dúvida uma
personagem da Literatura portuguesa Contemporânea
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Eça & Outras,
III.ª série, n.º 147, quarta-feira, 25 de novembro de 2020; propriedade dos
Amigos do Solar Condes de Resende - Confraria Queirosiana; c.te n.º 506285685; NIB:
0018000055365059001540; IBAN:
PT50001800005536505900154; email:
queirosiana@gmail.com;
www.queirosiana.pt; confrariaqueirosiana.blospot.com; eca-e-outras.blogspot.com;
vinhosdeeca.blogspot.com; coordenação da página: J. A. Gonçalves Guimarães
(TE-164 A); redação: Fátima Teixeira; inserção: Amélia Cabral.
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