Dia natalício do escritor Eça de Queirós (1845-1900)
Confraria Queirosiana 20 anos
Quando
se constata que são poucos os cidadãos que se dedicam às coletividades, convém
saber um pouco da sua história e como foram evoluindo desde o século XIX até
aos dias de hoje. E quais as motivações ou objetivos da sua existência e a
experiência dos seus fundadores e mantenedores. Portugal, como muitos outros
países europeus, tem uma boa, mas relativamente desconhecida, tradição
associativa de instituições religiosas, de solidariedade social, de proprietários,
agricultores, comerciantes, industriais e prestadores de serviços, no
sindicalismo, nas profissões, nas associações filosóficas ou cívicas, no
clubismo social, na música, no desporto, no recreio, na caça e pesca, no
excursionismo, na afirmação comunitária (grupos de folclore e monográficos), no
teatro, nas artes, na museografia, no colecionismo, nas organizações
científicas, de proteção da natureza, às vezes muito especializadas e dedicadas
a um só objetivo, mas na sua maior parte com atividades em diversas áreas. A
sua génese é muito diversa e, embora haja convergências de motivos entre elas,
outras há que devem a sua fundação a causas muito específicas. É o caso da
associação cultural de interesse público Amigos do Solar Condes de Resende –
Confraria Queirosiana, que este ano de 2023 perfaz 20 anos de existência, e que
nasceu no complexo edificado com aquela denominação situado na freguesia de
Canelas e adquirido em 1984 pela Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia para
casa municipal da Cultura nas áreas da História, Arqueologia, Antropologia
Cultural e Património gaienses e as suas relações com o mundo, mas também com
uma inapagável ligação à família dos antigos almirantes de Portugal (Condes de
Resende) e de outros notáveis portugueses, na qual veio a entrar Eça de
Queirós, um dos maiores escritores portugueses de todos os tempos, quer pela
via da convivialidade colegial com os jovens daquele título, com o mais velho
dos quais irá ao Egito e Palestina em 1869, e depois pelo casamento com a sua
irmã Emília de Castro Pamplona em 1886. Aberto ao público a 20 de setembro de
1988, na véspera de receber as sessões do «Congresso Internacional Bartolomeu
Dias e a sua época», organizado pela Universidade do Porto, este equipamento
cultural já aí tinha acolhido o Gabinete de História e Arqueologia fundado em
1982 por professores e alunos da sua Faculdade de Letras.
Não
tendo o município instituições culturais que projetassem no espaço lusófono
aquela incontornável ligação queirosiana, que desde 1995 vinha sendo assinalada
com uma festa no Solar em volta do dia 25 de novembro, dia natalício do
escritor, em 2002 o então diretor, alguns funcionários e outros frequentadores
habituais das suas realizações decidiram constituir uma associação de amigos
que logo granjeou enorme simpatia e deu origem a uma comissão instaladora que
propôs que se legalizasse sob a forma de uma confraria de leitores, estudiosos
e divulgadores da vida e obra de Eça de Queirós e de outros “Vencidos da Vida”
e das interrogações do seu tempo que ainda se refletem no nosso quotidiano. Mas
desde logo ficou evidente que a associação, tal como a vida e a obra do seu
patrono, não teriam um âmbito local ou regional, mas sim nacional e
internacional. A 23 de novembro realizou-se a assembleia geral constituinte
para aprovação dos estatutos e a 25 é lançada a sua primeira edição, o álbum Imagens do Egipto Queirosiano, do
egiptólogo Luís Manuel de Araújo. Os estatutos são registados no notário a 31
de janeiro de 2003, dia em que é publicada a primeira página Eça & Outras, que ainda hoje perdura
ao dia 25 de cada mês, agora num blogue e parcialmente republicada no jornal As Artes entre as Letras. Em maio é
nomeada uma comissão para proceder à republicação da Revista de Portugal, fundada por Eça de Queirós em 1882, e é feito
o primeiro protocolo com a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia para a
associação ter no Solar a sua sede, gerir o bar e a loja e colaborar diretamente
com a autarquia na dinamização das suas atividades, nomeadamente na organização
dos seus cursos livres. Entretanto a comissão instaladora organiza uma lista
candidata aos corpos gerentes 2003/2005 a qual, depois de eleita, toma posse a
11 de outubro, organizando o primeiro capítulo da Confraria a 22 de novembro
seguinte no salão nobre do Solar onde foram insigniados os primeiros confrades.
Estava
criado o modelo de funcionamento da associação que, com o tempo, foi tendo cada
vez mais sócios e confrades e diversificando as suas atividades. Em 2004 alguns
dos seus historiadores e arqueólogos que pertenciam ao Gabinete de História e
Arqueologia de Vila Nova de Gaia, perante dificuldades no seu financiamento e
organização, propõem em assembleia geral que o mesmo encerre a atividade como
associação autónoma e que se integre como grupo de trabalho profissional na
nova associação, com a designação de Gabinete de História, Arqueologia e
Património, o que foi aprovado e desde então, já sob a nova designação,
prosseguiu as suas atividades no Alto Douro (Ervamoira, Vale do Côa; São João
da Pesqueira) e em Vila Nova de Gaia (Castelo de Crestuma, Castelo de Gaia) e
outros locais, enquanto iam sendo publicados livros e trabalhos de
levantamento, investigação e divulgação naquelas áreas, dos quais o mais
importante é o projeto sobre o Património Cultural de Gaia (PACUG) patrocinado
pela autarquia gaiense e do qual foram já publicados dois volumes a que outros
se seguirão.
De
tempos a tempos, para além do capítulo anual, realizam-se outros
extraordinários: a 17 de fevereiro de 2006 no Grémio Literário em Lisboa para
celebrar um protocolo de colaboração e homenagear o grande queirosianista A. Campos
Matos aí insigniado; a 13 de outubro de 2008 no Solar Condes de Resende para
homenagear o maior divulgador de Eça de Queirós no Brasil, Dagoberto Carvalho
Júnior, presidente da Sociedade Eça de Queirós do Recife; a 1 de maio de 2009
na Junta de Freguesia de Leiria para homenagear esta cidade queirosiana; a 19
de maio de 2018 também no Solar para homenagear o confrade de honra escritor J.
Rentes de Carvalho, pelos seus cinquenta anos de carreira literária; a 15 de
março de 2022 ainda no Solar para acolhimento de uma delegação da Academia
Alagoana de Letras, Brasil, para celebração de um protocolo de cooperação.
Assim nascida, assim crescida, nesta associação-confraria neste ano de 2023 vão ser insigniados os primeiros confrades juniores: o futuro está pois por aqui a chegar.
J.
A. Gonçalves Guimarães
secretário da direção
21º Grande
Capítulo
Como habitualmente, e desde novembro de 2023,
realizou-se hoje, dia 25 de novembro, o 21.º capítulo anual da Confraria
Queirosiana comemorativo
do aniversário de Eça de Queirós no Solar Condes de Resende, a casa onde o
escritor se apaixonou por aquela que viria a ser sua esposa. Esta festa reúne
os confrades espalhados pelo país e Brasil, gente das mais diversas profissões
e ocupações que testemunharam a insigniação dos novos confrades de número, os
apreciadores e cultores da sua obra, e dos confrades de honra, aqueles que já
se distinguiram na sua divulgação, ou que apoiaram as ações da Confraria. E
pela primeira vez a Confraria acolheu associados jovens.
A
cerimónia iniciou-se a partir das 10,30 horas com a receção dos sócios,
confrades, convidados, individualidades, autoridades e representantes de outras
instituições que aqui se deslocaram para o ato, formando cortejo até ao Salão
Nobre, onde foram acolhidos por um momento musical interpretado por Leonor Isabel Magalhães em guitarra clássica, que tocou
de H. Villa-Lobos o “Prelúdio nº3”, seguida de Sofia Pinto que no violoncelo interpretou
“O cisne” de C. Saint-Saens, e de Carolina Barriga Oliveira que também neste
instrumento tocou a “Sicilienne” de Fauré, ambas acompanhadas ao piano pela
professora Ana Maria Teixeira e todas da Escola de Música de Perosinho.
De seguida o Grupo Cantante Eça Bem Dito da Confraria Queirosiana interpretou o
hino “Canção Vilanovense” de João António Ribas e Passos Manuel, de 1826 e. em
diversos momentos da manhã, o “Hino de Amélia ou de D, Pedro IV”, de 1832, o “Hino de Gaia” de 1934”, terminando
com o Hino da Confraria Queirosiana. O presidente da direção, José Manuel
Tedim, apresentou o balanço das atividades do ano, o presidente da assembleia
geral, César Oliveira, as instituições presentes, e o secretário, J. A.
Gonçalves Guimarães, os associados que se distinguiram durante o presente amo,
e em nome do seu diretor Luís Manuel de Araújo ausente no Egito, o conteúdo do
n.º 29 da Revista de Portugal lançada nesta ocasião.
Seguiu-se a insigniação dos novos
confrades leitores, louvados e mecenas: João Martins Cardoso de Albuquerque, nascido
a 28 de novembro de 2012 e que frequenta o 6.º ano do ensino no colégio La Sale
em Barcelos, tendo como padrinho o Dr. António Pinto Bernardo; Luísa Martins
Cardoso de Albuquerque, nascida a 10 de novembro de 2010 e que frequenta o 8.º
ano do ensino também no colégio La Sale em Barcelos, mesmo padrinho; Dr. Pedro
César Lapas Oliveira, licenciado em Criatividade e Inovação Empresarial pelo
Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto, padrinho César
Oliveira; Dr.ª Benedita Isabela Alves Neves Couto, licenciada em Economics and
Business Economics pela Universidade de Amsterdam e em Gestão de Empresas pela
Universidade da Maia, padrinho Prof. Dr. Pedro Almiro Neves; Dr.ª Leonor Lapas
Oliveira, licenciada em Línguas para Relações Internacionais pelo Instituto
Politécnico de Bragança – Escola Superior e Educação, padrinho César Oliveira; Dr.ª
Inês Cunha Jorge, licenciada em Tradução e Interpretação (Português, Inglês e
Francês) pelo Instituto Superior de Assistentes e Intérpretes do Porto (ISAI),
padrinho o Dr. António Pinto Bernardo; Eng.º António Manuel Fernandes Ribeiro, licenciado
em Engenharia Informática pela faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade
de Coimbra, também o mesmo padrinho; Dr.ª Filomena Margarida Venâncio Frazão de
Aguiar,, licenciada em Psicologia do Trabalho e Organizações e em Psicologia
Clínica e mestra em SIDA pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação
da Universidade de Coimbra, também com o mesmo padrinho; Dr. Fernando Jorge
Alves Pinto, psicólogo e professor na Escola Secundária Eça de Queirós em
Lisboa, madrinha Dr.ª Maria de Fátima Teixeira; Dr. Joaquim Pinto da Silva,
associado n.º 432, licenciado em Línguas e Literaturas Modernas e pós-graduado
em Tradução Literária, ex-funcionário da Comissão Europeia entre 1984 e 2013, condecorado
pelo governo português com a Ordem do Infante D. Henrique e designado Amigo da
Flandres pelo governo regional flamengo na Bélgica, padrinho o Eng.º Manuel
Névoa. A que se seguiram os confrades de honra: D. Amélia Maria de Sousa Cabral,
funcionária da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia no Solar Condes de Resende
e uma das associadas fundadoras (n.º 6) dos Amigos do Solar Condes de Resende -
Confraria Queirosiana e desde então, e durante 20 anos, sua tesoureira. Foi
padrinho Gonçalves Guimarães; Dr. João Luís da Mota Torres Fernandes, licenciado
em História da Arte e mestre em História da Arte pela Faculdade de Letras da
Universidade do Porto e atual responsável pelo Solar Condes de Resende desde 1
de novembro de 2022. Foram padrinhos Gonçalves Guimarães e Maria de Fátima
Teixeira; e o Dr. Afonso dos Reis Cabral, licenciado e mestre em Estudos Portugueses
e Lusófonos pela Universidade Nova de Lisboa e, como escritor, detentor de
vários prémios de Literatura. É desde 2022 presidente da Fundação Eça de
Queiroz, com quem a Confraria Queirosiana tem um protocolo de colaboração
celebrado a 22 de abril de 2006. Foram padrinhos José Manuel Tedim, pela
Confraria Queirosiana, e Paula Carvalhal, vereadora da Câmara Municipal d Vila
Nova de Gaia
Em
nome dos insigniados falou este último distinguido, aludindo ao significado da
obra do patrono de ambas as instituições e às perspetivas de futura
colaboração, encabeçando depois, ladeado pelos dois confrades mais novos, o
conjunto dos presentes que foram depositar uma festiva coroa de louros na
estátua de Eça de Queirós no Jardim das Camélias.
Seguiu-se
um almoço queirosiano com animação de canto e dança: as canções da Belle Époque foram iterpretadas pelo
Grupo Cantante Eça Bem Dito com a pianista Maria João Ventura, e a dançarina de
competição Maria Rita, do polo de Dança da Associação Recreativa de Canidelo, classe
do campeão nacional Prof. Tomás Pedro, executou diversas Danças Latinas muito
aplaudidas pelos comensais.
Estiveram presentes várias confrarias e diversas instituições e entidades ligadas à Cultura e ao Associativismo, nomeadamente a Associação Portuguesa da História da Vinha e do Vinho (APHVIN/ GEHVID), as confrarias da Cabra Velha, da Caldeirada do Peixe e do Camarão de Espinho, do Anho Assado com Arroz de Forno do Marco de Canavezes, dos Ovos Moles de Aveiro, Enogastronómica da Madeira, Gastronómica “As Sainhas” de Vagos; a Federação dos Amigos dos Museus de Portugal (FAMP); a Federação das Coletividades de Vila Nova de Gaia (FCVNG); a Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas (FPCG); os jornais As Artes Entre As Letras e O Gaiense, a Junta de Freguesia de Canelas, Vila Nova de Gaia e a Urbiface.
Personalidade do
Norte 2023
Ontem, dia 24 de novembro, no Fórum
Competitividade Regional e Pós 2030: o Note na União Europeia, que decorreu na
Fábrica de Santo Thyrso promovido pela Comissão de Coordenação e
Desenvolvimento – Norte, I. P. (CCDR-N), esta entidade homenageou o escritor
gaiense, antigo professor da Universidade de Amsterdam e confrade queirosiano
José Rentes de Carvalho como Personalidade do Norte 2023. Com os seus noventa e
tês anos ativos e nestes dias presente naquela cidade holandesa, o homenageado
delegou no secretário da associação Amigos do Solar Condes de Resende –
Confraria Queirosiana, J. A. Gonçalves Guimarães a presença naquela cerimónia e
a receção em seu nome do troféu evocativo da distinção, o qual esteve presente
ao lado do seu busto no Solar Condes de Resende durante o capítulo da Confraria
Queirosiana hoje ocorrido, de onde seguirá para as mãos do homenageado.
Produzido em duralumínio através de tecnologia 3D, é uma criação da designer Cristina Massena.
Neste fórum empresarial participaram ainda outros confrades queirosianos em representação de diversas instituições e empresas, nomeadamente o Dr. Albino Almeida, presidente da Associação Nacional das Assembleias Municipais (ANAM) e a Dr.ª Ana Casas, em nome da internacional na área dos cosméticos Mesosystem, que integrou um painel liderado pela comissária europeia Prof. Doutora Elisa Ferreira.
Âmbito Cultural: El
Corte Inglês de Gaia
No passado dia 7 de novembro abriu ao público no edifício do El Corte Inglês em Vila Nova de Gaia a sua sala de Âmbito Cultural onde já decorrem vários cursos e sessões de divulgação com a presença de comunicadores mediáticos, como é o caso do historiador Joel Cleto que fez parte do painel de três oradores que abriu esta inauguração. Presentes diversas entidades políticas, religiosas, culturais e associativas, tendo estado a Câmara Municipal de Via Nova de Gaia representada pela vereadora do Pelouro da Cultura, Eng.ª Paula Carvalhal e a associação Amigos do Solar Condes de Resende - Confraria Queirosiana pelo presidente da direção José Manuel Tedim e o secretário J. A. Gonçalves Guimarães. O evento incluiu um concerto de Música e Poesia por parte da cantora de jazz Maria João, o teclista João Farinha e o diseur José Anjos. Na ocasião foi disponibilizada a publicação «Magazine Cultural» referente a novembro/ dezembro de 2023.
Revistas e Livros
Hoje, dia 25 de novembro, dia natalício de Eça de Queirós, foi lançado o n.º 20 da Revista de Portugal, nova série, fundada pelo escritor em 1882 e atualmente dirigida pelo egiptólogo Luís Manuel de Araújo que, pela primeira vez de há vinte anos para cá, não pode fazer a sua apresentação por se encontrar a conduzir uma viagem de estudo ao Médio Oriente, razão pela qual a mesma foi apresentada pelo diretor-adjunto J. A Gonçalves Guimarães, que para a mesma redigiu o editorial: «20 anos: dos que partem aos que ficam» alusivo ao tempo de existência da associação e à memória dos associados e confrades que partiram. Aliás o presente número dedica a capa a Alfredo Campos Matos, e logo nas primeiras páginas um «In Memoriam» recorda Susana Moncóvio, A. Campos Matos, Carlos Santarém Andrade, Aurora Rego e A. Silva Fernandes. O confrade da capa é também recordado por Isabel Pires de Lima no artigo «Alfredo Campos Matos: um “formidável” legado queirosiano» e da autoria de João Nicolau de Almeida, se publica o discurso que proferiu nas comemorações deste ano no «Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas: Peso da Régua». Nas páginas seguintes, de novo J. A. Gonçalves Guimarães recorda «Os 25 anos da FAMP», a Federação dos Amigos dos Museus de Portugal na qual a associação editora desta revista está inscrita, fazendo parte dos atuais corpos gerentes, publica a lista das associações filiadas. Segue-se a colaboração de três escritores brasileiros, membros da Academia Alagoana de Letras e confrades queirosianos, segundo protocolo entre ambas as instituições, com os artigos «De onde vim», por Alberto Rostand Lanverly, sobre as suas origens portuguesas e europeias, a que se seguem os dois saborosos contos «O marinheiro» de Arnaldo Paiva Filho e «O preço da tentação» de Carlos Méro, numa inexcedível arte de contar a que já nos habituaram. Nos domínios da investigação histórica e como resultado do seu trabalho de catalogação das coleções do confrade Ricardo Haddad, a patrimonióloga Maria de Fátima Teixeira apresenta o seu estudo sobre a identificação de um retrato desse acervo da autoria de um pintor do tempo de Eça de Queirós pouco conhecido, «A propósito de um possível retrato de Francisco António Diniz por Adolfo Greno». Uma das últimas visitas guiadas a diversas civilizações pelo Professor Luís Manuel de Araújo está por si descrita em «Portugueses na Turquia: fazendo a ponte entre o Ocidente e o Oriente», enquanto Maria Alda Barata Salgueiro aqui deixa as suas reflexões sobre uma viagem «Pelas terras dos antigos Cátaros». Seguem-se várias «Recensões» de Luís Manuel de Araújo, Jorge Fernandes Alves e J. A. Gonçalves Guimarães, sobre livros recentemente publicados, e a habitual «Bibliografia» dos associados, referente ao ano de 2022, seguida do também habitual «Relatório de atividades em 2022 da associação Amigos do Solar Condes de Resende – Confraria Queirosiana». Um número variado que reflete o querer e o sentir desta instituição e a sua partilha com as sociedades em que se revê.
Da autoria de Guilherme de Oliveira Martins foi recentemente publicado um importante volume de reflexões sobre o Património Cultural imprescindível para todos aqueles que se interessam pela sua problemática. Segundo a Gradiva Edições trata-se de um contributo dos «grandes nomes da nossa cultura num registo de grande riqueza intelectual. Um livro em que se fala da cultura como realidade viva, como movimento permanente onde o presente se encontra com o tempo longo, no qual o que recebemos das gerações passadas se projeta agora e para o futuro, num incessante processo complexo de criação e metamorfose, sempre imperfeito e inacabado, tendo a possibilidade mágica de dialogar com quem nos antecedeu. Eis o enigma». Entre outras abordagens ai se constata que «uma biblioteca é a melhor metáfora do mundo. É um labirinto cujos caminhos se fazem de perguntas e respostas. E há um misterioso fio de Ariadne que nos leva em cada estante, em cada livro, em cada palavra, à descoberta dos enigmas que nos permitem vislumbrar os contornos dos sentidos que a humanidade reveste.»
Assinalando a
efeméride, acaba de ser editada a brochura Confraria Queirosiana 20 anos,
compilada por Amélia Cabral, António Pinto Bernardo, César Oliveira, J. A.
Gonçalves Guimarães, José Manuel Tedim, Manuel Moreira e Manuel Nogueira, e a
colaboração de Maria de Fátima Teixeira e de Manuel Pena, a qual apresenta um
texto de Apresentação sobre a associação, em português e inglês, os órgãos
sociais eleitos para 2020-2024, o diploma da Presidência do Conselho de
Ministros que lhe atribuiu o estatuto de utilidade publica, os Estatutos e o
Regulamento Interno atuais, as comissões de trabalho, o juramento dos
Confrades, o Hino da Confraria, a listagem dos associados e dos confrades, In
Memoriam (associados e confrades falecidos) e várias fotografias a cores sobre
a sua sede no Solar Condes de Resende, as suas insígnias, atividades e
publicações. A edição foi custeada por três membros dos corpos gerentes e é
gratuita para os associados.
Memorial do Covid
No próximo dia 27 de novembro, pelas 10 horas, terá lugar no Palácio do Raio, em Braga, a inauguração do Memorial evocativo das vítimas do Covid e de reconhecimento àqueles que combateram a pandemia, da autoria do escultor Hélder de Carvalho, mandado levantar pela Santa Casa da Misericórdia de Braga, que perfaz a proveta idade 510 anos de existência ao serviço dos mais desfavorecidos pela natureza, pela sociedade ou por ambos.
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Eça & Outras, III.ª
série, n.º 183, sábado, 25 de novembro de 2023; propriedade da associação
cultural Amigos do Solar Condes de Resende - Confraria Queirosiana (Instituição
de Utilidade Pública); C.te
n.º 506285685; NIB: 0018000055365059001540; IBAN:
PT50001800005536505900154; email:
queirosiana@gmail.com; www.queirosiana.pt;
confrariaqueirosiana.blospot.com; eca-e-outras.blogspot.com;
vinhosdeeca.blogspot.com; coordenação do blogue e publicação no jornal As Artes Entre As Letras: J. A.
Gonçalves Guimarães (TE-164 A); redação: Fátima Teixeira; inserção: Amélia
Cabral; colaboração: Fátima Teixeira; João Fernandes; O Gaiense.
Nota: devido à celebração do 21.º Capítulo no dia 25, esta página só foi divulgada no dia 27 de novembro.
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